META 19 DO PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO: gestão democrática ou gestão gerencialista

META 19 DO PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO: gestão democrática ou gestão gerencialista O artigo apresenta uma reflexão sobre a democratização da gestão das escolas públicas, ao discutir a Meta 19 do Plano Nacional de Educação 2014-2024, aprovado pela Lei N.º 13.005, de 25 de julho de 2014 (BRASIL, 2014c), um princípio constitucional que deve orientar todo o Sistema Nacional de Educação (SNE) pública. Busca-se interpretar o conteúdo da Meta e suas Estratégias, consideram-se os documentos que antecedem como a Constituição Federal de 1988, a LDB n.º 9.394/1996, o Plano Nacional de Educação Lei n.º 10.172/2001 (PNE 2001-2010) e a CONAE 2010, propondo uma reflexão com as produções bibliográficas acerca da temática. Concluiu-se que a Meta 19 e suas Estratégias, são tecnologias utilizadas pelo Estado para implantar políticas neoliberais utilizando-se de um discurso democrático para implementar uma política de gestão gerencialista. É possível observar ainda que por ser um conceito polissêmico e multidimensional, a gestão democrática aparece de forma genérica no documento, propiciando entendimentos gerencialista para a sua implementação. Palavras-chaves : Políticas Educacionais; Plano no Nacional de Educação (2014-2024); Meta 19; Gestão Democrática.

Da literatura ao cinema: pistas para começar uma conversa sobre a arte produzida para a infância

Da literatura ao cinema: pistas para começar uma conversa sobre a arte produzida para a infância Resumo: Tendo como inspiração a trajetória da literatura infantil, o artigo desenvolve reflexões e proposições acerca das artes e do cinema produzido para crianças na contemporaneidade. Busca-se entender o contexto e os desafios da produção audiovisual dialogando com pensadores das áreas de Cinema e Educação; Ensino das Artes e Infância. Quais as relações entre imagem, arte e infância? Como nos relacionamos com as crianças? O que queremos quando escrevemos, filmamos, criamos para elas? Essas questões serão desenvolvidas com vistas a elaborar possíveis pistas estéticas para a escolha e exibição de filmes infantis dentro e fora da escola. Palavras-chave: ensino da arte; cinema infantil; literatura infantil; cinema e educação; arte para crianças.

NO (IM)PULSO DA VIDA E DA DOCÊNCIA EM CURSO: MARCAS DE FORMAÇÃO ESTÉTICA DE ESTUDANTES DE ARTE E DE PEDAGOGIA

NO (IM)PULSO DA VIDA E DA DOCÊNCIA EM CURSO: MARCAS DE FORMAÇÃO ESTÉTICA DE ESTUDANTES DE ARTE E DE PEDAGOGIA O artigo focaliza percursos de formação estética de licenciandos de Arte e de Pedagogia de duas universidades públicas brasileiras. A pesquisa que lhe deu origem foi realizada por meio de ateliês biográficos (DELORY-MOMBERGER, 2006), nos quais os princípios do ateliê de arte, enquanto espaço de experiência e criação, também foram considerados. Se a ação do rememorar e o uso da palavra são próprios de um trabalho biográfico, nos ateliês biográficos realizados foram privilegiadas diferentes linguagens expressivas (pintura, recorte-colagem, desenho, música, dança, entre outros), de modo a fecundar outras formas de os licenciandos falarem de si e dos seus processos de formação estética. De que matéria é feita a narrativa de licenciandos em Arte e em Pedagogia? Como uns e outros fazem uso da palavra e da imagem? Que questões são evidenciadas em seus percursos e modos de dizer-se? As narrativas resultantes, textuais e imagéticas, dão a conhecer percursos formativos singulares-plurais, os quais podem ser projetados como possibilidades para se (re)pensar a formação docente. Palavras-chave: Formação estética; Arte e formação docente; Narrativas autobiográficas; Arte; Pedagogia.

