CONTRIBUIÇÕES DA TEORIA HISTÓRICO-CULTURAL PARA A PESQUISA COM OS MAPAS VIVENCIAIS

CONTRIBUIÇÕES DA TEORIA HISTÓRICO-CULTURAL PARA A PESQUISA COM OS MAPAS VIVENCIAIS Resumo: O presente trabalho se propõe a discutir o conceito de “vivência” nas obras de Vigotski. A nosso ver, este conceito contribui para que os estudiosos da educação interpretem toda a ação humana como portadora de uma certa atividade criativa. Sendo assim, acreditamos que a geografia pode se apropriar dessa discussão no desenvolvimento de uma metodologia para a cartografia escolar, uma vez que entendemos que o ensino de mapas não é só a aprendizagem do alfabeto que vai estar presente no mapa oficial; e defendemos o mapa enquanto ferramenta cultural cujo princípio é mediar a relação do homem com a natureza, compreendendo que esta relação é carregada de cultura e historicidade num cenário de permanente criação. Trabalhamos com a metodologia dos mapas vivenciais cuja intenção é mapear a relação do sujeito com o meio em que vive, entendendo que esta relação forma uma unidade, já que todo aluno estuda numa determinada instituição e vive num lugar específico que o constitui enquanto cidadão. Palavras-chaves: Teoria histórico-cultural, vivência e cartografia escolar.

Trajetórias de estudantes migrantes internacionais face às desigualdades educacionais no Brasil, de 2014 a 2017

Trajetórias de estudantes migrantes internacionais face às desigualdades educacionais no Brasil, de 2014 a 2017 Resumo Este artigo apresenta um estudo sobre os percursos escolares de estudantes migrantes internacionais matriculados na Educação Básica no Brasil entre os anos de 2014 e 2017. A intenção da pesquisa é construir um panorama nacional sobre a distribuição desses estudantes e analisar suas trajetórias, sobretudo em relação à permanência no sistema de ensino. O estudo, organizado a partir de uma perspectiva longitudinal e quantitativa, analisa o fluxo escolar de migrantes internacionais e as trajetórias dos estudantes a partir de três coortes iniciadas em 2014 a fim de discutir o conceito de “trajetória protegida” no ensino fundamental e no ensino médio, no contexto de um sistema de ensino perpassado por desigualdades sociais e educacionais. A pesquisa identifica uma intensa rotatividade dos estudantes, que pode estar relacionada à evasão, continuidade dos processos migratórios, fragilidades da documentação e registro de matrícula junto ao Censo. Palavras-chave: desigualdades educacionais; estudantes migrantes internacionais; políticas educacionais; trajetórias protegidas

UM MOMENTO DE TRANSIÇÃO PARADIGMÁTICA: REFLEXÕES ACERCA DO “FUTURO” DA UNIVERSIDADE NO CONTEMPORÂNEO…

UM MOMENTO DE TRANSIÇÃO PARADIGMÁTICA: REFLEXÕES ACERCA DO “FUTURO” DA UNIVERSIDADE NO CONTEMPORÂNEO… RESUMO Este artigo objetiva refletir acerca do “futuro” da universidade pública brasileira no contemporâneo, discutindo o momento de transição paradigmática na qual ela se encontra. A fim de dialogar sobre esta (nada fácil) questão, subdividi o artigo em duas partes. Na primeira, procuro situar a crise da universidade em nosso tempo, chamando atenção para movimentos que vem sendo gestados (alguns, inclusive, bem aceitos) que colocam a universidade em uma condição de menoridade frente a determinações de “fora para dentro”. Na segunda, procuro trabalhar com a ideia de que vivemos em um tempo de transição paradigmática, com desdobramentos impactantes para a formação universitária e para a universidade como instituição republicana, que colocam em crise seus maiores patrimônios: o conhecimento e a credibilidade. Se não enfrentarmos com radicalidade a questão do “futuro da universidade”, nos restará o destino anunciado da “universidade do futuro”, um discurso que ganha ares de vanguarda e irreversibilidade em nosso tempo. Palavras-chave: Universidade; Transição Paradigmática; Contemporâneo.

