PARA UMA EDUCAÇÃO EM IMPROVISAÇÃO: ESPERA, PRESENÇA E PERFORMANCE NA DOCÊNCIA

Resumo Este texto se propõe a perspectivar a docência pela via da performance tendo em vista que uma certa noção de espera, projetada sobre um estado de prontidão, pode condicionar possibilidades para improvisações numa aula. Trata-se de postular a docência como um fazer que lida com acontecimentos, sobre os quais, como agente interpelado pelo impacto das coisas em jogo no espaço que ocupa, improvisa suas ações, em estrita relação com os discentes. Todavia, nossa existência se desdobra sobre um cultura de sentidos, na qual é preciso constituir condições para produzir presenças, uma vez que os sentidos impõe-se a todo o momento. Conjecturamos a espera como este artifício: uma contingência sobre o tempo, que produz efeitos no espaço. É dizer, por essa via, que uma presença está ausente por inépcia da percepção, e, por consequência, da não apropriação de seus efeitos: trata-se de um jogo onde a performance docente — em seus gestos expostos— age no limiar entre educação e arte, uma vez que se aloca na interlocução entre o visível e o imprevisível, entre o factível e o improvável, laborando sobre o que passa numa aula, no instante imprevisível do presente. Palavras-chave: Improviso. Docência. Aula. Presença.