SIGNIFICAÇÕES DE CURRÍCULO NOS TEXTOS POLÍTICOS DESTINADOS À EDUCAÇÃO INFANTIL

SIGNIFICAÇÕES DE CURRÍCULO NOS TEXTOS POLÍTICOS DESTINADOS À EDUCAÇÃO INFANTIL RESUMO Este trabalho analisa as articulações e produções de sentido presentes em textos políticos destinados à educação infantil e problematiza alguns aspectos relacionados às políticas curriculares dirigidas a ela, para identificar e interpretar quais sentidos estão sendo fixados para o seu currículo. Propõe analisar as políticas curriculares e compreender variáveis e indefinições sobre diferentes sentidos, sem, no entanto, fixá-los de forma permanente. Analisa textos políticos com o intuito de perceber as significações de currículo, que foram hegemonizados e fixados em determinado momento contextual e os embates e articulações políticas que cercam essas significações, além dos antagonismos que eles carregam. Para tal, se apoia no conceito de antagonismo da Teoria do Discurso (LACLAU e MOUFFE, 2015), que o concebe não como a luta entre identidades prontas, construídas antes da própria relação antagônica, mas como “condição de possibilidade para a formação de identidades políticas e não meramente um campo de batalha que se forma entre duas forças já prontas” (MENDONÇA, 2014, p. 152). Palavras-chave: POLÍTICAS DE CURRÍCULO; EDUCAÇÃO INFANTIL, ANTAGONISMO.

“NOSSA ESCOLA TEM LIVROS, BRINQUEDOS E BURACO NO CHÃO”: ruralidades esgarçadas e os modos de grafar a escola pelas crianças

“NOSSA ESCOLA TEM LIVROS, BRINQUEDOS E BURACO NO CHÃO”: ruralidades esgarçadas e os modos de grafar a escola pelas crianças Resumo: O texto resulta de uma investigação realizada em uma comunidade rural no sertão da Bahia. Para tanto, moveu-se a partir da seguinte pergunta: o que narram as crianças sobre a experiência de habitar Canudos Velho? Ao longo do estudo buscamos compreender como as crianças tecem suas experiências, atribuem sentidos aos lugares e grafam espaços vividos. Do ponto de vista metodológico, o estudo ancorou-se em pressupostos da pesquisa (auto)biográfica, na vertente da pesquisa narrativa, utilizando-se de narrativas orais de três estudantes dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental e de observações. A pesquisa revelou que, no contexto investigado, a experiência de habitar o rural é marcada por processos de exclusão e marginalização social, associados à negação de direitos e à ausência de políticas públicas que assegurem melhores condições de vida para os sujeitos. Tal cenário, que exibe o esgarçamento do rural, apresenta elementos emblemáticos para pensar o papel do estado e de políticas que atuem para a transformação dessa realidade, especificamente no tange à escola/educação. Palavras-chave: Ruralidades, Narrativas infantis, Escola rural, Ensino Fundamental.

ESCREVIVÊNCIAS : O BLOG E O MICROBLOG COMO ESPAÇOS DE PESQUISA EM HISTÓRIA DE VIDA

ESCREVIVÊNCIAS : O BLOG E O MICROBLOG COMO ESPAÇOS DE PESQUISA EM HISTÓRIA DE VIDA RESUMO A pesquisa em que este trabalho se baseia teve como objetivo contribuir com o conhecimento e diagnóstico das formas de violências, incluindo a violência/abuso sexual em contextos de fundamentalismos religiosos , numa perspectiva cultural, histórica e sociológica. Buscaram-se histórias de vida de mulheres que sofreram na infância/adolescência algum tipo de violência nesses contextos. Fez-se o levantamento de estudos de autores que suscitam debates em torno dessas questões, tendo sempre em vista possibilidades de debates sobre o papel que nela tem a Educação. A metodologia pauta-se na definição de uma coleta de base, representada pelas histórias de vida por meio de um blog . Como resultado, concluiu-se que para pesquisar temáticas ainda envoltas em silenciamentos e preconceitos, como a relação entre violência de gênero e fundamentalismos religiosos , aliar o blog a outras ferramentas da cibercultura, como o Twitter, pode ser de grande relevância, uma vez que isso suscita o debate e permite a criação de espaços de confiança e intimidade que favorecem a partilha de depoimentos pessoais. Palavras-chave : Blog. Twitter. Ferramentas digitais de pesquisa. História de vida. Fundamentalismos Religiosos.

EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS: O CURRÍCULO NA ESCOLA DO/NO TERRITÓRIO QUILOMBOLA

EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS: O CURRÍCULO NA ESCOLA DO/NO TERRITÓRIO QUILOMBOLA Esta pesquisa objetivou analisar as práticas da educação escolar quilombola, a partir do currículo em interface com a realidade sociocultural. Buscou-se amparo nas contribuições de Oliveira (2011) para pensar o conceito de quilombo; Hall (2011) para refletir sobre identidade; Silva (2004), Sacristán (1995) e Gomes (2012) para discutir currículo; e Miranda (2012; 2015) para conceituar a educação escolar quilombola. Para tanto, se desenvolveu uma pesquisa de natureza qualitativa, por meio de um estudo de caso, do tipo etnográfico, numa escola situada em um território quilombola. Para análise dos dados elegeu-se a análise de conteúdo. Os primeiros resultados obtidos apontam que os documentos que direcionavam o trabalho educativo da escola tomavam como base as diretrizes curriculares nacionais da educação do campo, desconsiderando o território quilombola. Contudo, o ensino de história e cultura africana e afro-brasileira se constituíam nas práticas escolares em diálogo com as vivências construídas no interior da comunidade, configurando ações de uma educação escolar quilombola. Palavras-chave: Educação Escolar Quilombola. Identidade. Currículo. Práticas educacionais.

A CONCEPÇÃO NEUROPSICOLÓGICA COMO TENDÊNCIA À FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES: REFLEXÕES A PARTIR DA PSICOLOGIA HISTÓRICO-CULTURAL

A CONCEPÇÃO NEUROPSICOLÓGICA COMO TENDÊNCIA À FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES: REFLEXÕES A PARTIR DA PSICOLOGIA HISTÓRICO-CULTURAL Resumo O presente artigo configura-se como parte de pesquisa realizada em processo de doutoramento em Educação, que analisa as propostas de formação continuada de professores considerando as condições objetivas para a educação e a formação para a emancipação humana na sociedade contemporânea. O objetivo é analisar a inserção da abordagem neuropsicológica como tendência formativa em expansão. A Psicologia Histórico-Cultural, em Vygotsky e Luria, é referencial teórico-metodológico para este texto. Para tal, foram identificadas propostas de formação por meio de marketing digital, sendo 04 selecionadas e 01 analisada. Como resultado, compreende-se que é importante pensar no processo formativo docente para o qual a tendência neuropsicológica tem contribuído, e que é preciso ir além do entendimento de como o cérebro aprende. Faz-se necessário considerar também a influência dos pressupostos neoliberais sobre tal tendência e seu antagonismo aos fundamentos histórico-culturais. Palavras-chave: Neuropsicologia. Formação Continuada. Professores. Psicologia Histórico-Cultural.

Meninos e meninas nas aulas de Matemática: o que pensam as professoras?

MENINOS E MENINAS NAS AULAS DE MATEMÁTICA: O QUE PENSAM AS PROFESSORAS? Resumo: este trabalho objetiva compreender as percepções das professoras sobre meninas e meninos nas aulas de Matemática no ensino médio. A temática é relevante pois existe um certo ideário social que coloca a Matemática como reduto masculino, como se os homens tivessem mais facilidade nesta área. Os/as principais autores/as que embasam a discussão são: Barbosa (2016), Bernal (2007), Casagrande (2011), Louro (2014), Scott (1995), Souza e Fonseca (2010) e Walkerdine (1995). É uma pesquisa de caráter qualitativo na qual foram ouvidas seis professoras de Matemática que atuam no ensino médio da rede pública. Os dados apontam que as professoras percebem os meninos como “naturalmente” capazes e aptos para a Matemática, enquanto atribuem o sucesso das meninas ao esforço e à dedicação, evidenciando uma valoração diferenciada de seus resultados. As reflexões sobre gênero e matemática podem contribuir para a construção de uma educação democrática, que visa o desenvolvimento das capacidades de alunas e alunos na área da Matemática sem a hierarquização de um gênero ou outro, pois há diferenças entre o próprio grupo de meninos e de meninas. Palavras-chave: Matemática. Gênero. Ensino Médio. Expectativas de gênero. Ensino.

Expressões do pensamento geométrico em narrativas de professoras que ensinam matemática no Ensino Fundamental I

Resumo Que expressões do pensamento geométrico emergem das narrativas de professoras participantes de uma rede de aprendizagem e desenvolvimento da docência? Essa é a problemática que suscita em nós o interesse em investigar um espaço de formação que integra professoras iniciantes, experientes e futuras professoras que ensinam e ensinarão matemática. Objetivamos analisar expressões do pensamento geométrico de professoras participantes dessa rede. Tais expressões se manifestaram por meio de suas narrativas que revelaram inquietações relacionadas (1) ao papel da linguagem e das representações em aulas de geometria; (2) aos atributos definidores das figuras geométricas (3) à localização e movimentação no espaço. Esta pesquisa é qualitativa e foi construída a partir de dados narrativos. Notamos que novos repertórios metodológicos foram incorporados nas práticas das professoras, uma vez que são interpretados como estratégias de ensino de geometria. Concluímos que espaços como essa rede, que congrega professoras experientes, iniciantes e licenciandas, reverberam na ação de ensinar matemática no Ensino Fundamental I. Palavras-chave: Educação Matemática; Pensamento Geométrico; Formação de Professores; Narrativas.

