Este trabalho tem por objetivo apresentar uma diversidade de estratégias empregadas pelos grupos silenciados na escrita da história (BARROS, 2018), evidenciando como esses grupos subverteram os sistemas de exclusão, possibilitando a construção de perspectivas outras para História da Educação. Tomaremos como base sujeitos e organizações abolicionistas no século XIX, para pensarmos questões epistemológicas contemporâneas. Silva (2012), argumenta que esses novos posicionamentos possibilitam reflexões sobre os espaços informais e práticas educativas difusas nas relações sociais, ampliando a concepção de educação. Nessa perspectiva, será exposto experiências educativas que contrariam a historiografia educacional brasileira, que delegou ao povo negro uma representação de submissão e passividade (FONSECA, 2007). Pensar os diferentes espaços de atuação da população negra, nos auxilia entender suas estratégias de desconstrução da universalidade/objetividade/neutralidade que se cristalizaram a partir da colonialidade. Para tanto, nos apoiamos nas referências bibliográficas sobre o tema e em periódicos do século XIX, para verificar suas práticas e propostas, buscando compreender seus processos e percepções.