MUSICALIZAÇÃO NA CRECHE: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E AS CRIAÇÕES SONORAS E MUSICAIS

MUSICALIZAÇÃO NA CRECHE: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E AS CRIAÇÕES SONORAS E MUSICAIS Resumo: Este trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa de mestrado que objetivou compreender como ocorre o processo de musicalização com crianças de 2 a 3 anos em um Centro de Educação Infantil (CEI) do município de São Paulo. Trata-se de uma pesquisa colaborativa que teve como procedimentos: sessões reflexivas, entrevistas com as professoras, observação e registro de campo. Dialogou com os estudos e pesquisas da área da infância e de educadores(as) musicais. A análise dos dados revelou que as professoras reconhecem a importância do trabalho com música, entretanto, na prática, este não ocorria. Evidenciou uma prática marcada por um caráter prescritivo que, no decorrer da investigação, foi sendo ressignificada, verificando-se uma compreensão, por parte das docentes, de que a musicalização infantil ocorre por meio da interação, ludicidade, criatividade e sensibilidade, e que o protagonismo da criança é essencial nesse processo. Demostrou, ainda, que as crianças constroem conhecimento musical através das brincadeiras, sendo inventivas de ritmos e melodias. A investigação culminou na criação de um Parque Sonoro no CEI. Palavras-chave: Musicalização Infantil. Creche. Pesquisa Colaborativa.

AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL NOS PLANOS DE EDUCAÇÃO: PRESENÇAS E AUSÊNCIAS

AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL NOS PLANOS DE EDUCAÇÃO: PRESENÇAS E AUSÊNCIAS RESUMO O artigo objetiva analisar como a educação de pessoas com deficiência visual está inserida no PNE (Plano Nacional de Educação), bem como nos Planos Estaduais de Educação (PEE’s) e nos Planos Municipais de Educação (PME’s) das capitais dos estados brasileiros. Para tanto, realizamos uma pesquisa com abordagem qualitativa através da análise documental e análise de conteúdo. Para subsidiar nossas discussões recorremos aos pensamentos de Gramsci (2004), Thompson (1987) e Flores (2011). Os resultados obtidos evidenciaram a inexistência de uma política pública direcionada à educação da pessoa com deficiência visual. Constatamos que as práticas de ensino direcionadas a esses alunos, quando presentes na legislação, restringem-se apenas ao ensino de técnicas como se não existissem outras necessidades/demandas a serem trabalhadas, outras ações a serem desenvolvidas e, mesmo essas, não precisariam ser questionadas e reconfiguradas. Palavras-chave: Planos de Educação; Educação Especial; Deficiência Visual.

Ser filho kaingang: modos decoloniais de educar para a vida

Ser filho kaingang: modos decoloniais de educar para a vida. Resumo: O artigo traz a reflexão do que significa ser filho para os indígenas kaingang do Sul da Mata Atlântica, a partir do ponto de vista dos nativos desse povo indígena. Os kaingang não entendem a pessoa, na fase referente à infância, como criança tal como fazem os não indígenas. Na cosmovisão kaingang, as crianças são entendidas e consideradas como filhos: kãxit . Os “filhos”, considerados como “portadores” da ancestralidade, são acolhidos pela comunidade e educados para cultivar os saberes e o modo de ser e viver dos ancestrais. Assim, esse estudo revela as diferenças entre ser criança e ser filho para os kaingang, que se opõem em tratar as pessoas em fase de crescimento de forma infantilizada e subalternizada. Busca-se entender de que forma os conceitos kaingang sobre o que é ser “filho” se diferem dos conceitos ocidentais do que é ser “criança”. Tal reflexão é necessária para uma melhor compreensão do que significa as infâncias indígenas e seus processos de ensino e aprendizagem, capazes de influenciar positivamente as práticas não indígenas. Resistindo e afirmando suas concepções sobre a infância, os kaingang se afirmam como sujeitos decoloniais. Palavras-chave: filho kaingang; criança; educação; decolonialidade.

Genealogia e narrativa na apresentação da interface psicologia e educação para licenciandos.