SURDEZ E CONSTRUÇÃO SOCIAL DA IDENTIDADE

SURDEZ E CONSTRUÇÃO SOCIAL DA IDENTIDADE Resumo : Esta comunicação tem por objetivo apresentar resultados de pesquisa que investigou a construção da identidade social de sujeitos surdos, por meio de suas trajetórias, com ênfase nos processos de escolarização e, subsidiariamente, nos de socialização, na medida em que se parte da premissa que a identidade individual é resultado de diferentes experiências sociais concretas às quais os sujeitos são submetidos. Para tanto, foram selecionados três sujeitos surdos (um homem e duas mulheres) pertencentes a diferentes estratos sociais, os quais, por meio de entrevistas semiestruturadas, ofereceram um conjunto de dados sobre seus processos de escolarização e socialização. Os resultados revelam que a apropriação e uso predominante da língua de sinais ou língua oral, embora seja fundamental para a construção dessas identidades, não foi o único vetor responsável por uma inserção social mais ou menos qualificada porque, para além da condição da surdez, as distintas possibilidades que o meio social oferece, são elementos fundamentais para essa construção, sem desconsiderar a importante marca que essa condição lhes confere. Palavras-chave : Educação Especial, Surdez, Processos de escolarização, Trajetórias sociais.

GÊNEROS TEXTUAIS/DISCURSIVOS E CAPACIDADE DE LINGUAGEM DOMINANTE: ANÁLISE DOS LIVROS DIDÁTICOS DE ALFABETIZAÇÃO DESTINADOS ÀS ESCOLAS PÚBLICAS BRASILEIRAS

GÊNEROS TEXTUAIS/DISCURSIVOS E CAPACIDADE DE LINGUAGEM DOMINANTE: ANÁLISE DOS LIVROS DIDÁTICOS DE ALFABETIZAÇÃO DESTINADOS ÀS ESCOLAS PÚBLICAS BRASILEIRAS RESUMO Quais gêneros textuais/discursivos chegam às escolas públicas brasileiras a partir dos livros didáticos? Quais capacidades de linguagem os gêneros selecionados por esses livros podem desenvolver nos(as) alunos(as) em fase de alfabetização? Essas inquietações direcionam esse trabalho, cujo objetivo é investiga a diversidade de gêneros disponível nos livros didáticos de alfabetização, avaliados pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) em suas edições 2010 e 2013. Os dados, tratados à luz do prisma qualitativo e quantitativo (MINAYO & SANCHES, 1993), foram categorizados em seus “aspectos tipológicos” e em suas “capacidades de linguagem dominantes” (SCHNEUWLY e DOLZ, 2004, p. 58). O aporte teórico fundou-se em Schneuwly e Dolz (2004) e Bakhtin (2011), dentre outros. Observou-se que os livros analisados apresentam uma diversidade de gêneros que propiciam o desenvolvimento de capacidades de linguagem variadas, que possibilitarão aos sujeitos a participação nos diversos contextos sociais. Palavras-chaves: gêneros textuais/discursivos; livro didático; Guia do livro didático de alfabetização e letramento.

AVALIAÇÃO EXTERNA NA EDUCAÇÃO BÁSICA: DO ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA À BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR

AVALIAÇÃO EXTERNA NA EDUCAÇÃO BÁSICA: DO ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA À BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR RESUMO O trabalho apresenta resultados de pesquisa que analisa a temática da avaliação externa na Educação Básica e sua relação com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica e com a Base Nacional Comum Curricular, tendo em conta a perspectiva do Estado Avaliador que com o objetivo de controlar e fiscalizar, por meio de exames nacionais, busca adotar critérios censitários para comparação de resultados. Está estruturado em quatro seções. Inicialmente, introduzimos a temática apoiadas em autores de filiações teóricas que nos auxiliam a problematizar os modos pelos quais a avaliação externa tem sido incorporada à Educação Básica no Brasil. Nas seções seguintes, analisamos a configuração atual das políticas educacionais para dimensionar as consequências da avaliação externa no processo pedagógico. Metodologicamente, recorremos à análise documental. Por fim, na quarta seção, expomos as conclusões acerca da avaliação externa agindo como reguladora do trabalho docente e das perspectivas curriculares nas escolas brasileiras. Palavras-chave: Avaliação externa. Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular.