Resumo : O trabalho problematiza a inserção das mulheres na docência nos anos 1920. Para tanto, fundamentado teórico e metodologicamente nos estudos de gênero e nos estudos foucaultianos, recorre-se à genealogia histórica documental para analisar a I Conferência Nacional de Educação (1927), demais materiais de época e trabalhos atuais que versam sobre a temática estudada. Neste estudo articulam-se dois percursos de pesquisa: uma investigação de mestrado já concluída e um projeto de doutorado em andamento. Conforme as análises realizadas até o presente momento, o exercício da docência por mulheres poderia ocorrer desde que elas não fossem mães, pois seu compromisso primeiro se daria com a maternidade. Somado a isso, houve outras objeções referentes à baixa natalidade entre as mulheres que trabalhavam formalmente, o desgaste mental e a questão da licença especial (maternidade) que geraria “custos” financeiros ao estado e as impediriam supostamente de dedicar-se integralmente ao magistério. Ainda assim, seria incumbida às mulheres, preferencialmente não-mães, a função da educação das crianças devido ao instinto materno e ao aspecto moral que lhes eram naturalmente atribuídos. Palavras-chave : Educação novecentista. Maternidade. Feminização do magistério.
Apoio
