Distraídos venceremos: Educação para a singularidade e abertura ao mundo

Distraídos venceremos: Educação para a singularidade e abertura ao mundo Como pode a Educação proteger, mediar, viabilizar e instigar a demora, a lentidão desinteressada, a aparição do improviso, do experimento de si, em instâncias de vazios e também de produções e atenções ao mundo? Ao considerar a intuição e suas possíveis relações com a educação buscamos, a partir de Henri Bergson, dizer não de métodos educacionais, mas de relações e acessos a um pensar para além do aparato estritamente conteudista, distraído do que se faz comum no mundo moderno, insubmisso ao legado de predominância instrumental, mercadológico e estritamente técnico. Uma atenção para-si e por-si, centrado na presença, na potência dos agoras, o lugar de atenção ao Ser. O sentido e o lugar da Educação sem finalidades específicas, mas que é, apenas, e tão somente, o exercício de dizer de si e do mundo, em suas múltiplas aprendizagens, entregas, mergulhos e equívocos. Buscamos, assim, por um lado, legitimar a desobediência aos esquemas dados pela exclusividade da transmissão lógico-dedutiva e, por outro, potencializar atenções a alguma vereda que se dê autêntica, imprevisível e inteira ao diálogo com a tradição e do cuidado com o mundo. Palavras-chave: Intuição; Distração; Atenção; Henri Bergson.

EXPERIÊNCIAS DE CRIANÇAS E O TRABALHO DOCENTE COM ANIMAÇÃO NO ENSINO DA ARTE

EXPERIÊNCIAS DE CRIANÇAS E O TRABALHO DOCENTE COM ANIMAÇÃO NO ENSINO DA ARTE Refere-se à dissertação sobre Cinema de Animação no Ensino da Arte e aponta dados preliminares da tese, em andamento, que aborda “Animação no Trabalho Docente”. Contempla as experiência de crianças na produção de animação e o trabalho de professores com a utilização desse instrumento, enquanto mediação de conhecimento. Os primeiros estudos tiveram como base a disciplina de Arte em uma escola da região Serrana do Estado do Espírito Santo e reporta como as experiências das criançasse manifestaram na produção de animações. A partir de Walter Benjamin dialogamos com o conceito de experiência e memória e em Vigotski, imaginação e mediação. Optou-se pelo método qualitativo através de uma pesquisa de cunho colaborativo. As pesquisas atuais proporcionam uma análise dos docentes quanto ao uso da animação em sala de aula e suas implicações sobre as concepções dialéticas do trabalho do professor com a animação. Os estudos permitem-nos avaliar o potencial criador implicado no processo de produção colaborativo entre docentes, discentes e pesquisadora, mediado pela animação, possibilita um vínculo de parceria entre os sujeitos e a criação. Palavras-Chaves: Arte. Animação. Educação. Cinema de animação. Trabalho Docente.

“OUVINDO OS CONSELHOS DOS YOUTUBERS, EU SINTO QUE POSSO SER UM LEITOR”: OS SENTIDOS QUE OS JOVENS DAS CLASSES POPULARES ATRIBUEM AOS CANAIS DE RESENHAS LITERÁRIAS NO YOUTUBE

“OUVINDO OS CONSELHOS DOS YOUTUBERS, EU SINTO QUE POSSO SER UM LEITOR”: OS SENTIDOS QUE OS JOVENS DAS CLASSES POPULARES ATRIBUEM AOS CANAIS DE RESENHAS LITERÁRIAS NO YOUTUBE Resumo: Este artigo tem como objetivo apresentar alguns resultados de uma pesquisa de doutorado em andamento que venho construindo pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, sob a perspectiva dialógica e alteritária da produção de conhecimento de Mikhail Bakhtin. Este estudo tem se constituido a partir das rodas de conversas com jovens do Ensino Fundamental de uma escola pública da rede municipal de São Gonçalo, em diálogo com os canais literários do YouTube. Levando em consideração que existe hoje uma discreta produção acadêmica que discute a produção literária em espaços não escolares, mais do que respostas essa investigação vem trazendo novas perguntas. O debate sobre como a literatura vem sendo encarada pelos jovens dentro e fora da escola nos convida à reflexão sobre a desconfortável relação de estranhamento que tem se colocado entre professores e alunos na complexidade do cotidiano, entendendo que essas aproximações podem se constituir espaços potentes, reveladores de significados para o debate educacional. Palavras chave : leitura, literatura, juventude e YouTube.

