EDUCAÇÃO FEMININA E OS DEVIRES DA SEXUALIDADE EM “ANTÔNIA CUDEFACHO”.

EDUCAÇÃO FEMININA E OS DEVIRES DA SEXUALIDADE EM “ANTÔNIA CUDEFACHO” . Resumo. O texto problematiza as construções discursivas acerca da sexualidade feminina, tomando por personagem-sujeito Antônia Cudefacho, uma prostituta cametaense da década de 1950, inscrita e ficcionalizada na narrativa literária do escritor Salomão Larêdo. A movimentação teórica se faz pela arqueogenealogia Foucaultiana e pelos devires revolucionários da sexualidade tecidos com o campo feminista, pós-feminista e teoria queer com Butler, Beauvoir, Miskolci, Rago, Louro, Del Priore, Deleuze e Guattari, Preciado. O diálogo com os autores tensiona o território da cultura heteronormativa e potencializa os devires revolucionários e linhas de fuga de uma sexualidade feminina insurreta aos valores instituídos, capaz de tecer redes de solidariedades minoritárias em seus anseios por liberdade e de subverter os valores e os modos de educar o corpo (sobretudo o da mulher) para a submissão e o conformismo, potencializando devires e desobediências nas rotas de uma Educação com desejo e liberdade. Palavras-chave: Sexualidade. Educação. Devir Revolucionário. Antônia Cudefacho.

O AVESSO DAS POLÍTICAS DE UNIVERSALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA: ENEGRECIMENTO E JUVENILIZAÇÃO NA EJA

Resumo Este artigo tem por objetivo refletir sobre as políticas de universalização da educação básica na atualidade e seus efeitos sobre a Educação de Jovens e adultos (EJA), especialmente, sobre a juventude negra. Parte de uma pesquisa de doutorado em andamento baseia-se na análise das trajetórias escolares de jovens da EJA de uma das escolas da Rede Municipal de Angra dos Reis-RJ, em 2017. De cunho quantitativo, a pesquisa usa informações do Censo Escolar da Educação Básica, do Sistema de Gestão da Rede Escolar de Angra dos Reis e da Pesquisa Perfil da EJA realizada pelo poder público municipal, para refletir sobre os planos social, escolar e de políticas públicas. Tendo o direito à educação como princípio, os achados, em diálogo com dispositivos legais e com autores como DAYRELL et al. (2011), Haddad e Pierro (2000), Julião (2017), Kuenzer (1999) Munanga (2010) e Silva (2010), problematizam a majoritária presença dos jovens na EJA, especialmente, os jovens negros e o processo de marginalização desses sujeitos no projeto de universalização em curso. Palavras-chave: juvenilização e enegrecimento da EJA; universalização da educação básica

PERDI A CÁTEDRA E GANHEI A VIDA!

Perdi a cátedra e ganhei a vida! Resumo : Perdi a cátedra e ganhei a vida! Era com essa frase que Paulo Freire se referia ao concurso que perdeu para professora Maria do Carmo Tavares de Miranda na disputa pela Cátedra de História e Filosofia da Educação, em 1960, na Universidade do Recife (UR), atual Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Que Paulo Freire ganhou a vida todos sabemos, mas como ele perdeu a cátedra é um assunto pouco estudado na história da Educação Popular, e é justamente sobre este acontecimento que nos propomos a responder neste artigo. Para isso utilizamos especialmente as teses de concursos dos próprios candidatos: Educação e Atualidade Brasileira, defendida por Feire e Pedagogia do Tempo e da História, defendida por Maria do Carmo. Concluímos que a tensão entre àqueles que defendiam uma escola confessional e àqueles que defendiam uma escola laica (e o destino das verbas públicas), reverbera no resultado deste concurso. Palavras-chaves : História. Cátedra. Laica. Pública. Confessional.

A ESCOLARIZAÇÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA EM UM MUNICÍPIO BRASILEIRO: aspectos da municipalização e suas relações entre o público e o privado.

A ESCOLARIZAÇÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA EM UM MUNICÍPIO BRASILEIRO: aspectos da municipalização e suas relações entre o público e o privado. Resumo: Este trabalho propõe-se a investigar a escolarização de pessoas com deficiência na rede municipal de ensino de um município localizado no interior do país, considerando a implementação de políticas educacionais voltadas às pessoas com deficiência. A partir dos microdados do Censo Escolar de 2013 a 2018 e com posterior análise da quantidade de matrículas por etapa de ensino no ano de 2018 verificamos que o acesso dos alunos com deficiência apresentou crescimento, no entanto, tais alunos encontram-se retidos nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Tal fato relaciona-se, sobretudo, ao sombreamento de ações da iniciativa privada em detrimento do setor público, por meio da utilização de verbas públicas e na oferta de atendimentos voltados às pessoas com deficiência sendo realizados amplamente em instituição privada de caráter filantrópico. Palavras-chave: Educação Especial; Educação Inclusiva; Políticas educacionais.

PIXAÇÃO: UMA ESCRITA EM NEGATIVA COM O SENTIDO.

PIXAÇÃO: UMA ESCRITA EM NEGATIVA COM O SENTIDO. RESUMO Derrida, em seu texto “Força e Significação”, chamou de “defunto” o escrito estático em sua forma de “signo-sinal”, uma vez que este, usando os termos do autor, “diz então o que é” sendo “puro funcionamento”. Já a dimensão da poética, ou da própria vida, estaria, por outro lado, determinada por um espaço criativo de indeterminação, sendo mais movimento do que estabilidade, mais inscrição do que escritura, mais ato que estrutura, Diferença portanto. Como empreender, então, uma escrita que não esteja, em sua superfície, absolutamente refém da missão de “mostrar” um significado, que portanto não se “abra” em legibilidade, que opere então por uma paradoxal mostra do recuo, por uma forma disforme, mas que não seja somente traço, pintura, que ainda assim seja letra, seja palavra, seja escrita? Sugiro, então, o Xarpi (como é conhecida a cultura da pixação de rua no Rio de Janeiro), como escrita popular geralmente negligenciada, criminalizada, mas que aqui, costurada com Derrida, Blanchot, Barthes, Deleuze e Heidegger, oferece surpreendente força linguística e filosófica. PALAVRAS-CHAVE: Escrita. Poética. Pixação. Diferença. Estética.

Juventudes em biopolíticas contemporâneas

Juventudes em biopolíticas contemporâneas Resumo O trabalho problematiza artefatos produzidos no âmbito das áreas da educação e(m) saúde, na medida em que circunscrevem conhecimentos e práticas provenientes de políticas públicas e ações programáticas mais amplas, compreendendo-os como elementos centrais na organização das sociedades contemporâneas e como constituidoras de gênero e sexualidade. É a partir das vertentes teóricas dos Estudos Culturais e de Gênero, que se articulam com a teorização foucaultiana que nos propomos a analisar as campanhas de divulgação da vacinação 2017 e 2018, voltadas ao público jovem, para a prevenção do HPV e Meningite C. O exame indica que as políticas públicas de educação e(m) saúde instituem formas lineares e binárias de interpretar o mundo e de posicionar os sujeitos contemporâneos, normalizando determinados comportamentos e práticas como mais saudáveis. Desse modo, não basta colocar os/as jovens como protagonistas em cenários de luta, tal como nos games e nas séries de televisão, mas discutirmos a constituição da vida “real” e de suas relações, levando em conta as tensões, resistências e multiplicidades daquilo que tem escapado das ações de educação e(m) saúde. Palavras-chave: juventude; políticas de educação e(m) saúde; gênero e sexualidade.

A FORMAÇÃO EM CONTEXTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL DA REDE MUNICIPAL DE GOIÂNIA: EM BUSCA DA PRÁXIS

A FORMAÇÃO EM CONTEXTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL DA REDE MUNICIPAL DE GOIÂNIA: EM BUSCA DA PRÁXIS Resumo Na pesquisa, analisou-se a proposta de “formação em contexto” de dois Centros Municipais de Educação Infantil. A Política de Formação Continuada em Rede da Secretaria Municipal de Educação e Esporte de Goiânia realiza-se mediante Projetos e Ações Formativas, nas quais se insere a formação em contexto, visando o redimensionamento da práxis pedagógica. Adotou-se o método materialista dialético e a abordagem qualitativa. As informações foram obtidas por meio de entrevista semiestruturada e questionários respondidos por 14 professoras. Evidenciou-se que as profissionais, nas condições de trabalho que lhes são oferecidas, têm buscado modificar a prática pedagógica por meio de sua problematização. No entanto, são necessárias políticas públicas, que promovam a valorização profissional e sobretudo a melhoraria das condições de trabalho, a fim de que a “formação em contexto” seja realizada de forma mais significativa e possa, assim, contribuir para transformar a realidade social e educacional. Palavras-chave: Formação Docente; Formação em Contexto; Práxis Pedagógica; Educação Infantil.

