Ser filho kaingang: modos decoloniais de educar para a vida

Ser filho kaingang: modos decoloniais de educar para a vida. Resumo: O artigo traz a reflexão do que significa ser filho para os indígenas kaingang do Sul da Mata Atlântica, a partir do ponto de vista dos nativos desse povo indígena. Os kaingang não entendem a pessoa, na fase referente à infância, como criança tal como fazem os não indígenas. Na cosmovisão kaingang, as crianças são entendidas e consideradas como filhos: kãxit . Os “filhos”, considerados como “portadores” da ancestralidade, são acolhidos pela comunidade e educados para cultivar os saberes e o modo de ser e viver dos ancestrais. Assim, esse estudo revela as diferenças entre ser criança e ser filho para os kaingang, que se opõem em tratar as pessoas em fase de crescimento de forma infantilizada e subalternizada. Busca-se entender de que forma os conceitos kaingang sobre o que é ser “filho” se diferem dos conceitos ocidentais do que é ser “criança”. Tal reflexão é necessária para uma melhor compreensão do que significa as infâncias indígenas e seus processos de ensino e aprendizagem, capazes de influenciar positivamente as práticas não indígenas. Resistindo e afirmando suas concepções sobre a infância, os kaingang se afirmam como sujeitos decoloniais. Palavras-chave: filho kaingang; criança; educação; decolonialidade.