ECONOMIA SOLIDÁRIAː ESPAÇO DE EDUCAÇÃO POPULAR E EMPODERAMENTO FEMININO

ECONOMIA SOLIDÁRIA: ESPAÇO DE EDUCAÇÃO POPULAR E EMPODERAMENTO FEMININO Resumo O objetivo deste artigo é repercutir a economia solidária enquanto espaço de educação popular comprometida com o empoderamento feminino. A abordagem é de natureza qualitativa, descritiva apoiada em pesquisa participativa, tendo a análise embasada na teoria do materialismo histórico e dialético. O campo empírico é o Planalto Catarinense, Santa Catarina, Lages cidade polo regional, onde a Universidade do Planalto Catarinense, abriga a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares. O empreendimento econômico solidário em foco é as “Morenas do Divino”. A educação popular tem lugar proeminente na prática social orientada pelos princípios do reconhecimento de sujeitos coletivos, a educação enquanto prática de transformação social, o diálogo pedagógico, o encontro de saberes/fazeres não hierarquizados e a reflexão crítica. As referências teóricas são Freire, Adams, Moura, Brandão e Schönardie. A reflexão apontou a potência da educação popular ao proporcionar vivência de valores como, participação, solidariedade, conscientização, mediação geradora de empoderamento feminino. Palavras-chave: Economia solidária. Educação popular. Empoderamento feminino. Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares.

RETRATOS DO COTIDIANO: DIÁLOGOS ENTRE A FORMAÇÃO DOCENTE E AS PRÁTICAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Resumo Esse ensaio enseja compartilhar as reflexões que têm sido mobilizadas com nossas experiências de pesquisa-formação, cujo objeto investigativo é a dimensão estética da formação docente para a Educação Infantil, a partir de um conjunto de vozes que se referem às experiências formativas vividas de um ponto de vista pessoal. Conferimos destaque à maneira como o conceito de estética se relaciona ao conceito de sensibilidade e à premissa aqui adotada de que “somos corpo”, desvelando formas de produzir conhecimento no âmbito da pesquisa, da formação e do ensino, que não prescindem da dimensão sensório perceptiva dos sujeitos em formação. Nesse sentido, iluminamos a necessidade de se pensar o processo formativo – docente e discente – considerando a pessoa em sua integralidade. A se considerar as especificidades da docência voltada ao público de 0 a 5 anos de idade, procuramos elucidar como a formação docente pode iluminar rotas que aproximam docência e infância, por meio de experiências estéticas que nutrem e encorajam a ampliar os sentidos humanos na docência, na pesquisa, na vida. Palavras-chave: Educação Infantil e Arte – Educação Estética – Formação de Professores da Educação Infantil.

A repetência e a reprovação escolar em um grupo escolar mineiro, nas primeiras décadas do século XX.

A repetência e a reprovação escolar em um grupo escolar mineiro, nas primeiras décadas do século XX O objetivo desta comunicação é investigar os fenômenos da reprovação e da repetência escolar, em Minas Gerais, nas primeiras décadas do século XX, buscando compreender como elas eram pensadas e vivenciadas em um grupo escolar mineiro: o Grupo Escolar Paula Rocha, na cidade de Sabará. O trabalho insere-se no escopo dos estudos da história da escolarização, principalmente sobre a produção de uma nova cultura escolar no estado, fundada na escola graduada, na qual esses fenômenos se consolidaram. Para alcançar os objetivos, tem-se como principal corpus documental: a legislação educacional, os relatórios de direção e inspeção, as atas de exames, os termos de promoção e os livros de matrículas. A abordagem analítica está centrada, principalmente, nos estudos sobre a cultura escolar, com destaque para os trabalhos de Chervel e Julia. A análise documental evidenciou a complexidade dos fenômenos, não sendo possível apontar uma única causa para sua ocorrência. Entre os motivos da reprovação e da repetência escolar estavam o extenso Programa de Ensino, a pouca idade dos alunos e o seu baixo desempenho. PALAVRAS-CHAVE : Reprovação Escolar. Repetência Escolar. Escola Graduada.

