Enegrecer as universidades: um desafio para a formação de educadores/as do campo?

Enegrecer as universidades: um desafio para a formação de educadores/as do campo? Resumo : A educação do campo referenciada nas especificidades dos sujeitos do campo configura-se uma política que ao debater a garantia da igualdade e o reconhecimento da diferença como valor, faz emergir a diversidade de lutas e sujeitos do campo, indicando a transposição de uma identidade única e fixa camponesa. Nesse contexto, a presença de estudantes negras e quilombolas em um curso de Licenciatura em Educação do Campo no interior de Minas Gerais anuncia e denuncia o lugar de seus corpos, conhecimentos e práticas gerando tensionamentos e deslocamentos. Estas existências resistentes favorecem a permanência bem-sucedida no ensino superior e a efetiva institucionalização de práticas antirracistas e feministas em um campo marcado historicamente pela presença branca, cristã, heterossexual e masculina. Este ensaio pretende socializar reflexões sobre o contexto de formação de educadores/as do campo a partir das questões: quem são os diversos sujeitos do campo? Que epistemologias, corpos e práticas trazem à universidade? O que narram e ensinam suas lutas? Que desafios estão postos à educação do campo neste contexto? Palavras-chave : educação do campo, educação antirracista, decolonialidade