“Lute como uma menina”: gênero e processos de formação na experiência das ocupações secundaristas

Isabella Batista Silveira | OUTRAS

“LUTE COMO UMA MENINA”: GÊNERO E PROCESSOS DE FORMAÇÃO NA EXPERIÊNCIA DAS OCUPAÇÕES SECUNDARISTAS Este trabalho é fruto de uma pesquisa de Mestrado em Educação que teve como objetivo aprofundar as reflexões sobre as ocupações estudantis secundaristas que se alastraram pelo país nos anos de 2015 e 2016. O foco investigativo e o recorte temporal escolhidos para a produção dos dados são as ocupações que ocorreram no último trimestre de 2016. A partir da apresentação do panorama político e apoiada nos conceitos de classe e experiência do historiador inglês Edward Thompson buscou-se investigar como aconteceram os processos formativos no interior das ocupações e como estas práticas permitiram a construção de um novo olhar sobre o espaço escolar, movimentos estudantis e as relações interpessoais estabelecidas no contexto desta experiência. Para tanto, considerou-se as relações de gênero estabelecidas no interior das ocupações como o principal medidor dos impactos desta vivência nos sujeitos ocupantes. Como resultados, percebeu-se que o exercício da autonomia, da autorganização e do fazer-se político foram fundamentais para que as ocupações não se limitassem ao papel de ser só uma ferramenta pragmática de luta política. PALAVRAS CHAVE: ocupação; formação; experiência; gênero.

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“MINAS NA SEMI”: (re)significações de narrativas das adolescentes em cumprimento da medida socioeducativa Semiliberdade.

Rebeca Cristina Nunes Lloyd Gonçalves | FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

“MINAS NA SEMI”: (re)significações das narrativas das adolescentes em cumprimento da medida socioeducativa de semiliberdade. Resumo A pesquisa analisou as peculiaridades da medida socioeducativa buscando compreender como as meninas em cumprimento de medida de semiliberdade constroem/construíam (re)significações a respeito de si e dos processos educativos que permeavam suas vivências. Caracterizou-se por uma abordagem qualitativa, utilizando observação, entrevistas, intervenção mediada por processos circulares (MINAYO, 2010; LAKATOS, 2000; AGUIAR, 2003 e PRANIS, 2010). Para dialogar com as narrativas adolescentes acerca de suas experiências, propusemos reflexões teóricas que discutem as medidas socioeducativas no contexto da implementação do Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990), narrativas estas permeadas por processos de institucionalização vivenciados numa Casa de Semiliberdade (GOFFMAN, 1971, 1999; FOUCAULT, 1997, 2007). Noutra mirada, trouxemos autores que analisam a condição juvenil e as relações de gênero impressas no ser-menina em cumprimento de medida socioeducativa (SCOTT, 2001; LOURO 2008). Palavras-chave : Adolescentes. Processos Circulares. Medida Socioeducativa. Casa de Semiliberdade. Gênero.

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“O futuro é uma caixinha de sonhos ” … campo, mulheres, formação e trabalho

Ludmila Oliveira Holanda Cavalcante | UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

“O futuro é uma caixinha de sonhos ” … campo, mulheres, formação e trabalho RESUMO O texto apresenta o processo de produção de um registro fílmico como produto da pesquisa sobre estudantes do ensino médio subsequente realizada entre 2016-2018 com financiamento do CNPQ. A pesquisa aponta para um cenário de educação profissional comprometido com a formação técnica de seus estudantes, no trabalho voltado para a área da agropecuária e o seu possível desenrolar em formações do ensino superior em áreas correlatas. O texto lida com as categorias: juventude, trabalho e campo, busca ilustrar a riqueza do trabalho realizado e o potencial discursivo e analítico que tal recurso didático poderá ter em espaços formativos em torno do debate da Educação do Campo. O filme foi realizado com mulheres jovens sobre suas condições de vida, percepções de trabalho, juventude, campo, presente e futuro. O fato de estarmos diante das “câmaras” trazia um elemento diferenciado para os sujeitos de pesquisa, jovens atentas às capturas de imagens, equilibrando-as com narrativas de si e dos arredores que “ganhariam mundo”. As narrativas apontam para as contradições existentes na condição juvenil rural e seus desafios na sociedade contemporânea. Palavras Chaves: campo – juventude rural – formação – trabalho

