Adeus, formação: o anti-Emílio anunciador do conceito de programa de vida

Pode-se dizer, enfim, que o conceito de formação cumpriu sua função. Contudo, chega a hora de proclamar o seu fim. Não que sua memória deva ser esquecida, mas livrar a realidade dos fantasmas significantes que a todo custo tentam impor respostas já insuficientes deve ser uma tarefa a ser enfrentada neste momento. Diante disso, esta comunicação apresenta resultados da pesquisa que objetivou fazer uma incursão à produção da experiência educativa em contraponto a uma história evolutiva da formação, tendo como objetivo identificar a emergência de um novo conceito – o programa de vida. De modo geral, os programas são um conjunto de elementos experienciais, próprios da multiplicidade molecular, que podem intensificar ou desestratificar investimentos repressivos, regimes interpretativos e padrões subjetivos. Eis que é urgente a ruptura com a representação da formação e com a idealização da educação, de modo geral. Parece oportuno que essa crítica e essa nova prática devam ser anunciadas, justamente, por uma força que põe em dúvida esses valores de dentro para fora. Surge, portanto, um anti-Emílio, não um personagem literário, mas conceitual, uma força que atravessa a produção educativa, anunciadora de um novo conceito, o programa de vida.