A prova social da escolarização entre jovens de escolas públicas: escola e interatividade nas periferias de Porto Alegre

A prova social da escolarização entre jovens de escolas públicas: escola e interatividade nas periferias de Porto Alegre Resumo: As problematizações abordadas no artigo partem de pesquisa em curso em bairros de periferia de Porto Alegre/RS, destacando-se dados quantitativos produzidos durante o ano de 2018. A escrita toma por objetivo compreender como os jovens experienciam a prova social da escolarização em escolas públicas sediadas em localidades socialmente vulnerabilizadas da cidade. As contribuições de Danilo Martuccelli são os principais referentes, sendo que as interlocuções em campo preveem a aplicação de questionários e a realização de entrevistas. Aqui, trazemos uma análise parcial dos resultados obtidos em dois bairros com a primeira técnica. Com base nisso, consideramos, para a sequência das incursões, a hipótese de uma implicação mútua entre práticas sociáveis e institucionais junto aos jovens, de forma que modos de presença interativa percorrem diferentes níveis de ensino. Palavras-chave: Escolarização; Prova social; Jovens; Periferias.

UMA HISTÓRIA DO LIVRO ESCOLAR PRODUZIDO NO BRASIL PARA AS ESCOLAS ITALIANAS (1896 – 1907)

Resumo: o presente texto tem como objetivo analisar seis livros didáticos publicados no Brasil e voltados para os alunos das escolas italianas, atentando para a produção e a materialidade dos mesmos. O corpus empírico é composto por sete exemplares de livros que foram entrecruzados com jornais, relatórios consulares, correspondências e fotografias, tomados a partir da análise documental histórica que buscou perscrutar evidências, indícios e recorrências a partir do objeto da investigação, à luz da História Cultural e da História da Educação. O recorte temporal corresponde a 1896 quando foi publicado o primeiro livro no Rio Grande do Sul e finda em 1907, pois é o ano em que foram publicadas as demais obras. É nesse arco temporal de 1896 e 1907 que esse texto se detém, sinalizando num primeiro momento a questão da imigração italiana para o Brasil e os processos de escolarização derivados desse movimento e, num segundo, analisando a produção e a materialidade dos referidos livros. Palavras-chave: Livro escolar. Escolas italianas. Alfabetização. Produção e circulação.

Jovens Mulheres no Ensino Médio: expressões culturais, modos de ser jovem e relações de sociabilidade na escola

JOVENS MULHERES NO ENSINO MÉDIO : EXPRESSÕES CULTURAIS, MODOS DE SER JOVEM E RELAÇÕES DE SOCIABILIDADE NA ESCOLA Resumo : O presente trabalho objetiva compreender como são expressos e que características são singulares nos modos de ser jovem, estudante do Ensino Médio e mulher no que se refere às formas de expressão da cultura juvenil e como se apresentam no espaço escolar. O estudo se inscreve no campo da pesquisa qualitativa reconstrutiva com interface nos aportes teórico-metodológicos da Fenomenologia Social de Alfred Schütz, utilizando Entrevista Narrativa como técnica de reunião dos dados e o Método Documentária de Interpretação para a análise do corpus da investigação. Foram entrevistadas 6 jovens estudantes do Ensino Médio, matriculadas em escolas públicas da cidade de Belém, com idades entre 16 e 19 anos. Os resultados revelaram que as reivindicações de expressão estética, críticas à escola e suas lógicas de organização, assim como as demandas de protagonismo nesse espaço são deslocados para as inscrições corporais que se manifestam por meio de estilos, vestuários, adereços e uma indumentária que quando posta em cena reflete um conjunto de significados particulares de suas culturas juvenis. Palavras-chave: Jovens mulheres; Ensino Médio; Sociabilidades; Expressões culturais

Com ou sem laudo: formação docente, psicologia e luta pela inclusão na educação

COM OU SEM LAUDO: FORMAÇÃO DOCENTE, PSICOLOGIA E LUTA PELA INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO RESUMO Pensar a inclusão educacional tem trazido questionamentos variados para as equipes escolares, especialmente quanto à obrigatoriedade do laudo e de um diagnóstico das crianças. Este artigo objetiva apontar contribuições da psicologia para uma formação docente na perspectiva inclusiva, problematizando o uso do laudo e sua relação com as práticas a partir das políticas públicas na Educação Inclusiva. Para tal, analisa a nota técnica n.04 de 2014, do Ministério da Educação, que explicita a não exigência do laudo como condição para a inclusão. A análise desta e de outros documentos aponta polêmicas não resolvidas no campo das políticas públicas voltadas à inclusão, em confronto com forças distintas que alimentam práticas contraditórias. Propõe-se uma formação fundamentada por teorias e práticas psicológicas que agem na inclusão da diferença, na democratização da educação, comprometidas com a classe popular, com as pessoas com deficiência. Aposta-se nos encontros entre alunos e docentes, sujeitos históricos e sociais, potentes e capazes de superar práticas e concepções medicalizantes. Palavras-chave: laudo; educação inclusiva; psicologia da educação; formação de professores