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A educação autônoma zapatista: um experimento cosmopolítico de democracia radical

Ana Paula Massadar Morel | UFF - Universidade Federal Fluminense

A educação autônoma zapatista: um experimento cosmopolítico de democracia radical Resumo O movimento zapatista é conhecido mundialmente por construir um modo de existência anti-capitalista e autogestionário chamado autonomia zapatista. Neste trabalho, pretendemos explorar um de seus pilares fundamentais: a educação autônoma zapatista. Esta se constitui como uma proposta de descolonização e democracia radical que articula um denso aparato conceitual dos indígenas do movimento. As escolas são organizadas pelas assembleias comunitárias visando a educação verdadeira ( chanel ), isto é, um aprendizado constante com a comunidade e o cosmos baseada na arte do caminhar perguntando. Palavras-chave: Educação autônoma, Movimento zapatista, Antropologia e educação, Cosmopolítica.

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A prova social da escolarização entre jovens de escolas públicas: escola e interatividade nas periferias de Porto Alegre

Leandro Rogério Pinheiro | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL/FACULDADE DE EDUCAÇÃO

A prova social da escolarização entre jovens de escolas públicas: escola e interatividade nas periferias de Porto Alegre Resumo: As problematizações abordadas no artigo partem de pesquisa em curso em bairros de periferia de Porto Alegre/RS, destacando-se dados quantitativos produzidos durante o ano de 2018. A escrita toma por objetivo compreender como os jovens experienciam a prova social da escolarização em escolas públicas sediadas em localidades socialmente vulnerabilizadas da cidade. As contribuições de Danilo Martuccelli são os principais referentes, sendo que as interlocuções em campo preveem a aplicação de questionários e a realização de entrevistas. Aqui, trazemos uma análise parcial dos resultados obtidos em dois bairros com a primeira técnica. Com base nisso, consideramos, para a sequência das incursões, a hipótese de uma implicação mútua entre práticas sociáveis e institucionais junto aos jovens, de forma que modos de presença interativa percorrem diferentes níveis de ensino. Palavras-chave: Escolarização; Prova social; Jovens; Periferias.

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DE LOS MOVIMIENTOS-RED GLOBALES A LAS RODAS CULTURAIS Y SLAMS EN BRASIL. Un mapa teórico-metodológico para el abordaje de procesos de subjetivación juvenil en tiempos de crisis civilizatoria.

Valentina Carranza Weihmüller | NÚCLEO DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL PARA A SAÚDE

DE LOS MOVIMIENTOS-RED GLOBALES A LAS RODAS CULTURAIS Y SLAMS EN BRASIL. Un mapa teórico-metodológico para el abordaje de procesos de subjetivación juvenil en tiempos de crisis civilizatoria. Resumen . Partiendo del estudio de Reguillo (2017) sobre los movimientos-red globales durante el ciclo de protesta 2010-2016 se presenta una propuesta teórico-metodológica de nivel meso para el abordaje de procesos de subjetivación en las micropolíticas urbanas del movimiento hip hop en Brasil. La propuesta se basa en reflexiones de investigación sobre rodas culturais y slams en la ciudad de Rio de Janeiro teniendo como ejes analíticos las categorías trabajadas por la autora para el abordaje de los movimientos-red. Se costura un análisis que encuentra aproximaciones entre ambos procesos de subjetivación, tanto en relación al contexto de crisis civilizatoria como en las claves y estrategias llevadas a cabo: interrumpir , hackear , producir presencia y afectarse en la creación de encuentros . También se reconocen distanciamientos a respecto de la centralidad de lo tecnológico y la construcción de identidades . Finalmente se comentan implicaciones metodológicas y posibles otras aplicaciones. Palabras claves : juventudes, procesos de subjetivación, movimientos-red, hip hop , micropolíticas urbanas.

