A obrigatoriedade da pré-escola leva à sua universalização?

A OBRIGATORIEDADE DA PRÉ-ESCOLA LEVA À SUA UNIVERSALIZAÇÃO? Este artigo se propõe a investigar os efeitos da obrigatoriedade escolar na Educação Infantil a partir da EC nº 59/2009. Para tanto, examinamos os municípios de um estado da região sudeste e verificamos se aqueles com condições iniciais semelhantes obtiveram resultados também semelhantes na expansão da pré-escola. A partir de então foi construída uma amostra com 16 municípios desse estado a fim de investigar em mais detalhe o atendimento à pré-escola e seus efeitos na relação com a creche. As análises foram elaboradas a partir de dados quantitativos como os microdados do Censo da Educação Básica do Inep, mas cuja compreensão está ancorada nas perspectivas de autores como Cury e Rua ao se tratar de política pública e de Benjamin quando aborda a pesquisa em ciências humanas. Palavras-chave: Educação Infantil; obrigatoriedade; política pública; avaliação.

Juventude e o Programa de Aprendizagem Profissional: Um Estudo na Região Leste Fluminense.

Juventude e o Programa de Aprendizagem Profissional: Um Estudo na Região Leste Fluminense. Resumo: O artigo se propõe a discutir teoricamente a construção social da juventude, e como esses se relacionam frente a transição para a vida adulta, tendo como marco o trabalho. Desta forma, pesquisamos a Lei 10.097/00 denominada Lei da Aprendizagem, criada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), cujo intuito é promover a inserção de jovens de 14 a 24 anos no mundo do trabalho. A Lei de Aprendizagem propõe que os jovens participantes deste Programa obtenham experiência profissional na empresa, e um curso de qualificação na área de atuação por meio de um agente integrador, relacionando a teoria e a prática. Neste artigo contamos com dados da aprendizagem profissional realizado pelo Centro de Integração Empresa Escola – CIEE do Rio de Janeiro, mas especificamente na Região Leste Fluminense. A pesquisa encontra-se em andamento, pois é um desdobramento da pesquisa de mestrado ao qual objetiva-se traçar o perfil do jovem aprendiz na Região Leste Fluminense entre os anos de 2012 a 2016. Palavras-chave : Juventude – Transição para a vida adulta – Emprego – Lei da Aprendizagem.

A escola e o futuro nas vozes de jovens-estudantes do Ensino Médio: contribuições etnográficas à educação

A ESCOLA E O FUTURO NAS VOZES DE JOVENS-ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO: CONTRIBUIÇÕES ETNOGRÁFICAS À EDUCAÇÃO Resumo A presente pesquisa tem como objeto de estudo a relação dos alunos e das alunas do Ensino Médio com o conhecimento escolar na contemporaneidade. Pauta-se na abordagem teórico-metodológica etnográfica, situada na fronteira entre a antropologia e a educação. Assim, foram utilizados o caderno de campo, notas etnográficas, descrição densa, entrevistas, fotografias, observação participante e produções textuais como formas de apreender um recorte da realidade social. Articulam-se as categorias juventudes e futuro privilegiando uma abordagem pós-crítica para pensar a escola e seus atores sociais. Questiona-se como jovens estudantes do Ensino Médio de uma escola pública da rede estadual do Rio de Janeiro se relacionam com o conhecimento socializado pela escola. Opera-se numa lógica de que há uma polifonia nas vozes discentes que podem ser escutadas como forma de uma produção curricular. Dessa forma, são pensados os dissensos como caminhos possíveis a partir da ideia de juventudes em trânsito, abordando a relação dos jovens com seus processos educacionais e suas imagens, tendo o futuro como horizonte. Palavras-chave : juventudes; etnografia; futuro; escola.

A AVALIAÇÃO FORMATIVA NAS AULAS DE MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL 1

A AVALIAÇÃO FORMATIVA NAS AULAS DE MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL 1 RESUMO Esse trabalho toma como referência dados construídos em uma pesquisa de mestrado que teve o objetivo de analisar como os processos da avaliação formativa contribuem para a construção de práticas pedagógicas que visam as aprendizagens dos alunos. Como nossos estudos sobre avaliação estavam voltados para o ensino da matemática, foi preciso investigarmos alguns aspectos relativos à concepção histórica do trabalho desta área na escola e como os professores polivalentes dos anos iniciais se organizam para lecioná-la. Buscamos diálogos com Boaventura de Sousa Santos (2000; 2017), Paulo Freire (1987), entre outros. A concepção de avaliação formativa discutida toma as ideias de Fernandes, C. (2012, 2014, 2017), Fernandes, D. (2009), Perrenoud (1999) e Hadji (1994, 2001). A investigação, de natureza qualitativa, inspirou-se em pressupostos metodológicos de pesquisas participativas, com estudos de Thiollent (2011) e Brandão & Streck (2006). O estudo apontou que os processos avaliativos podem favorecer as aprendizagens dos alunos no cotidiano da sala de aula. PALAVRAS-CHAVE: Avaliação Formativa. Ensino de Matemática. Anos Iniciais do ensino fundamental. Pesquisa Participativa