A práxis como categoria estruturante do projeto de transformação na forma da escola do campo

A práxis como categoria estruturante do projeto de transformação na forma da escola do campo Resumo. O objetivo deste artigo é compreender em que medida os egressos do curso de Licenciatura em Educação do Campo, que residem no Assentamento Antônio Conselheiro – Mato Grosso. internalizaram, a partir da formação inicial e continuada, possibilidades de transformação da forma escolar, evidenciando aproximações com a perspectiva de práxis emancipadora. Partimos da seguinte indagação: de que maneira esses egressos internalizaram possibilidades de transformação da forma escolar evidenciando uma concepção de práxis emancipadora? À luz do Materialismo Histórico-Dialético utilizamos, como procedimento investigativo, a pesquisa bibliográfica e a análise de dois artigos produzidos pelos egressos em seu processo de formação continuada, destacando intencionalidades voltadas para a práxis emancipadora. Os resultados desta análise desvelam que um projeto que busca alterar a forma escolar, na perspectiva de construir uma proposta de educação de qualidade que seja referenciada socialmente, implica que sejam ressignificados a concepção de sujeito; a relação teoria e prática; concepção de realidade e o vínculo com a transformação social. Palavras-chave: Práxis, Formação Docente, Educação do Campo.

KARINGANA WA KARINGANA: UMA INCURSÃO PELA POESIA PARA INFÂNCIA EM MOÇAMBIQUE

A literatura para infância em Moçambique tem nos últimos 10 anos se ampliado, trazendo à cena a produção de jovens escritores comprometidos com a formação de leitores. Assim, este artigo apresenta três títulos poéticos de três escritores dessa nova geração, buscando demarcar as principais características das suas construções e as estratégias comunicativas com as crianças, são eles: Viagem pelo mundo num grão de pólen e outros poemas , de Pedro Pereira Lopes (2015), O Gil e a Bola Gira e outros poemas para brincar , do escritor Celso C. Cossa (2016), e Passos de magia ao sol , de Mauro Brito (2016), todos publicados pela chancela da editora da Escola Portuguesa de Moçambique, sob a coordenação editorial de Teresa Noronha. O conjunto de 36 poemas dos três livros dialoga com a poética contemporânea para infância na sua feitura por meio de versos livres e se reveste de plena ludicidade, quer no nível lexical, sintático e/ou semântico. Nas três produções se verifica um afastamento das publicações que circularam pós-independência que buscavam “transmitir” às crianças normas de bom comportamento, valores cívicos, com fins utilitaristas e pedagógicos. Desse modo, a poética lúdica e brincante dessa produção almeja um leitor sensível e ativo, que também possa se inscrever no texto.

“Novo Ensino Médio” quem conhece, NÃO aprova!!

“Novo Ensino Médio” quem conhece, NÃO aprova!! Neste trabalho discutimos a proposta do “Novo Ensino Médio”, analisando as percepções de estudantes secundaristas de duas escolas públicas estaduais no RS. Motivados pela propaganda do governo federal que afirma que quem conhece, aprova a Reforma do Ensino Médio, realizamos uma pesquisa com estudantes matriculados nesta etapa da Educação Básica com a intenção de verificar se eles conheciam a proposta do “Novo Ensino Médio” e se eles aprovavam a mesma. Para tanto, aplicamos questionários com 143 estudantes, matriculados nos três anos do EM. A análise dos dados nos permite inferir que a maioria dos jovens não aprova o “Novo Ensino Médio”, mesmo possuindo pouco conhecimento sobre as mudanças previstas com a implementação da reforma. A participação na pesquisa deu acesso aos estudantes a muitas informações sobre a reforma. Ao tomarem conhecimento da proposta de implementação dos itinerários e da mudança na oferta das disciplinas os estudantes manifestaram preocupação com o futuro dos estudantes que frequentarem a nova organização curricular, uma vez que percebem o foco em conteúdos de Português e Matemática e o esvaziamento das demais áreas do conhecimento. Palavras-chave: Ensino Médio, Políticas Educacionais, Reforma do Ensino Médio.