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EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE CULTURAL: um olhar sobre o cotidiano de uma escola ribeirinha de Ensino Fundamental.

Claudio Gomes da Victoria | UFAM - Universidade Federal do Amazonas

EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE CULTURAL: um olhar sobre o cotidiano de uma escola ribeirinha de Ensino Fundamental. Resumo O presente texto parte do diálogo desenvolvido em uma pesquisa realizada junto a uma escola de uma comunidade ribeirinha no interior do estado do Amazonas. Apresenta uma reflexão sobre as concepções de educação do campo em interação com os aspectos do que denominamos de uma Educação Ribeirinha. Busca compreender de que modo o processo formativo de seus (as) professores (as) e suas práticas cotidianas tem sido “desafiadas” pela perspectiva da interculturalidade. Sob esse olhar, o trabalho desdobra-se a apresentar, de modo particular, parte do cenário da Educação Ribeirinha, os desafios entre a prática do ensinar e aprender em meio a essa realidade do campo. À luz desse desafio, por fim, pretendemos que esse diálogo se amplie e contribua para que a temática da Interculturalidade ganhe novos olhares e novos contornos, nos debates de proporções nacionais e internacionais e, sobretudo, sirva para aprimorar não só a prática pedagógica das escolas ribeirinhas, mas todas aquelas que ainda são consideradas e tratadas como minoria. Palavras-chave: Educação do Campo/Ribeirinha; Cotidiano; diversidade cultural

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Educação, Modernização e a Questão da Terra

Edna Maria Querido de Oliveira Chamon | UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ

Educação, Modernização e a Questão da Terra Resumo Este trabalho busca mostrar os laços entre educação e modernização nacional e sua correlação com a questão da terra. O texto explora duas dicotomias cuja formulação representa fronteiras simbólicas fundamentais: urbano/rural e moderno/tradicional. Argumenta-se que a educação é um dos pilares fundamentais de todo processo de construção nacional e de modernização, visto que o chamado processo civilizatório passa necessariamente pela educação. O texto apresenta, também, um estudo específico sobre um programa de Educação do Campo desenvolvido em uma Universidade do interior do Estado de São Paulo. O texto sustenta que um programa de formação docente em Educação do Campo deve enfrentar o desafio de romper com o modelo urbanocêntrico de educação, privilegiar a diversidade de saberes e introduzir a marca e a especificidade do campo nos processos educativos. O estudo identitário dos formandos sobre a Educação do Campo mostra uma clivagem que opera na chave da “mudança”. Essa clivagem parece organizar a construção identitária dos sujeitos sobre a formação docente, formação essa que é apontada como possibilidade de abertura/libertação para os povos do campo. Palavras-chave: Educação. Educação do Campo. Modernização. Questão da terra.

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Enegrecer as universidades: um desafio para a formação de educadores/as do campo?

Jaqueline Cardoso Zeferino | UFSC- Universidade Federal de Santa Catarina

Enegrecer as universidades: um desafio para a formação de educadores/as do campo? Resumo : A educação do campo referenciada nas especificidades dos sujeitos do campo configura-se uma política que ao debater a garantia da igualdade e o reconhecimento da diferença como valor, faz emergir a diversidade de lutas e sujeitos do campo, indicando a transposição de uma identidade única e fixa camponesa. Nesse contexto, a presença de estudantes negras e quilombolas em um curso de Licenciatura em Educação do Campo no interior de Minas Gerais anuncia e denuncia o lugar de seus corpos, conhecimentos e práticas gerando tensionamentos e deslocamentos. Estas existências resistentes favorecem a permanência bem-sucedida no ensino superior e a efetiva institucionalização de práticas antirracistas e feministas em um campo marcado historicamente pela presença branca, cristã, heterossexual e masculina. Este ensaio pretende socializar reflexões sobre o contexto de formação de educadores/as do campo a partir das questões: quem são os diversos sujeitos do campo? Que epistemologias, corpos e práticas trazem à universidade? O que narram e ensinam suas lutas? Que desafios estão postos à educação do campo neste contexto? Palavras-chave : educação do campo, educação antirracista, decolonialidade