O CAMPO DA SOCIOLOGIA DA INFÂNCIA NOS PAÍSES HISPANO-FALANTES DA AMÉRICA DO SUL

O CAMPO DA SOCIOLOGIA DA INFÂNCIA NOS PAÍSES HISPANO-FALANTES DA AMÉRICA DO SUL Resumo: Este artigo refere-se a uma pesquisa de doutorado intitulada ( título omitido para garantir anonimato ). A pesquisa, de natureza qualitativa, realizou coleta de dados em países de língua espanhola da América do Sul no período de 2010 a 2013 por meio de investigações na Internet, visitas de campo e entrevistas com professores/pesquisadores. Para compreender a configuração do campo na América do Sul, recorreu-se ao conceito de campo científico de Bourdieu, juntamente com a realização de análise de conteúdo a fim de identificar os temas consagrados nas publicações, as abordagens teóricas, os caminhos metodológicos, as áreas predominantes e os elementos que estruturam o campo. Considera-se que o campo da Sociologia da Infância e o campo interdisciplinar dos Estudos Sociais das Infância coexistem nesses países, e que as produções europeias e norte-americanos tiveram grande influência nos países pesquisados, mas concluiu-se que os movimentos do campo podem estruturar outras maneiras para investigações e teorizações da infância no Hemisfério Sul. Palavras-chave: Sociologia da infância; Estudos Sociais das Crianças; América do Sul; Pesquisa.

ANTÍGONA: ANTE O SILÊNCIO E O CLAMOR DO CORO (POVO) – reflexões sobre educação, política, Estado e redes sociais

ANTÍGONA: ANTE O SILÊNCIO E O CLAMOR DO CORO (POVO) – reflexões sobre educação, política, Estado e redes sociais RESUMO O objetivo deste artigo é refletir sobre as atuais relações entre educação e política e suas interfaces com as redes sociais, trazendo a questão: Como (sobre)viver nas atuais condições impostas à educação brasileira: atacar, lutar, resistir ou escapar? Tomando Antígona como metáfora discutimos o equilíbrio configurado na figura do coro (povo) na tragédia grega e na atualidade, analisando implicações na atuação docente. Freire (1996) e Foucault (1982) permitem nosso embasamento. O primeiro, nos orienta em relação à concepção de autoritarismo e licenciosidade. E o segundo, a problematizar o cuidado de si , como movimento de contraconduta, aproximando-o aos horizontes da educação pela leitura de Veiga-Neto e Lopes (2016). Assim, compreendemos a importância de participação política, equilibrando silêncio e manifestação, observando a articulação entre a necessidade de cuidado de si , como forma de contraconduta e do nosso conhecimento como resistência, entendendo que, mesmo não havendo solução conciliatória, podemos protagonizar nossas ações com prudência e ativismo. Palavras-chave: educação, política, redes sociais, contraconduta, cuidado de si

A PESQUISA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA DISPUTA PELA ESCOLA PÚBLICA: O MATERIALISMO HISTÓRICO-DIALÉTICO COMO FUNDAMENTO TEÓRICO-METODOLÓGICO

Resumo Este trabalho busca debater e analisar o materialismo histórico-dialético como fundamento radical tendo em vista uma educação ambiental crítica na escola pública. Compreendendo que a escola pública se revela cada vez mais uma instituição social disputada por diferentes setores sociais e frações de classes, sua conquista pela classe trabalhadora se revela condição para a transformação da realidade escolar pública brasileira, inclusive para a concretização de uma educação ambiental crítica. Neste sentido, as produções acadêmicas da educação ambiental que se pautam no materialismo histórico-dialético podem nos revelar caminhos e desafios a serem enfrentados e superados para que a educação ambiental crítica se materialize na escola pública. Assim, buscamos analisar e refletir sobre a necessidade da fundamentação das pesquisas em educação ambiental sob este referencial, haja vista suas essenciais contribuições na produção do conhecimento para uma inserção aprofundada da educação ambiental crítica na escola pública. Palavras-chave : Educação Ambiental. Escola Pública. Materialismo Histórico-Dialético.

Encontro dialógico entre formação inicial e continuada: narrativas pedagógicas como dispositivos de (trans)formação

Resumo O trabalho apresenta a reflexão sobre uma experiência de pesquisa-formação realizada a partir da parceria estabelecida entre universidade e escola, no contexto de orientação do estágio curricular do curso de Pedagogia de uma universidade pública. Pelas narrativas pedagógicas de professoras/es e estagiárias/os, problematizamos nossa constituição docente nos contextos das práticas pedagógicas, tomando a experiência compartilhada como propulsora de reflexões sobre a complexidade escolar. O encontro e trabalho coletivo entre os diferentes sujeitos promoveu o fortalecimento da formação inicial e parceria na formação continuada.