Narrativa Inventada, Consequências Materiais: a apropriação do discurso de “Ideologia de Gênero” pela Aliança Conservadora na educação brasileira

NARRATIVA INVENTADA, CONSEQUÊNCIAS MATERIAIS: a apropriação do discurso de “Ideologia de Gênero” pela Aliança Conservadora na educação brasileira O presente artigo discorre sobre o histórico de criação da narrativa contemporaneamente conhecida como “Ideologia de Gênero” e sua popularização através de uma coalizão de diferentes e contraditórios grupos hegemônicos no contexto político e social brasileiro. Criada na década de 1990 por setores da Igreja Católica para combater os avanços de movimentos globais de mulheres e feministas em busca da equidade de gênero (GARBAGNOLI, 2016; MIGUEL, 2016), a narrativa tem sido apropriada e mobilizada no contexto da educação brasileira com o propósito de impedir que assuntos como gênero e sexualidade sejam discutidos nas escolas. Além disso, através das lentes teóricas desenvolvidas por Michael Apple (2002), a partir da realidade educacional estadunidense, o trabalho realiza a descrição de um bloco hegemônico caracterizado por um contraditório “guarda-chuva ideológico” e analisa como esse bloco, chamado de Aliança Conservadora, tem sido bem-sucedido na intervenção neoconservadora e neoliberal na educação do país. PALAVRAS-CHAVE: Gênero. “Ideologia de Gênero”. Feminismos. Aliança Conservadora. Conservadorismo. Escola Sem Partido.

EDUCAÇÃO SUPERIOR E FORMAÇÃO DOCENTE: AINDA DISCUTIMOS A DICOTOMIA DA FORMAÇÃO PARA OS CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS OU PARA OS CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS-DIDÁTICOS?

EDUCAÇÃO SUPERIOR E FORMAÇÃO DOCENTE: AINDA DISCUTIMOS A DICOTOMIA DA FORMAÇÃO PARA OS CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS OU PARA OS CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS-DIDÁTICOS? Resumo O tema de que trata esse artigo é fruto de estudos teóricos, debates e preocupações que vem ganhando cada vez mais espaço no meio acadêmico e que tem protagonizado muitas reflexões internas nas IES. Ele inspira-se em pesquisa bibliográfica, associada a vivência como docente universitária, gestora e orientadora de dissertações de mestrado na área da Educação Superior, a partir da temática proposta, cujo objetivo principal foi compreender a possibilidade de estabelecer relações entre a ausência de formação pedagógico-didática dos docentes e de políticas definidoras dessa formação e a qualidade do ensino, na Educação Superior, além de atentar para a necessidade da que envolve os conhecimentos do campo específico da formação e os conhecimentos pedagógico-didáticos, na perspectiva de entender o Ensino como um importante componente que compõe o tripé que forma a Universidade. Palavras chave: Docência Universitária, Formação Pedagógico-Didática, Políticas Públicas, Educação Superior, Qualidade do Ensino

PERSPECTIVAS EDUCACIONAIS E PROFISSIONAIS DE EGRESSOS DO PROEJA DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO AMAPÁ

Resumo: Este artigo tem como objetivo investigar as perspectivas educacionais e profissionais de egressos do Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de (PROEJA) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá (IFAP), Campus Macapá, no período de 2012 a 2017. Os dados foram obtidos a partir da aplicação de questionário e realização de entrevista semiestruturada com egressos do Programa. No que concerne a continuidade dos estudos, a pesquisa apontou que grande parte dos egressos, 65%, não ingressou no ensino superior, tendo em vista que suas baixas notas nos processos de seleção. Também se evidencia que há reduzido número de concluintes que trabalham na área em que realizaram a formação no PROEJA, sendo que 60% dos egressos não trabalham em qualquer área, por falta de oportunidade. Em síntese, ainda que se identifique alguns resultados positivos do Programa na perspectiva de egressos, ressalta-se que o mesmo não é capaz de superar o processo de negação de direitos ao público da EJA. Palavras-chave : PROEJA. Egressos. Escolarização. Trabalho.