O ITINERÁRIO TÉCNICO E PROFISSIONAL NA REFORMA DO ENSINO MÉDIO: O PROTAGONISMO DO RETROCESSO

O ITINERÁRIO TÉCNICO E PROFISSIONAL NA REFORMA DO ENSINO MÉDIO: O PROTAGONISMO DO RETROCESSO RESUMO O presente artigo tem como objetivo analisar a oferta do itinerário formativo técnico e profissional no contexto da Reforma do Ensino Médio no estado do Espírito Santo, definida na lei nº 13.415/17. Essa reforma, apresenta mudanças significativas na última etapa da educação básica com implicações para carga horária, conteúdos curriculares e formação de professores. Simultaneamente a esse processo, o Sistema S e o governo estadual, em alinhamento ao governo Temer, vêm buscando executar as políticas educacionais vigentes no sentido de assumir o protagonismo nacional da sua implementação. Dois projetos, um entre Sesi e Senai (município de Serra), e outro entre o governo estadual e o Senai (município de Anchieta) vem estabelecendo oferta combinada da BNCC e o itinerário de formação técnico e profissional. Tais experiências antecipam a reforma e tentam demonstrar sua viabilidade, colocando o sistema S como espaço privilegiado de oferta do quinto itinerário, preparando assim essa oferta para sua possível mercantilização. Fato esse ainda em investigação pela pesquisa em curso. Palavras-chave: Itinerários Formativos. Escola de Tempo Integral. Reforma do Ensino Médio.

SENTIDOS DA PARTICIPAÇÃO: CONSIDERAÇÕES SOBRE O ENGAJAMENTO DE JOVENS DE CAMADAS POPULARES EM UNIVERSIDADES PÚBLICAS

RESUMO O presente trabalho apresenta algumas reflexões sobre a diversidade de modos e sentidos da atuação política e da participação em organizações e ações coletivas de jovens estudantes em diferentes instâncias, grupos, coletivos, movimentos e organizações presentes na experiência universitária. Trata-se de um desdobramento de pesquisa realizada ao longo de três anos com nove jovens ingressantes em diferentes cursos de graduação da USP em 2014 a respeito de seus processos de socialização, individuação e desafios vividos em suas trajetórias escolares tanto na passagem do Ensino Médio público ao Ensino Superior, quanto no percurso de afiliação à vida universitária. A partir de referenciais teórico-metodológicos da sociologia do indivíduo nas relações com as formas plurais de ação coletiva e do debate acerca da juventude pertinente ao campo da Sociologia da Educação, pretende-se neste texto contribuir para a reflexão acerca da constituição e da pluralidade das formas de ação dos engajamentos dos estudantes universitários contemporâneos na esfera pública e suas interfaces com a sociabilidade juvenil. PALAVRAS-CHAVE : Jovens universitários; Participação; Ação coletiva; Individuação; Sociabilidade

A CONFIGURAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE NO PROCESSO DE INCLUSÃO ESCOLAR: COLABORAÇÃO ENTRE O/A PROFESSOR/A DO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO – (AEE) E OS/AS PROFESSORES/AS DA SALA DE AULA COMUM

Este artigo apresenta o resultado da pesquisa, de abordagem qualitativa, que analisou em que medida e em quais circunstâncias o trabalho docente realizado pelos professores de Atendimento Educacional Especializado – (AEE) é colaborativo ao trabalho docente desenvolvido pelos professores de Sala Comum – (SC), de forma a contribuir com o processo de escolarização e desenvolvimento dos alunos do Ensino Fundamental Inicial, público-alvo do AEE, matriculados nas escolas municipais de Rio Branco-Acre. Os resultados da pesquisa documental apontam que a legislação vigente no país, por si não garante inclusão escolar, mas a política pública. Ademais, mostrou que o trabalho docente tem se organizado, sobretudo, na Resolução nº 4 CNE/CEB/2009. O estudo empírico evidenciou que o trabalho desses professores tem se configurado como colaborativo na medida em que suas práticas docentes procuram responder às necessidades educacionais dos alunos público-alvo do AEE, necessitando, portanto, ser reorganizado diante das dificuldades e desafios que esses profissionais têm em desenvolver a aprendizagem das crianças. Palavras-chave: Trabalho docente. Trabalho colaborativo. Professores de Atendimento Educacional Especializado. Professores da Sala de Aula Comum. Inclusão Escolar.