Resumo Apresento resultados preliminares da pesquisa “Sobre pensamento e subjetivação: modulações históricas da relação entre psicologia, educação e escolarização”, a qual busca realizar uma investigação bibliográfica inspirada na metodologia genealógica foucaultiana acerca das aproximações históricas entre perspectivas teóricas e conceitos operados por teorias psicológicas e o campo da educação, com especial ênfase às políticas e práticas escolares. Nesta pesquisa são desenvolvidos objetos de aprendizagem na modalidade draw my class que buscam compartilhar com um público não especialista os resultados destas investigações, pondo a prova a hipótese de que existe uma articulação possível entre a investigação genealógica e a arte da narrativa, a qual atualiza interrogações de pesquisa de modo a atrair o interesse de estudantes e a potencializar outras formas de contribuição da psicologia para educação que não a psicologização dos processos de aprendizagem ou dos comportamentos escolares. No presente trabalho, apresento e discuto como resultado preliminar a construção de um dos vídeos construídos pela pesquisa intitulado: “A história da psicologia sob dois olhares”.

Reflexões sobre engajamento e rebeldia em contextos políticos autoritários a partir da trajetória profissional de um professor de História

Reflexões sobre engajamento e rebeldia em contextos políticos autoritários a partir da trajetória profissional de um professor de história Resumo: A comunicação se insere em projeto de pesquisa sobre trajetórias de professores que, participando de múltiplas redes de sociabilidade política e intelectual, estiveram engajados em processos de construção democrática, no passado recente. Iniciamos apontando alguns referentes teóricos que apoiam as nossas análises. Em seguida, apresentamos dados da biografia do Professor Rubin Santos Leão de Aquino (1929-2013) e das redes de sociabilidades nas quais ele transitou. Por fim, concluímos com uma reflexão a respeito das relações entre autonomia intelectual e liberdade de expressão de professores em regimes autoritários, tomando o caso exemplar do Professor Aquino. Concluímos, sugerindo chaves de análise, a partir da experiência de nosso protagonista, para melhor compreendermos os dilemas que afligem os professores que, ainda hoje, consideram a docência e o ensino de história como instrumento de luta contra o autoritarismo, espaço de reflexão crítica e de elaboração política. Palavras-chave: história da profissão docente; trajetórias de professores; construção democrática

Afinidades eletivas, processo de racionalização e o destino da educação moderna em Max Weber

Afinidades eletivas, processo de racionalização e o destino da educação moderna em Max Weber Resumo O presente artigo tem como objetivo o estudo de como se constituiu e com que articulações e disposições, no pensamento weberiano, a concepção de “afinidades eletivas”, qual o seu papel na concepção de processo de racionalização e que repercussões teria nos tipos de educação da modernidade. O estudo focou os escritos de Weber sobre a sociologia das religiões, em particular na segunda versão da Die protestantische Ethik und der Geist des Kapitalismus (Ética protestante e espírito do capitalismo) presente em Gesammelte Aufsätze zur Religionssociologie – (Ensaios reunidos de sociologia da religião). O estudo visa a renovação das concepções teóricas weberianas na educação valendo-se de um aparato conceitual até o momento pouco explorado pelos estudiosos de Max Weber na educação. Palavras-chave: afinidades eletivas; processo de racionalização; Max Weber; Educação

AS LITERATURAS AFRICANAS E AFRO-BRASILEIRAS – O DESAFIO DA APLICABILIDADE DA LEI 10639/2003 DE LEVAR O LEITOR A UMA VIAGEM COM OS PERSONAGENS DEUSES AFROS

AS LITERATURAS AFRICANAS E AFRO-BRASILEIRAS – O DESAFIO DA APLICABILIDADE DA LEI 10639/2003 DE LEVAR O LEITOR A UMA VIAGEM COM OS PERSONAGENS DEUSES AFROS RESUMO: O presente artigo apresenta reflexões sobre a problemática surgida quando um professor ministra as literaturas mitológicas africanas. Desde o caso do livro “Lendas de Exu”, de Adilson Martins (2009) ocorrido no município de Macaé, Rio de Janeiro, outras demandas ainda surgem quando um docente ministra esse tipo de literatura. A mitologia africana, direcionada ao público infantil, não fez parte das aulas de Língua Portuguesa, naquele município, mesmo trazendo histórias engraçadas. A religiosidade afro-brasileira embrenha-se aos personagens deuses dessas narrativas, aflorando a intolerância religiosa que permeia no cotidiano escolar. A partir de escritos sobre o tema na academia e nas redes sociais, verificamos que ainda existem questões que precisam ser solucionadas em relação a essas narrativas. Esta demanda responde às reivindicações da Lei 10.639/2003, através de reparações, reconhecimento e valorização das histórias, culturas e identidades. Palavras-chave: educação, Lei 10.639/2003, mitologia africana, exu, literatura infantil

