A BNCC e a educação integral: política curricular que nega direitos?

A BNCC e a educação integral: política curricular que nega direitos? Resumo Neste trabalho é analisada a concepção de educação integral veiculada pela BNCC como política curricular que, apesar das menções à ampliação da formação dos alunos – indistintamente nomeada como desenvolvimento integral e educação integral –, restringe direitos no processo de escolarização. Embora a discussão sobre educação integral no Brasil esteja, historicamente, ligada à articulação entre formação intelectual e prática, ao acesso a bens culturais normalmente à margem do conhecimento escolar, à ampliação do tempo de contato com os desafios do conhecimento, em novas configurações de tempos, espaços e saberes, a opção expressa nesse documento se restringe a uma ideia de integralidade do indivíduo destacado do contexto no qual se desenvolve e aprende. Destaca-se que a democratização da escola, entre outros atributos, indica o acesso a conhecimentos escolares e para isso políticas públicas de educação, especialmente no Brasil, foram elaboradas, não sem pressões sociais, no sentido de garantir condições materiais para o desenvolvimento do trabalho escolar, o que a menção vaga à educação integral não garante em absoluto. Palavras-chave : política curricular; BNCC; educação integral; conhecimento escolar.