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Experiências e projetos de futuro de jovens em semiliberdade

Jorddana Rocha de Almeida | FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Experiências e projetos de futuro de jovens em semiliberdade RESUMO Apresenta resultados de uma pesquisa que teve como foco investigar a condição juvenil de jovens em situação de restrição de liberdade. Para tanto, buscou-se compreender os sentidos atribuídos pelos jovens às experiências da medida socioeducativa de semiliberdade em um município no interior de Minas Gerais e seus projetos de futuro. O referencial teórico e metodológico ancorou-se na Sociologia da Juventude e na Sociologia da Experiência. Trata-se de um estudo qualitativo, desenvolvido através de análise de documentos, observações participantes e entrevistas semiestruturadas com 16 jovens com idades entre 13 e 18 anos. A relação com os projetos de futuro era estabelecida pelos jovens de maneira muito distante, prevalecendo uma adesão ao tempo presente. Os jovens alimentavam o desejo de sair da condição de contravenção e, ao mesmo tempo, não viam perspectivas de romperem os laços e compromissos com o mundo do crime, o que se configurou em uma experiência trágica. Palavras-chave: Educação; Juventude; Medidas socioeducativas; Experiência social; Projetos de futuro

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Jovens Mulheres no Ensino Médio: expressões culturais, modos de ser jovem e relações de sociabilidade na escola

Hamanda Maiara Nascimento Pontes | UEPA - Universidade do Estado do Pará

JOVENS MULHERES NO ENSINO MÉDIO : EXPRESSÕES CULTURAIS, MODOS DE SER JOVEM E RELAÇÕES DE SOCIABILIDADE NA ESCOLA Resumo : O presente trabalho objetiva compreender como são expressos e que características são singulares nos modos de ser jovem, estudante do Ensino Médio e mulher no que se refere às formas de expressão da cultura juvenil e como se apresentam no espaço escolar. O estudo se inscreve no campo da pesquisa qualitativa reconstrutiva com interface nos aportes teórico-metodológicos da Fenomenologia Social de Alfred Schütz, utilizando Entrevista Narrativa como técnica de reunião dos dados e o Método Documentária de Interpretação para a análise do corpus da investigação. Foram entrevistadas 6 jovens estudantes do Ensino Médio, matriculadas em escolas públicas da cidade de Belém, com idades entre 16 e 19 anos. Os resultados revelaram que as reivindicações de expressão estética, críticas à escola e suas lógicas de organização, assim como as demandas de protagonismo nesse espaço são deslocados para as inscrições corporais que se manifestam por meio de estilos, vestuários, adereços e uma indumentária que quando posta em cena reflete um conjunto de significados particulares de suas culturas juvenis. Palavras-chave: Jovens mulheres; Ensino Médio; Sociabilidades; Expressões culturais

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Juventude e o Programa de Aprendizagem Profissional: Um Estudo na Região Leste Fluminense.

Thamiriz da Silva Cavalcanti | UNIRIO - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Juventude e o Programa de Aprendizagem Profissional: Um Estudo na Região Leste Fluminense. Resumo: O artigo se propõe a discutir teoricamente a construção social da juventude, e como esses se relacionam frente a transição para a vida adulta, tendo como marco o trabalho. Desta forma, pesquisamos a Lei 10.097/00 denominada Lei da Aprendizagem, criada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), cujo intuito é promover a inserção de jovens de 14 a 24 anos no mundo do trabalho. A Lei de Aprendizagem propõe que os jovens participantes deste Programa obtenham experiência profissional na empresa, e um curso de qualificação na área de atuação por meio de um agente integrador, relacionando a teoria e a prática. Neste artigo contamos com dados da aprendizagem profissional realizado pelo Centro de Integração Empresa Escola – CIEE do Rio de Janeiro, mas especificamente na Região Leste Fluminense. A pesquisa encontra-se em andamento, pois é um desdobramento da pesquisa de mestrado ao qual objetiva-se traçar o perfil do jovem aprendiz na Região Leste Fluminense entre os anos de 2012 a 2016. Palavras-chave : Juventude – Transição para a vida adulta – Emprego – Lei da Aprendizagem.