TERRITÓRIO ABERTO: IMAGEM E EXPERIÊNCIA NA VIDA ESCOLAR

UM TERRITÓRIO ABERTO: IMAGEM E EXPERIÊNCIA NA VIDA ESCOLAR RESUMO O presente trabalho se debruça sobre a problemática dos saberes em torno da imagem a partir das experiências vivenciadas na agudeza do cotidiano da sala de aula, com atividades didático pedagógicas que procuraram tematizar a visualidade por meio do exercício da produção poético imagética. Para tanto reconhece as contribuições dos estudos da Cultura Visual e sua denúncia acerca da virada icônica como discussão profícua à elaboração dos desafios da educação contemporânea que, de certa maneira, não pode se furtar a pensar os processos de formação dissociados das questões envolvendo a imagem. Nesse sentido, partimos das experiências vividas em sala de aula e da problemática dos saberes da experiência para pensar os efeitos epistêmicos e ontológicos no espaço escolar, pelo modo como esses efeitos se configuram enquanto problema para instituição escolar diante da complexidade do universo imagético e suas epistemes. Palavras-chave: Educação para Cultura Visual; Saberes da Experiência; Cotidianos Escolares; Visualidade.

GEO-GRAFIAS DOCENTES NA METRÓPOLE: A CASA E O PEDAÇO

GEO-GRAFIAS DOCENTES NA METRÓPOLE: A CASA E O ” PEDAÇO” RESUMO : Partindo do pressuposto de que vidas de sujeitos socioculturais professores/as devem ser apreendidas em outros espaços e tempos da vida social além das escolas, investigamos as geo-grafias docentes na metrópole, construto teórico-conceitual que designa práticas espaciais de sujeitos-professores/as nos espaços citadinos durante seus tempos cotidianos (Lefebvre, 1974; Hargreaves, 1999; Harvey, 2003). A pesquisa exploratória buscou compreender sentimentos, sentidos e significados associados e atribuídos a estas práticas por meio de análise bibliográfica e 23 (vinte e três) entrevistas semi-estruturadas com docentes do Terceiro Ciclo do Ensino Fundamental que lecionavam na Rede Pública Municipal de Contagem/MG (primeiro semestre/2010). Neste texto, apresentamos alguns aspectos/dimensões que singularizam estas geo-grafias docentes na metrópole, quais sejam: a relação destes sujeitos com a casa e a constituição de “pedaços” docentes (Magnani, 1998) . PALAVRAS-CHAVE : Geo-grafias docentes . Metrópole. Casa. Pedaço.

Estudos articulados sobre o uso de dispositivos eletrônicos por crianças de 0 a 6 anos

Estudos articulados sobre o uso de dispositivos eletrônicos por crianças de 0 a 6 anos O uso de dispositivos eletrônicos com tecnologia touch screen tem aumentado não só no Brasil, mas no mundo todo. Entendendo que o acesso crescente resulta de uma confluência entre maior acessibilidade aos aparelhos, praticidade para os responsáveis, e facilidade de uso pelas crianças, buscamos neste artigo relatar resultados de estudos articulados em torno de compreender melhor o uso com foco nos seguintes aspectos: motivação dos responsáveis e das crianças, proficiência, os contextos de maior uso, a atitude dos responsáveis e os conceitos que têm sobre os aparelhos com a tecnologia touch screen. Quatro estudos articulados foram realizados com crianças de 6 meses a 6 anos. Os resultados são discutidos sob as óticas teórica e metodológica. Concluímos que a diversidade de instrumentos adotados ofereceu maiores possibilidades de compreensão de análise do problema, mas que são necessários estudos de natureza longitudinal para que se possa avaliar efetivamente o impacto, no desenvolvimento das crianças pequenas, do uso das tecnologias digitais. Palavras-chave: tecnologia touch screen ; infância; desenvolvimento infantil