CONHECIMENTO E RAÇA: rachaduras no currículo escolar

CONHECIMENTO E RAÇA: rachaduras no currículo escolar Resumo: A noção de raça sempre foi de interesse de estudo no campo científico, transcorrendo ideias do biológico ao cultural. No Brasil a sua problematização levava a uma interpretação da desigualdade racial, da democracia racial, e uma idealização de educação antirracista. Tal interpretação desencadeou dentro da política pública educacional, com a participação do Movimento Negro, a elaboração de documentos, que estão configurados em leis, resoluções e diretrizes nacionais para educação das relações étnico-raciais. Pensando essas interpretações, este escrito provoca uma discussão acerca do conhecimento escolar, currículo e raça. E para isso, trago dentro da leitura, documentos da política pública para uma educação racial. Ao trazer os documentos, não desconsidero sua importância, mas os coloco como um processo de negociação – a política de investimento radical – (LOPES, 2015), que é perturbada pelos trincamentos nelas incitadas. Desse modo, o texto é, contudo, uma provocação a um processo interpretativo, que se faz na tradução, na desconstrução. Palavras-chave: Currículo. Conhecimento. Raça. Política.

Estratégias de formação de professores alfabetizadores e o trabalho com a linguagem

Estratégias de formação de professores alfabetizadores e o trabalho com a linguagem RESUMO Este artigo é fruto de uma pesquisa-formação longitudinalmente desenvolvida, junto a professores alfabetizadores de escolas da rede pública de uma capital do sudeste brasileiro que frequentaram encontros de formação acontecidos na universidade. Nele destacamos a necessidade da escolha de uma concepção de linguagem com que se deseje trabalhar nas práticas escolares para o planejamento de estratégias didáticas de formação coerentes. O embasamento teórico tece-se de autores como Bakhtin (2011, 2017), Smolka (1988), Mortatti (2004, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011a, 2013) e Freire (2006). Tencionamos discutir as estratégias didáticas presentes em oito pesquisas que tiveram como tema de estudo os encontros de formação docente. Como resultado, pudemos identificar componentes de uma didática da formação, com ênfase em princípios dialógicos, pela via das interações interlocutivas, que entendemos ser relevantes para a discussão acerca de estratégias formativas, apresentando uma maneira de pensar a formação que valoriza os saberes docentes, bem como a importância da interlocução no processo formativo. PALAVRAS-CHAVE: Formação de alfabetizadores, estratégias da formação, alfabetização.

DO “CRER PARA VER” AO VER PARA CRER: UMA BREVE TRAJETÓRIA DO INSTITUTO NATURA NAS POLÍTICAS DE COLABORAÇÃO FEDERATIVA

E ste artigo tem por objetivo analisar a atuação do Instituto Natura (IN) no que tange à elaboração e implementação de políticas de colaboração para a oferta da educação pública, dentro do desenho do federalismo brasileiro. São analisadas aqui ações do IN, com ou sem parcerias institucionais, no desenho de novas formas de colaboração intergovernamental. Constitui-se em um estudo exploratório de caráter qualitativo e ancora-se na pesquisa bibliográfica e documental tomando como fontes primárias registros eletrônicos de documentos oficiais, notícias veiculadas na mídia digital e conteúdos de sites oficiais. Os dados levantados revelam uma ampla e crescente inserção do IN no campo da educação pública brasileira, trazendo não apenas aportes ferramentais de apoio pedagógico, formativo e de gestão, mas também atuando na formulação dos Arranjos de Desenvolvimento da Educação (ADE) e outras formas de colaboração intergovernamental ancoradas no investimento social privado e na nova gestão pública.

O SMARTPHONE E A PRODUÇÃO DE MEMES COMO DISPOSITIVOS DE APRENDIZAGEM

O SMARTPHONE E A PRODUÇÃO DE MEMES COMO DISPOSITIVOS DE APRENDIZAGEM RESUMO Este trabalho é resultado de uma pesquisa de mestrado em educação, que teve como objetivo compreender como os alunos usam os smartphones no processo de aprendizagem, para se apropriarem das informações, compartilharem e produzirem conhecimentos nos diferentes espaçotempo do cotidiano escolar. Neste trabalho, propomos discutir e repensar sobre o uso do smartphone no ambiente educacional e a utilização de aplicativos para a produção de memes como dispositivo de aprendizagem discente. A metodologia dessa investigação foi de abordagem qualitativa conduzida pela pesquisa-ação que implica na reflexão permanente sobre a ação. O trabalho foi desenvolvido com 21 alunos do ensino médio em uma escola da rede pública de Sergipe onde realizamos oficina para a produção de memes utilizando smartphones . Como resultado percebemos que os alunos utilizam o smartphone para além de acesso a redes sociais, pois eles produzem e compartilham conhecimentos usando diferentes aplicativos. Desta forma, entendemos que os smartphones na educação podem potencializar novas práticas pedagógicas mais interativas e colaborativas. Palavras-chave: Aprendizagem . Cotidiano escolar. Educação. Smartphones.