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LETRAMENTOS POLÍTICOS: AS EXPERIÊNCIAS EM ASSENTAMENTOS NO RECÔNCAVO BAIANO

Marcos José de Oliveira Silva | UNEB - Universidade do Estado da Bahia

LETRAMENTOS POLÍTICOS: as experiências em assentamentos no recôncavo baiano Resumo O presente texto é resultado de uma pesquisa em andamento e transita pelas experiências de letramentos políticos de duas escolas de assentamento do Movimento Sem Terra , no entorno da cidade de Santo Amaro-BA: a escola Antonio Conselheiro (assentamento Eldorado) e a escola Fábio Henrique (assentamento Paulo Cunha), as quais vivenciam práticas de uso da leitura e da escrita que movimentam textos constituídos por temáticas como democracia, reforma agrária, ética, sustentabilidade, entre outras de cunho educacional, sociocultural e político. A questão norteadora que move a presente investigação é saber quais são esses letramentos e de que forma são trabalhados pelos(as) professores(as) nos anos iniciais do ensino fundamental. Os caminhos metodológicos para esta investigação orientam-se pelos pressupostos da abordagem qualitativa e colaborativa de pesquisa, visando a uma perspectiva dialética de construção do conhecimento. Até o presente momento, verificamos, nesses dois locus, experiências particulares de práticas de leitura voltadas às orientações sociopolíticas, no processo de ensino e aprendizagem. Palavras-chave : Letramentos políticos. Educação do MST. MST. Pedagogia da terra.

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MOVIMENTOS SOCIAIS DO CAMPO E EDUCAÇÃO NA AMAZÔNIA: AS LUTAS E RESISTÊNCIAS NUM CENÁRIO DE NEGAÇÃO DE DIREITOS

Salomão Antônio Mufarrej Hage | UFPA - Universidade Federal do Pará

MOVIMENTOS SOCIAIS DO CAMPO E EDUCAÇÃO NA AMAZÔNIA: AS LUTAS E RESISTÊNCIAS NUM CENÁRIO DE NEGAÇÃO DE DIREITOS Resumo O artigo analisa o Movimento da Educação do Campo em seus 20 anos de existência, destacando o protagonismo do Fórum Paraense e dos Fóruns Regionais de Educação do Campo para enfrentar os desdobramentos das políticas de austeridade e da lógica rentista sobre a negação do direito à educação de qualidade aos povos tradicionais e camponeses. Seu conteúdo resulta de uma pesquisa sobre as territorialidades do campo da Amazônia Paraense e suas implicações para a afirmação da diversidade sócio-cultural nas políticas educacionais e na escola pública, com investigação bibliográfica, documental e de campo, que reuniu dados do INEP para configurar a Educação Básica nas redes públicas de ensino. A precarização das condições de funcionamento, o fechamento e a paralisação das atividades das escolas no campo, e a presença de professores atuando sem formação adequada e com contratos de trabalho temporários são indícios da exclusão e negação do direito à educação de qualidade aos povos do campo, em meio às estratégias do Movimento para enfrentar essas situações no Estado do Pará. Palavras-chave : Educação do Campo; Movimentos Sociais, Políticas Educacionais, Educação na Amazônia.

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O DIREITO À EDUCAÇÃO NO CAMPO: REFLEXÕES TEÓRICAS PARA O DEBATE DA SUPERAÇÃO DE DESIGUALDADES NA EDUCAÇÃO

Vandreia de Oliveira Rodrigues | UFPA-PPGEDUC – UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

