O que revelam os perfis dos docentes das escolas estaduais quilombolas do Estado de Mato Grosso?

O que revelam os perfis dos docentes das escolas estaduais quilombolas do Estado de Mato Grosso? Resumo Este artigo tem como objetivo apresentar os resultados parciais do projeto de pesquisa, em andamento, denominado: Saberes, fazeres e dizeres de docentes atuantes nas cinco escolas estaduais quilombolas do Estado de Mato Grosso, desenvolvido no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso. O recorte aqui apresentado traz resultados referentes aos perfis dos docentes, evidencia as perspectivas para a implementação da educação escolar quilombola, bem como as principais reivindicações em curso. A pesquisa se insere na abordagem qualitativa, e os principais instrumentos de coleta dos dados foram a observação e o questionário. Participaram 98 docentes. Os resultados apontam que está em curso significativos avanços no que diz respeito às estruturas físicas das escolas e no nível de formação dos docentes, entretanto, há outras tantas reivindicações, tais como recursos didático-pedagógicos, recursos financeiros e formação específica para que sejam capazes de implementar a Educação Escolar Quilombola em suas especificidades. Palavras-chave : Educação escolar quilombola. Teorias pós-colonialistas. Perfis de docentes.

Sentidos sobre a docência e a performatividade

A proposta desta pesquisa é investigar a potência da utilização do conceito de performatividade para análise dos sentidos sobre a docência nas políticas de currículo, com base em perspectivas teóricas de caráter pós-estrutural. Defendo o argumento que sentidos sobre a docência circulam atualmente nas políticas curriculares e mobilizam o discurso sobre a docência. A partir da compreensão de discurso como performativo, é possível pensar que performances sobre a docência podem ser produzidas a partir da significação que é feita pelos professores a partir dos textos curriculares.

O MIEIB E A SUA DIMENSÃO EDUCADORA

O MIEIB E A SUA DIMENSÃO EDUCADORA RESUMO No presente artigo se pretende analisar a dimensão educativa do Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil (MIEIB) a partir do referencial teórico que a compreende em dois aspectos: da práxis (política) e dos processos educativos internos ao movimento. Do ponto de vista da atuação política, é preciso considerar os conceitos de hegemonia e práticas articulatórias de Laclau para compreender como os movimentos no campo educacional influenciam a produção de políticas, bem como de transformações nos códigos culturais. Esse aspecto está interligado com as aprendizagens propiciadas pelo movimento em sua dinâmica interna, tal como aponta Gohn em seus escritos sobre educação não-formal e movimentos sociais. Nesse sentido, o texto aponta as contribuições do MIEIB na construção de documentos da política e de circulação de uma concepção de educação infantil. Esse processo produz diferentes formas de aprendizagem desenvolvidas no seu interior, em seus vinte anos de existência, e criação de um campo-ético político que produz um discurso fundamento no direito à educação das crianças de 0 a 6 anos. Palavras chave: Educação Infantil, MIEIB, movimentos sociais, educação não-formal

Performances cotidianas como micropolítica de (re) invençãode vidas nas escolas

Performances cotidianas como micropolítica de (re) invenção de vidas nas escolas E sta pesquisa pretende pensar no que acontece por entre forças múltiplas nas escolas e entende as performances como proliferação de sentidos nos currículos tecidos nos cotidianos das escolas. As performances na nossa aposta de pesquisa vêm reforçar a força do involuntário na produção do currículo para problematizar as potências que escapam ao compreendido. Como ferramentas conceituais, recorre à da Filosofia da Diferença e à micropolítica para problematizar as performances nas escolas que surgem como um convite a tensionar modos de agenciamento nas relações curriculares em tempos em que a educação enfrenta movimentos que tentam silenciar as diferenças. Destaca a força micropolítica das performances cotidianas por constituírem potentes modos de produção de sentidos e resistência. Performances. Currículo. Micropolítica. Resistência.

CONCEPÇÕES DE ALFABETIZAÇÃO E FORMAÇÃO NOS PROGRAMAS NACIONAIS DE FORMAÇÃO DE ALFABETIZADORES NO BRASIL

O artigo tem por objetivo analisar as concepções de formação docente e alfabetização encontradas nas políticas públicas no período de 1996-2019, frente à sinalização, pelo Governo Federal, da possibilidade de se adotar um método oficial de alfabetização no Brasil. Como procedimentos metodológicos, realizou-se análise documental, tendo como fontes os cadernos de formação dos programas. Os resultados apontam que, embora sejam percebidos avanços no que se refere à concepção de alfabetização, persiste um entendimento de formação na perspectiva da racionalidade técnica. Conclui-se que a adoção de um método único oficial pelo Governo poderia reforçar essa perspectiva técnica de formação, bem como trazer rupturas na concepção de alfabetização construída em parceria com as universidades e pesquisadores da área e apresentada nas últimas duas décadas nos programas de formação lançados pelo Ministério da Educação.

Presença franciscana e hegemonia jesuítica no campo da História e da História da Educação no período colonial brasileiro: temáticas, fontes e temporalidade em questão

Resumo A análise da produção historiográfica, especialmente aquela divulgada nos principais congressos e eventos científicos, no campo da História do Brasil e da História da Educação, fez-nos concluir que número diminuto de pesquisas tematizou o período colonial brasileiro. A quase totalidade desses trabalhos versa central e majoritariamente sobre a atuação dos membros da Companhia de Jesus e utilizava, quase exclusivamente, fontes jesuítas, a despeito da atuação histórica, evangelizadora e educacional de outras ordens religiosas que marcaram presença no Brasil, desde o século XVI, nomeadamente a Ordem Franciscana e suas ramificações, centro de nosso interesse. O objetivo da comunicação é problematizar essa opção majoritária dos pesquisadores, atinente às temáticas, à demarcação temporal e à seleção das fontes historiográficas utilizadas. Palavras-Chave : Franciscanos, jesuítas, fontes historiográficas, demarcação temporal.

Sentidos do PISA na mídia no Brasil: nova forma de governamentalidade

Sentidos do PISA na mídia no Brasil: nova forma de governamentalidade Resumo: Este trabalho tem como proposta analisar os discursos do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), à luz das ferramentas foucaultianas, tendo como corpus reportagens da mídia, veiculadas no Brasil. Este artigo, em particular, irá focar uma reportagem a respeito do PISA da Revista Veja de 14 de dezembro de 2016. Partimos das seguintes perguntas de pesquisa: Os discursos da mídia instauram “novos” regimes de verdade de modo a produzir novas subjetividades em Educação no Brasil? Como tais discursos atuam como novas formas de governamentalidade na Educação? Considera-se por governamentalidade uma multiplicidade de práticas de governamento que tomam como alvo uma população e os saberes da economia como estratégias de ação (FOUCAULT, 2008), incluindo aí, as avaliações externas. Pretendemos trazer à tona os conflitos geralmente apagados e camuflados que compõem a racionalidade que sustenta o PISA, problematizando-os à luz dos estudos foucaultianos, no intuito de melhor entender as relações contemporâneas instauradas pelas avaliações externas em larga escala. Palavras-chave: PISA, Discurso, Governamentalidade, Mídia.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: UMA APROXIMAÇÃO NECESSÁRIA

O objetivo geral do presente trabalho é analisar os objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS) estabelecidos em setembro de 2015, em comum acordo por 193 países em assembleia geral das Nações Unidas, na perspectiva da Educação Ambiental Crítica. Como objetivos específicos elaboraram-se: apresentar o conceito de Educação Ambiental na perspectiva crítica; conhecer os objetivos do desenvolvimento sustentável; analisar os ODS na perspectiva da Educação Ambiental Crítica. A indagação de pesquisa foi assim elencada: existem aproximações possíveis para se pensar no atingimento dos ODS, por meio de uma Educação Ambiental em sua vertente crítica? No presente trabalho parte-se do pressuposto de que a Educação Ambiental em sua vertente crítica é definida no Brasil a partir de uma matriz que vê a educação como elemento de transformação social inspirada no diálogo, no exercício da cidadania, no fortalecimento dos sujeitos, na superação das formas de dominação capitalistas e na compreensão do mundo em sua complexidade. Ao final, evidencia-se que a Educação Ambiental em sua vertente crítica, emancipadora e transformadora da realidade, se mostra como um caminho viável para a busca pelo atingimento dos objetivos do desenvolvimento sustentável.

REDE DIALÓGICA DE APRENDIZAGEM COMPLEXA: TECENDO ‘NÓS’ ENTRE EDUCAÇÃO, TECNOLOGIAS E DEVIR DOCENTE

REDE DIALÓGICA DE APRENDIZAGEM COMPLEXA: TECENDO ‘NÓS’ ENTRE EDUCAÇÃO, TECNOLOGIAS E DEVIR DOCENTE RESUMO: Este é um recorte de duas experiências de pesquisa, uma concluída e outra em andamento. Apresenta o resultado de uma pesquisa qualitativa de formação de professores com tecnologias digitais e traz perspectivas de uma pesquisa de doutorado que surgiu a partir do resultado da primeira experiência. Partimos da questão inicial da pesquisa – como criar espaços dialógicos de aprendizagem de educadores em interação com tecnologias digitais? – e, para tratar as emergências consideramos os pressupostos do paradigma da complexidade e o conceito de ontoepistemogênese. A metodologia da pesquisa finalizada envolveu a proposição de oficinas e rodas de conversas. Autores como Henri Atlan, Humberto Maturana, Francisco Varela, Pierre Lévy, Gilbert Simondon, Edgar Morin, Suely Rolnik, Felix Guattari Gilles Deleuze, Heinz von Foerster, Virgínia Kastrup fundamentam uma rede teórica que potencializa a tessitura de uma rede dialógica de aprendizagem complexa entre professores-tecnologias-escola. Palavras-chave: Complexidade. Tecnologias Digitais. Formação de professores. Ontoepistemogênese. Autopoiesis.

Reformas educacionais e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC): relações entre o público e o privado

Resumo: Os objetivos deste artigo são apresentar a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) como parte das reformas globais da educação, bem como mapear e problematizar os sujeitos e suas relações na construção e na implementação da Base Nacional através da inserção de propostas ligadas a instituições privadas no processo. Busca também discutir o conteúdo da proposta educacional na BNCC a partir de duas instituições que fazem parte do Movimento pela Base e do catálogo de soluções educacionais que se colocam à disposição dos sistemas e das escolas públicas. No desenvolvimento metodológico, procedemos ao levantamento e à análise de fontes primárias e secundárias e o mapeamento dos sujeitos e suas relações. Nas considerações, apresentaremos as relações entre o público e o privado e as possíveis consequências que o movimento dos empresários na BNCC traz para a educação. Palavras-chave : BNCC. Sujeitos. Público-privado. Conteúdo.