Desafios da mediação familiar e escolar no uso das tecnologias digitais pelas crianças

DESAFIOS DA MEDIAÇÃO FAMILIAR E ESCOLAR NO USO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS PELAS CRIANÇAS Resumo: O presente artigo tem como objetivo refletir sobre as mediações familiares e escolares no uso de tecnologias digitais por crianças, seus desafios e suas possíveis implicações. A reflexão parte de uma pesquisa de doutorado (2014/2018), fundamentada nos estudos da infância, da cultura e da mídia-educação, com abordagem qualitativa e aproximações aos métodos mistos e à bricolagem. A etapa empírica envolveu aplicação de questionários aos familiares; entrevistas a professoras da Educação Infantil e do Ensino Fundamental; grupo focal e de formação com familiares, professoras e estudantes de Pedagogia. E por fim, as considerações destacam que se as tecnologias digitais estão presentes desde cedo nas práticas culturais e lúdicas das crianças, nem sempre os adultos possuem clareza sobre os riscos e as possibilidades; a escolaridade e a classe social não demonstraram ser determinantes na qualidade da mediação; e a realização do grupo de formação contribuiu com outras posturas, mais qualificadas, em relação a mediação dos usos e consumos das tecnologias pelas crianças. Palavras-chave: Mediação familiar e escolar. Crianças. Práticas culturais. Tecnologias digitais.

PRÁTICA PEDAGÓGICA EM AMBIENTE HOSPITALAR: EXPERIÊNCIAS DO VIVER EM UM CENTRO DE ONCOLOGIA INFANTO-JUVENIL

PRÁTICA PEDAGÓGICA EM AMBIENTE HOSPITALAR: EXPERIÊNCIAS DO VIVER EM UM CENTRO DE ONCOLOGIA INFANTO-JUVENIL Resumo O presente estudo transita entre a educação e a saúde ao abordar a prática pedagógica em ambiente hospitalar. Objetivamos compreender como se constituem as práticas pedagógicas do profissional pedagogo junto às crianças hospitalizadas em um centro de oncologia. Adotamos metodologicamente a pesquisa qualitativa do tipo descritiva. Os instrumentos de pesquisa utilizados foram observação sistemática da prática pedagógica e entrevista semiestruturada destinada a uma pedagoga da equipe multidisciplinar. Os dados da pesquisa revelam que na perspectiva da Pedagogia Hospitalar, prática pedagógica materializada na vertente do enfoque educativo torna-se efetivamente inclusiva, visando aproximar a criança das atividades que faziam parte de sua vida antes do adoecimento, como o convívio na escola. Ficou evidente que a prática pedagógica poderia ocorrer com mais frequência, bem como ressaltamos a importância da implantação de uma classe hospitalar no contexto em estudo, ampliando a atuação do pedagogo junto às crianças afastadas da escola por uma limitação decorrente do tratamento oncológico. Palavras-chave : Pedagogia Hospitalar; Prática pedagógica; Centro de oncologia.

PESQUISAS COM/AS MINORIAS NORTISTAS AMAZÔNIDAS: APORTES TEÓRICOS DE UM PÓS-CURRÍCULO DAS DIFERENÇAS

PESQUISAS COM/AS MINORIAS NORTISTAS AMAZÔNIDAS: APORTES TEÓRICOS DE UM PÓS-CURRÍCULO DAS DIFERENÇAS Resumo: O trabalho é parte das pesquisas implicadas de abordagem fenomenológica que vimos desenvolvendo no Nepce/PPGE/UFT com mulheres negras, crianças quilombolas, as travestis karajás, professoras do jalapão, professores gays, vinculadas à rede de pesquisa Rides, sobre a investigação com/as minorias nortistas amazônidas. Uma reflexão sobre o currículo masculino, o currículo colonial, que apesar de avanços nas pesquisas com/as diversidades(s) sexual, de gênero, étnicas, identitárias, raciais, geracionais; as mentalidades conservadoras brasileiras, eurocêntricas e agora, estadunidense, desapropriam as minorias sociais e ameaçam sua (re)existência. (Re)tomar a luta e dar voz a essas minorias sociais que fazem parte dos povos originários e comunidades tradicionais na/da Amazônia, é uma agenda atual, e com eles (as), uma possibilidade de contra discurso hegemônico, dado que nossas investigações ainda têm sido muito eivadas da concepção de “sujeito moderno” centrado, causando pouco impacto para uma política das diferenças e currículos decoloniais. Palavras-chave : Minorias nortistas amazônidas; Pesquisa implicada; Pós-currículo das diferenças.