O DIREITO À EDUCAÇÃO NO CAMPO: REFLEXÕES TEÓRICAS PARA O DEBATE DA SUPERAÇÃO DE DESIGUALDADES NA EDUCAÇÃO RESUMO: O texto é parte de uma pesquisa em andamento vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Educação e Cultura (PPGEDUC/UFPA/Cametá). Aborda-se aqui a materialidade da educação do campo no município de Cametá- PA partindo das bases legais que a normatizam como direito. Problematiza-se como o direito à educação nodo campo tem sido garantida na realidade Cametaense. Para análise, considerou-se as peculiaridades que compõem a Amazônia e seus territórios camponeses e as condições históricos sociais construídas nas relações de trabalho e cultura que produzem o modo de vida desses sujeitos, e que materializam a educação. O percurso metodológico parte-se da perspectiva do materialismo histórico dialético por possibilitar analisar como os interesses das classes impactam as políticas públicas educacionais, pois, as formas como se pensa a educação no campo do município de Cametá-PA ainda se limita em uma educação ruralista, que desconsidera as diversidades locais. PALAVRAS CHAVE : Educação do Campo; Direito a Educação; Políticas Públicas.

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O MIEIB E A SUA DIMENSÃO EDUCADORA

Cibele Maria Lima Rodrigues | Fundação Joaquim Nabuco

O MIEIB E A SUA DIMENSÃO EDUCADORA RESUMO No presente artigo se pretende analisar a dimensão educativa do Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil (MIEIB) a partir do referencial teórico que a compreende em dois aspectos: da práxis (política) e dos processos educativos internos ao movimento. Do ponto de vista da atuação política, é preciso considerar os conceitos de hegemonia e práticas articulatórias de Laclau para compreender como os movimentos no campo educacional influenciam a produção de políticas, bem como de transformações nos códigos culturais. Esse aspecto está interligado com as aprendizagens propiciadas pelo movimento em sua dinâmica interna, tal como aponta Gohn em seus escritos sobre educação não-formal e movimentos sociais. Nesse sentido, o texto aponta as contribuições do MIEIB na construção de documentos da política e de circulação de uma concepção de educação infantil. Esse processo produz diferentes formas de aprendizagem desenvolvidas no seu interior, em seus vinte anos de existência, e criação de um campo-ético político que produz um discurso fundamento no direito à educação das crianças de 0 a 6 anos. Palavras chave: Educação Infantil, MIEIB, movimentos sociais, educação não-formal

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OCUPAÇÕES ESTUDANTIS DAS ESCOLAS EM CAXIAS DO SUL/RS

Scarlett Giovana Borges | UNISINOS - Universidade do Vale do Rio dos Sinos

OCUPAÇÕES ESTUDANTIS DAS ESCOLAS EM CAXIAS DO SUL/RS RESUMO: O presente artigo é resultado da pesquisa realizada no Mestrado em Educação acerca das ocupações estudantis das escolas públicas em Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, no ano de 2016. A temática é apresentada no contexto das ocupações em nível nacional e relacionada aos movimentos em rede contemporâneos, caracterizados por Castells (2013). A pesquisa tem por arcabouço teórico metodológico o materialismo histórico dialético e utiliza como base para análise das fontes o termo experiência, elaborado por Thompson (1981). O desenvolvimento do artigo se dá na reflexão do movimento estudantil de ocupações enquanto experiência que modificou os espaços e as relações escolares. Concluímos que a consciência social das e dos estudantes envolvidos no movimento foi o principal fator de transformação decorrente das ocupações. Essa modificação, foi possibilitada pela potente aprendizagem política do cotidiano das ocupações e se manifesta na crítica às desigualdades presentes nos sistemas de educação e nas relações sociais. Palavras-chave: Ocupações estudantis. Movimento estudantil. Experiência de ocupação.