O imaginário em torno da excelência escolar: implicações para a produção da subjetividade dos alunos de classes populares em escolas de prestígio

O imaginário em torno da excelência escolar: implicações para a produção da subjetividade dos alunos de classes populares em escolas de prestígio O corrente trabalho tem origem na intenção de debater o imaginário acerca da qualidade de ensino à luz da relação entre Psicanálise e Educação. Temos o intuito de problematizar tal narrativa, principalmente quanto as suas influências negativas para a trajetória educacional do estudante, uma vez que pensamos a escola como um ambiente não apenas de cultivo e difusão de saberes, mas, sobretudo, de criação de subjetividades. Priorizamos a vivência dos alunos pobres em escolas de prestígios, aqueles que não seriam cúmplices dos ideais regulatórios de uma instituição de elite. Assim, a leitura psicanalítica será cotejada com algumas análises oriundas do pensamento foucaultiano a respeito da produção de subjetividade e dos micropoderes vigentes no sistema disciplinar educacional. Contudo, ainda que reconheçamos as incidências negativas da narrativa da excelência escolar para a confiança e a autoestima do aluno em relação ao conhecimento, interessa-nos, especialmente, a dimensão da resistência ao status quo como um guia de esperança. Palavras-chave: Qualidade de ensino; Psicanálise; Subjetividade e Resistência.

Práticas de linguagem na formação de professores e na educação básica: entrelaçando formas de (r)existir na sala de aula

Práticas de linguagem na formação de professores e na educação básica: entrelaçando formas de (r)existir na sala de aula Resumo : Neste artigo, busco refletir sobre as relações que se estabelecem entre as práticas de linguagem que se desenvolvem na escola e as práticas de linguagem que se desenvolvem na universidade como forma de se (re)pensar a formação de professores e as práticas de letramento que a envolvem. Na construção dos entrelaçamentos que compõem este texto, parto de pressupostos teóricos derivados dos estudos em letramentos em diálogo com autores que pensam a formação de professores e as práticas escolares. Como base para a construção de minhas reflexões, me utilizo das falas de estudantes com quem pude dialogar em diferentes ações de pesquisa, ensino e extensão, indissociando-as. O cenário que se apresenta em minha análise, apesar de parecer pessimista, se propõe a construir práticas alternativas que busquem novas formas de se permitir que professores (formadores de professores e em formação) e estudantes (da escola e da universidade) possam (r)existir como sujeitos que sabem em suas salas de aula. Palavras-chave : letramentos; formação de professores; educação linguística; políticas cognitivas; leitura e escrita

Não é TV, mas é currículo: Narrativas seriadas e produção de subjetividades generificadas.

Não é TV, mas é currículo: Narrativas seriadas e produção de subjetividades generificadas. Resumo: O artigo toma como material empírico as subjetividades generificadas veiculadas no currículo de uma narrativa seriada. Partimos do pressuposto de que as narrativas seriadas não estão sendo suficientemente problematizadas no campo educacional, sendo comumente generalizada no que se entende superficialmente por “televisão”. O argumento é que o currículo opera como máquinas que ensinam modos de ser masculinos e femininos, uma vez que forjam subjetividades generificadas. O objetivo é investigar que saberes generificados têm sido produzidos e ensinados no currículo da narrativa seriada “One Mississippi”. Para investiga-lo, operamos metodologicamente com elementos de análise de representação. Constatamos que as noções hegemônicas de feminilidade são postas em questionamento a partir da imagem do corpo abjeto da protagonista. Concluímos que tal currículo é um composto de saberes generificados que constitui modos de vida dissidentes e disponibiliza outras maneiras de se ver e de se entender o feminino. Palavras-chave: currículo; narrativa seriada; subjetividade.

NOTAS DE UM PROJETO A PARTIR DO DEBATE RACIAL NA ESCOLA E O IMPACTO PARA JOVENS ESTUDANTES.

O Projeto “Pesquisadoras da educação básica em periferias” consistiu na interlocução com os integrantes de escolas públicas em regiões periféricas a partir da ação de nove pesquisadores negros com pesquisas individuais, sendo o foco temático principal a questão do racismo e a relação com a equidade escolar. “Quais são as condições políticas e epistemológicas para enfrentar a discussão racial na escola? Como identificar na escola o debate potente de questões raciais e torná-lo uma prática de acesso para as estudantes das periferias?” Um dos encaminhamentos foi a construção de uma rede de pessoas ligadas às escolas, em particular os jovens que nelas se inserem, construindo um relevante espaço formativo que contribui com a escola no desenvolvimento de experiências inovadoras a respeito de temas raciais e equidade; e um levantamento de ações e práticas que possibilitou pensar em metodologias elaboradas nas experiências, a serem levadas em conta para que pensemos, de forma cada vez mais humanizada e criativa, a disseminação de experiências no que concerne à iniciativas pedagógicas. Palavras chaves: educação básica, jovens, racismo, pesquisa na escola.