PIXAÇÃO: UMA ESCRITA EM NEGATIVA COM O SENTIDO.

PIXAÇÃO: UMA ESCRITA EM NEGATIVA COM O SENTIDO. RESUMO Derrida, em seu texto “Força e Significação”, chamou de “defunto” o escrito estático em sua forma de “signo-sinal”, uma vez que este, usando os termos do autor, “diz então o que é” sendo “puro funcionamento”. Já a dimensão da poética, ou da própria vida, estaria, por outro lado, determinada por um espaço criativo de indeterminação, sendo mais movimento do que estabilidade, mais inscrição do que escritura, mais ato que estrutura, Diferença portanto. Como empreender, então, uma escrita que não esteja, em sua superfície, absolutamente refém da missão de “mostrar” um significado, que portanto não se “abra” em legibilidade, que opere então por uma paradoxal mostra do recuo, por uma forma disforme, mas que não seja somente traço, pintura, que ainda assim seja letra, seja palavra, seja escrita? Sugiro, então, o Xarpi (como é conhecida a cultura da pixação de rua no Rio de Janeiro), como escrita popular geralmente negligenciada, criminalizada, mas que aqui, costurada com Derrida, Blanchot, Barthes, Deleuze e Heidegger, oferece surpreendente força linguística e filosófica. PALAVRAS-CHAVE: Escrita. Poética. Pixação. Diferença. Estética.