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Pedagogias dos terreiros: ensino educativo-social

Rodrigo Lemos Soares | UFPel - Universidade Federal de Pelotas

Pedagogias dos terreiros: ensino educativo-social Resumo: A Pedagogia Social, possibilita pensarmos os ensinos ocorridos em diferentes espaços. Isto implica a ideia de que todo e qualquer lugar é educativo. Educar é sempre um jogo de relações. O objetivo do texto foi tecer narrativas sobre pedagogias e ensino do universo religioso afro-brasileiro, desenvolvidas em terreiros de Quimbanda da cidade do Rio Grande/RS. Recorri ao campo dos Estudos Culturais, tendo por estratégia metodológica a Investigação Narrativa, com uso de conversas individuais como ferramenta para produção dos dados, categorizados e debatidos, a partir das narrativas de quatro dirigentes de terreiros de Quimbanda. Os atos educativos ou pedagógicos, são inerentes à existência dos sujeitos. Somos educados tanto pelas ações dos outros, quanto pelos reflexos das que promovemos, em nossos espaços de convivência, decorrendo delas as nossas aprendizagens sociais. As relações podem gerar inúmeros conflitos culturais, porém, é a partir deles que destaco a possibilidade de produção de outros saberes, outras pedagogias que culminam na proliferação de aprendizagens, no caso dos terreiros e suas pedagogias sociais. Palavras-chave: Educação. Pedagogia Social. Terreiro.

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POR UM CURRÍCULO ESCOLAR DO CAMPO, DAS ÁGUAS E DAS FLORESTAS CONECTADO COM O POVO DO CAMPO EM PARINTINS(AM)

Edilson da Costa Albarado | UFPA - Universidade Federal do Pará

POR UM CURRÍCULO ESCOLAR DO CAMPO, DAS ÁGUAS E DAS FLORESTAS CONECTADO COM O POVO DO CAMPO EM PARINTINS(AM) Resumo O artigo é parte do projeto de pesquisa “Diálogos com os saberes dos territórios das águas, das terras e das florestas e a construção de um currículo de educação do campo para o Município de Parintins(AM)”, desenvolvido nos territórios rurais desse município, objetiva investigar os saberes dos povos de territórios rurais, de várzea e de terra-firme, e suas contribuições com a construção de um currículo para a Educação do Campo no município. O estudo questiona: como os saberes dos povos dos territórios rurais de Parintins(AM) podem contribuir com a construção de um currículo voltado para a escola do campo? A abordagem é qualitativa, cujos estudos procuram aprofundar a compreensão dos fenômenos humanos face às determinações e transformações do contexto sócio-histórico, socioculturais, políticos e econômicos. Os resultados parciais refletem contribuições para compor a elaboração de currículo que reflita a dinâmica dos povos do campo, em sua tessitura de vida, de saberes-fazeres, das memórias, das identidades culturais, dos coletivos sociais, do cotidiano, da cultura e das resistências. Palavras Chaves: Currículo, Diálogos com Saberes, Territórios. Educação do Campo.

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SENTIDOS DA PARTICIPAÇÃO: CONSIDERAÇÕES SOBRE O ENGAJAMENTO DE JOVENS DE CAMADAS POPULARES EM UNIVERSIDADES PÚBLICAS

Felipe Tarábola | FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - FEUSP

RESUMO O presente trabalho apresenta algumas reflexões sobre a diversidade de modos e sentidos da atuação política e da participação em organizações e ações coletivas de jovens estudantes em diferentes instâncias, grupos, coletivos, movimentos e organizações presentes na experiência universitária. Trata-se de um desdobramento de pesquisa realizada ao longo de três anos com nove jovens ingressantes em diferentes cursos de graduação da USP em 2014 a respeito de seus processos de socialização, individuação e desafios vividos em suas trajetórias escolares tanto na passagem do Ensino Médio público ao Ensino Superior, quanto no percurso de afiliação à vida universitária. A partir de referenciais teórico-metodológicos da sociologia do indivíduo nas relações com as formas plurais de ação coletiva e do debate acerca da juventude pertinente ao campo da Sociologia da Educação, pretende-se neste texto contribuir para a reflexão acerca da constituição e da pluralidade das formas de ação dos engajamentos dos estudantes universitários contemporâneos na esfera pública e suas interfaces com a sociabilidade juvenil. PALAVRAS-CHAVE : Jovens universitários; Participação; Ação coletiva; Individuação; Sociabilidade

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Temas, programas e direitos: compreendendo as demandas educacionais dos jovens rurais nas Conferências Nacionais de Juventude

Severine Carmem Macedo | UNIRIO - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