TEORIA ATOR-REDE E A FORMAÇÃO DO EDUCADOR AMBIENTAL

TEORIA ATOR-REDE E A FORMAÇÃO DO EDUCADOR AMBIENTAL RESUMO Essa pesquisa configurou-se a partir de uma perspectiva investigativa entre dois campos do saber: Educação e Meio Ambiente. Educação porque procurou descrever como se deu a tecitura de conhecimentos entre docente e discentes mediante as controvérsias de uma rede sociotécnica. E, Meio Ambiente porque teve como objetivo descrever, sob a ótica da Teoria Ator-Rede, os agenciamentos sobre o tema Educação Ambiental em um curso de formação de professores. Como escopo teórico e metodológico o estudo se aproximou da Teoria Ator-Rede, de cunho qualitativo e com abordagem descritiva. O estudo desenvolveu-se com um grupo de sessenta e cinco estudantes de graduação, mais especificamente na disciplina de Esportes de Aventura. Para a produção dos dados utilizamos as narrativas dos atores humanos advindas de construções audiovisuais compartilhadas no ambiente digital de aprendizagem Edmodo . Concluímos que a tecitura de conhecimentos sob o tema Educação Ambiental se deu de maneira não linear, rizomática e por meio das controvérsias e dos agenciamentos advindos dos movimentos na rede sociotécnica. PALAVRAS CHAVE: Educação Ambiental, Teoria Ator-Rede, Edmodo, Formação de Professores.

Os regimes de presença de estudantes adultos no ensino fundamental: uma análise a partir dos históricos escolares

Os regimes de presença de estudantes adultos no ensino fundamental: uma análise a partir dos históricos escolares Resumo : neste estudo, discutimos a noção de permanência na Educação de pessoas jovens e adultas, tomando como problemática empírica os registros de percursos escolares de estudantes longevos na EJA. São chamados de longevos os estudantes cujos percursos registrados nos históricos escolares evidenciam um tempo de permanência superior ao esperado para o cumprimento da etapa correspondente da escolarização. Analisamos um arquivo de históricos escolares de estudantes adultos do Ensino Fundamental com esta característica. A partir do que informa este arquivo, problematizamos os modos de operação do dispositivo escolar em sua relação com a população adulta escolarizável, tomando como grade de análise a teorização foucaultiana sobre o biopoder, através das noções de heterotopia, heterocronias e governamentalidade. Os deslocamentos divergentes dos sujeitos de longa permanência na EJA interpelam imagens constantemente associadas à modalidade, como a ideia de “urgência” e de “brevidade”, explorando, portanto, os limites político pedagógicos das escolarizações dedicadas a esta população. Palavras-chaves:Permanência escolar. Governamentalidade. Escolarização de Jovens e Adultos.

OS ENTRELUGARES DE UMA ESCOLA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL: CURRÍCULOS DE RESISTÊNCIA COTIDIANA

OS ENTRELUGARES DE UMA ESCOLA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL: CURRÍCULOS DE RESISTÊNCIA COTIDIANA RESUMO: Este estudo trata dos cotidianos de uma EMEIEF (Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental) atravessados pelos movimentos infantis na tessitura dos currículos. Em meio às macropolíticas curriculares voltadas para essas etapas, estão as microações cotidianas (CERTEAU, 2014) que ajudam esta pesquisa a sustentar a ideia de que um currículo escrito por uma literatura menor (DELEUZE; GUATTARI, 2017), produzido pelas infâncias, é intensificador das aprendizagens e precisa ocupar espaço nas discussões educacionais. Na educação menor (GALLO, 2016), que se infiltra na educação régia, encontra-se a potência do currículo realizado (FERRAÇO, 2011) que vai além do que é pensado oficialmente para acontecer na escola, resistindo ao que é instituído. Com inspirações metodológicas advindas das pesquisas com os cotidianos (FERRAÇO, 2003), esta escrita trata dos currículos tecidos nos entrelugares (BHABHA, 2013) educação infantil-ensino fundamental, problematizando os processos que movimentam esse rizoma educacional. Palavras-chave: Currículos. Cotidianos. Educação Infantil. Ensino Fundamental. Infância.