COMUNIDADE DE PRÁTICA, AUTOFORMAÇÃO DOCENTE E JUSTIÇA SOCIAL NA ESCOLA PÚBLICA: UM ESTUDO DE CASO

COMUNIDADE DE PRÁTICA, AUTOFORMAÇÃO DOCENTE E JUSTIÇA SOCIAL NA ESCOLA PÚBLICA: UM ESTUDO DE CASO Resumo O Grupo de Pesquisa xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, coletivo interinstitucional que reúne professores do ensino superior e da educação básica, situando suas discussões em uma escola pública na periferia do Rio de Janeiro, completará quatro anos de atividades em 2019. Neste estudo de caso, revisitamos a experiência de autoformação vivenciada durante o ano de 2016 por esse coletivo, que desenvolve propostas de ensino de alfabetização e letramento contextualizadas na escola. A pesquisa articulou três concepções: comunidade de prática (WENGER, 1998), autoformação (NÓVOA, 1992; PERRENOUD, 2000) e Formação de Professores para a Justiça Social (MOREIRA e ZEICHNER, 2014). O corpus foi constituído por textos escritos pelas participantes do grupo, nos quais mapeamos categorias recorrentes, bem como concepções sobre teorias discutidas e projetos realizados. Constatamos que ocorreu, no ano de formação do grupo, uma mudança significativa nas concepções das participantes acerca da educação em contextos marcados pela desigualdade sociocultural e em relação às tensões étnico-raciais na escola. Palavras-chave: autoformação de professores; alfabetização; letramentos; comunidade de práticas; justiça social.

A MEDIAÇÃO ENTRE A CULTURA LITERÁRIA E O SUJEITO LEITOR: UMA REFLEXÃO A PARTIR DA TEORIA HISTÓRICO-CULTURAL

A MEDIAÇÃO ENTRE A CULTURA LITERÁRIA E O SUJEITO LEITOR: UMA REFLEXÃO A PARTIR DA TEORIA HISTÓRICO-CULTURAL Resumo O presente artigo apresenta parte dos resultados finais de uma pesquisa de doutoramento, concluída no ano de 2018, cujo objetivo foi compreender as mediações em torno do texto literário realizadas em salas de leitura de quatro escolas públicas de Minas Gerais. Foram sujeitos da pesquisa quatro professoras que atuam nas salas de leitura das escolas pesquisadas. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, sendo instrumentos de produção de dados: observações participantes das atividades nas salas de leitura, análise dos projetos pedagógicos das escolas e um questionário. Com base na teoria histórico-cultural e em um dos eventos observados na sala de leitura de uma das escolas refletimos sobre a linguagem literária, a formação de leitores literários e o papel dos mediadores. Os resultados da pesquisa permitem compreender a sala de leitura como um cronotopo, no qual as mediações de leitura literária contribuem para a formação do leitor literário. As condições de organização e apropriação da sala de leitura possibilitam realizar mediações de natureza outra daquelas realizadas nas salas de aula. Palavras- chave: Leitura. Literatura. Mediação. Cronotopo.

POR MAIS LEITORES PROFICIENTES: A progressão do ensino de leitura e compreensão textuais no Bloco Inicial de Alfabetização

POR MAIS LEITORES PROFICIENTES: A progressão do ensino da leitura e compreensão textuais no Bloco Inicial de Alfabetização RESUMO Este estudo procurou analisar as práticas de leitura e compreensão textuais e a progressão dessas no universo de três turmas do Bloco Inicial de Alfabetização de uma escola da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. A tessitura teórica ancorou-se em autores, tais como: Soares (2016; 2004), Solé (2012), Morais (2012), Lerner (2007; 2002), Koch e Elias, (2014), Kleiman (2016, 2005), Chartier (2007; 1998), entre outros, objetivando alcançar uma discussão em torno do ensino de língua portuguesa, em particular, dos campos da leitura e compreensão textuais. A pesquisa está inserida na perspectiva de estudo de caso, de tipo etnográfico, conforme realça André (2015; 2005). As docentes foram acompanhadas por meio de observações participantes e grupos focais em 2018. Para o tratamento dos dados, recorremos à análise de conteúdo temática, conforme Bardin (2016). Os resultados apontaram para a ausência de progressão no ciclo, especialmente no que concerne à exploração de questões inferenciais na compreensão dos textos, bem como na baixa frequência da leitura em voz alta realizada pelo educando do 1º ano. PALAVRAS-CHAVE: Ensino. Leitura. Progressão.