O estudo buscou compreender e discutir as demandas educacionais da juventude rural formuladas nas três Conferências Nacionais de Políticas de Juventude (CNPPJs), realizadas nos anos de 2008, 2011 e 2015. As demandas foram conhecidas e organizadas com base em relatórios elaborados no processo de realização das Conferências, sendo classificadas a partir das seguintes categorias de análise: demandas de distribuição, de reconhecimento e de participação. Entre os jovens rurais organizados, reconhecidos como sujeitos de direitos, aparece com destaque demandas pela intersetorialidade da educação com outras políticas públicas, acesso e ampliação da escolarização, infraestrutura educacional, legislação e aspectos operacionais das políticas educacionais, formação do corpo docente, financiamento, currículo e gestão democrática. Neste trabalho, trago a análise das demandas que dizem respeito a intersetorialidade, o acesso a programas e a relação das demandas com os sentidos da educação do campo. Palavras chaves: juventude rural; sujeitos de direitos; educação do campo; demandas educacionais; conferências nacionais de juventude.

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Trabalho e escolarização no curso de vida de jovens pobres no Rio de Janeiro

Ana Karina Brenner | Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ

Trabalho e escolarização no curso de vida de jovens pobres no Rio de Janeiro Investigar cursos de vida de jovens significa enfrentar o desafio de compreender as idades não apenas como fases biológicas, mas também como representações e campos de disputas simbólicas atravessadas pelas especificidades de vida em diferentes lugares sociais. Passa por compreender processos de individualização social e vetores de unificação dos padrões socializadores de um mundo que se tornou simultaneamente globalizado e excludente. Trataremos de processos de entrada de jovens pobres na vida adulta tendo como vetor principal a relação escola-trabalho. A base empírica de nossas reflexões se constitui dos dados quantitativos e qualitativos de pesquisa realizada com jovens estudantes de escolas de ensino médio na cidade do Rio de Janeiro entre os anos de 2013 e 2015. A partir do survey obtivemos um quadro síntese de trajetórias de escolarização, posições sociais, experiências laborais e familiares, entre outras, que dão objetividade aos cursos de vida. Narrativas de dois jovens são apresentadas e interpretadas numa busca por evidenciar dimensões subjetivas dos cursos de vida. Palavras-chave: Jovens; Individuação; EJA

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TURMA ELIZABETH TEIXEIRA: UM ESTUDO DE CASO SOBRE O CURSO ESPECIAL DE BACHARELADO EM DIREITO PARA BENEFICIÁRIOS DA REFORMA AGRÁRIA IMPLEMENTADO NA UEFS

Ariana Rocha Caldeira | UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana

TURMA ELIZABETH TEIXEIRA: UM ESTUDO DE CASO SOBRE O CURSO ESPECIAL DE BACHARELADO EM DIREITO PARA BENEFICIÁRIOS DA REFORMA AGRÁRIA IMPLEMENTADO NA UEFS RESUMO Este artigo é a apresentação da síntese de nossa pesquisa dissertativa ainda inconclusa, centrada no Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária – PRONERA, através da Turma Especial Elizabeth Teixeira – Bacharelado em Direito da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), na Bahia. O estudo problematiza: De que forma o saber jurídico acessado pelos trabalhadores e trabalhadoras do campo no curso do PRONERA de Direito, os auxilia no enfrentamento jurídico e político nos processos de luta pela terra? E objetiva: Analisar a forma como o saber jurídico é acessado pelos trabalhadores e trabalhadoras do campo no curso especial de Direito, auxiliando-os no enfrentamento jurídico e político dos processos de luta pela terra. Elencamos quatro categorias teóricas: Educação do Campo, Pedagogia da Alternância, Saber jurídico e luta pela posse da terra para fazer a relação das nossas indagações com a realidade, ratificando a força dos movimentos sociais do campo e expondo os limites institucionais da disputa – na esfera hegemônica da educação. PALAVRAS-CHAVE: EDUCAÇÃO DO CAMPO. PRONERA-DIREITO. QUESTÃO AGRÁRIA.

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