O PAPEL DO PROFESSOR NAS PRÁTICAS DE LEITURA, ESCRITA E ORALIDADE EM CONTEXTO DE APRENDIZAGEM ATIVA NA EDUCAÇÃO SUPERIOR EM ENGENHARIA

O PAPEL DO PROFESSOR NAS PRÁTICAS DE LEITURA, ESCRITA E ORALIDADE EM CONTEXTO DE APRENDIZAGEM ATIVA NA EDUCAÇÃO SUPERIOR EM ENGENHARIA RESUMO Os letramentos acadêmicos são constituídos por especificidades e a inserção nesse meio demanda a apropriação de um novo conjunto de funções e funcionamentos da linguagem. O professor tem o papel de mediador na relação entre sujeito e objeto de conhecimento. Este trabalho objetiva discutir o papel do professor como agente de letramento em contexto de aprendizagem ativa na engenharia. São analisadas entrevistas com docentes do Mestrado Integrado em Engenharia e Gestão Industrial da Universidade do Minho. Por meio de projetos curriculares, os acadêmicos são inseridos em empresas para estágio e, assim, transitam entre as práticas de linguagem características das esferas acadêmica e profissional. As análises se pautam em três correntes teóricas: a) Novos estudos do Letramento; b) Círculo de Bakhtin; c) Teorias da Aprendizagem Ativa. Os dados sinalizam que os professores fazem um trabalho processual em relação à escrita e à oralidade dos estudantes. Nesse contexto, atuam como agentes de letramento, embora não deixem esse reconhecimento explícito em seus dizeres. Palavras-chave: Letramento acadêmico. Escrita. Aprendizagem ativa.

DIDÁTICA E INOVAÇÃO: APRENDIZAGENS COLABORATIVAS NO COTIDIANO DA DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA

DIDÁTICA E INOVAÇÃO: APRENDIZAGENS COLABORATIVAS NO COTIDIANO DA DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA Resumo : Este trabalho analisa as reflexões sobre estratégias didático-metodológicas utilizadas por docentes da área de exatas, enquanto espaço reflexivo de transformação de práticas educativas, entendido como um modo de favorecer a inovação no ensino que realizam. Tem por objetivo compreender a prática de ensino de professores universitários partícipes de uma pesquisa-ação colaborativa. A pesquisa se situa na abordagem qualitativa e tem nas rodas de conversa e nos relatos orais, das docentes colaboradoras, os dispositivos para coleta de dados. Entre alguns resultados, o estudo evidenciou que a reflexão sobre a prática se insurge, no contexto da pesquisa-ação colaborativa, como um modo do professor tecer uma rede de compreensão sobre diferentes estratégias de aprendizagem, rede essa que o docente pode desenvolver em sua prática educativa considerando os contextos específicos dos estudantes no que tange às dificuldades de aprendizagem. Palavras-Chave : Pesquisa-ação colaborativa, Docência universitária, Práticas educativas, Didática

FRONTEIRAS LINGUÍSTICAS E DECOLONIALIDADE: PODER E RESISTÊNCIA EM PRÁTICAS DISCURSIVAS E SOCIAS DE MULHERES INDÍGENAS DA AMAZÔNIA

FRONTEIRAS LINGUÍSTICAS E DECOLONIALIDADE: PODER E RESISTÊNCIA EM PRÁTICAS DISCURSIVAS E SOCIAS DE MULHERES INDÍGENAS DA AMAZÔNIA RESUMO: Indivíduos falantes de línguas diferentes carregam consigo bagagens sociais, culturais, étnicas e representações de mundo e do outro muitas vezes divergentes. Quando confrontados, produzem métodos e estratégias discursivas para garantir a aquisição de outra língua e a própria existência. O objetivo deste estudo é analisar como duas mulheres indígenas, Wai-wai (PA) e Apinayé (TO), expressam poder e resistência em práticas discursivas e sociais, para garantir conhecimentos e a aquisição de uma segunda língua. Trata-se de um estudo com enfoque na Análise Crítica do Discurso, a partir de aproximações com as correntes teóricas Pós-Colonial e Decolonial, no que toca à crítica epistemológica. Os resultados mostram que os fatores linguísticos não podem ser compreendidos isolados dos embates sociais, uma vez que a violência, o racismo, os preconceitos e as intolerâncias contra as mulheres indígenas decorrem do grau de diferença e das relações de poder entre as culturas e línguas. PALAVRAS-CHAVE: Fronteiras linguísticas. Decolonialidade. Mulheres indígenas. Análise Crítica do Discurso.