A JUSTIÇA CURRICULAR E A (IN)VISIBILIDADE DA MULHER EM UM LIVRO DIDÁTICO PARA O ENSINO MÉDIO

Juliana Mezomo Cantarelli | INSTITUTO FEDERAL FARROUPILHA

A JUSTIÇA CURRICULAR E A (IN)VISIBILIDADE DA MULHER EM UM LIVRO DIDÁTICO PARA O ENSINO MÉDIO RESUMO: Educar é parte de um projeto político e uma das ferramentas é o livro didático presente nas escolas públicas do Brasil, através do PNLD. Assim, além de um instrumento pedagógico que abarca os conteúdos legais é também político, direcionando modos de pensar, ser e agir. A partir desse entendimento essa pesquisa de caráter qualitativo, através da análise de livro, tem como objetivo discutir a (in)visibilidade da mulher representada em um livro didático de Biologia do Ensino Médio, utilizados pelos professores de um Instituto Federal. Foram analisadas as fotografias e legendas que representam separadamente pessoas do sexo masculino e feminino, considerando para tal o conceito de Justiça Curricular e os estudos sobre Análise de Livro Texto de Torres Santomé (2013). Acredita-se que os professores devem ter consciência da importância de “treinar” o olhar para além dos conteúdos da sua própria disciplina, pois se a escola não visar à igualdade, independente do sexo pertencente, outras forças continuarão “maquiando” o currículo, inclusive através do livro didático, mesmo sem a percepção de muitos docentes. PALAVRAS-CHAVE: Ensino Médio. Justiça Curricular. Livro Didático. Sexismo.

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A LITERATURA NO CURRÍCULO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORAS DO PNAIC

Maria Carolina da Silva Caldeira | UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais

RESUMO Este trabalho tem como objetivo analisar como a literatura e a leitura literária estiveram presentes no currículo de formação docente proporcionado pelo Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC). Com base em entrevistas realizadas em 2015 com formadoras, orientadoras de estudos e professoras cursistas vinculadas à UFMG, analiso os saberes acionados, as relações de poder estabelecidas e as posições de sujeito demandadas nesse currículo. Partindo das contribuições teóricas de Michel Foucault, mostro como esse currículo operava com pressupostos do discurso de letramento literário , com destaque para dois elementos principais: a importância da leitura literária no currículo de formação docente e no currículo da alfabetização de crianças; e as possibilidades de articulação da literatura com outros artefatos para produzir práticas diferentes e interdisciplinares no currículo. Argumento que esse modo de narrar a literatura e a leitura literária – na medida em que articula elementos de diversos discursos – inserem as professoras em determinadas relações de poder e demandam a “posição de sujeito” professora leitora . Palavras-chave: Currículo; Formação de Professoras; Literatura.

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A TESSITURA CURRICULAR EM UMA COMUNIDADE DE APRENDIZAGEM DOCENTE MULTICULTURAL: O CASO DA DISCIPLINA EDUCAÇÃO FÍSICA

Fabiano Lange Salles | Colégio Pedro II

Resumo Ao assumirmos o multiculturalismo como uma característica das sociedades contemporâneas e a escola como um espaço de cruzamentos culturais (CANDAU, 2012; MOREIRA; CANDAU, 2003), argumentamos que construções curriculares responsivas à complexidade plural da escola devem se tornar multiculturalmente orientadas e consequentemente um espaço de formação continuada com impactos multiculturais para as identidades docentes. Por isso, empreendemos um estudo de caso de natureza histórica (GIL, 2002; MARCONI, LAKATOS, 2011) para analisar a construção curricular da disciplina Educação Física de uma escola de ensino básico federal no Rio de Janeiro. A questão central que orientou nossa pesquisa foi: como essa experiência de construção curricular se constitui num processo de formação continuada multicultural e contribui para a construção de identidades docentes que saibam lidar com a diversidade cultural intrínseca à escola contemporânea? Constatamos que a tessitura curricular em análise se constituiu enquanto uma comunidade de aprendizagem docente multiculturalmente orientada e contribuiu para a construção de identidades docentes sensíveis à diversidade presente no cotidiano escolar. Palavras-chave: Formação Continuada. Multiculturalismo. Currículo. Educação Física.

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Base/Comum/Nacional: A busca pela universalização na BNCC

Camila Costa Gigante | UERJ - PROPED - Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Base/Comum/Nacional: A busca pela universalização na BNCC Partimos de uma investigação sobre a universalização do currículo defendida pela projeção de discursos que balizam a política da BNCC. Propomos uma análise a partir de contribuições da Teoria do Discurso (LACLAU, 2011; LACLAU; MOUFFE, 2015) com vistas a pensar a relação entre universalidade e particularidade necessária a toda luta política, bem como a construção de processos metafóricos e metonímicos (LACLAU, 2011) potentes para sua compreensão, problematizando o que está sendo considerado como aspectos nacionais e básicos necessários a todos os currículos do Brasil. Defendemos que competências pré-determinadas em nível nacional podem constranger a construção do conhecimento enquanto produção discursiva e que uma projeção de totalidade deve ser relativizada e compreendida como fluida. Assim, defendemos que não é possível pensar, de maneira fixa, os elementos que permeiam o processo de ensino e aprendizagem. Pensar que significantes como “base”, “nacional” e “comum”, bem como toda tradição que eles projetam, seja produtivo para refletir uma política curricular em caráter nacional é a perspectiva que pretendemos nos afastar. Palavras-chave : BNCC; Universalismo e Particularismo; Metáfora e Metonímia; Política.

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CONHECIMENTO E RAÇA: rachaduras no currículo escolar

Maria do Socorro dos Santos | UERJ/PROPED - Universidade do Estado do Rio de Janeiro

CONHECIMENTO E RAÇA: rachaduras no currículo escolar Resumo: A noção de raça sempre foi de interesse de estudo no campo científico, transcorrendo ideias do biológico ao cultural. No Brasil a sua problematização levava a uma interpretação da desigualdade racial, da democracia racial, e uma idealização de educação antirracista. Tal interpretação desencadeou dentro da política pública educacional, com a participação do Movimento Negro, a elaboração de documentos, que estão configurados em leis, resoluções e diretrizes nacionais para educação das relações étnico-raciais. Pensando essas interpretações, este escrito provoca uma discussão acerca do conhecimento escolar, currículo e raça. E para isso, trago dentro da leitura, documentos da política pública para uma educação racial. Ao trazer os documentos, não desconsidero sua importância, mas os coloco como um processo de negociação – a política de investimento radical – (LOPES, 2015), que é perturbada pelos trincamentos nelas incitadas. Desse modo, o texto é, contudo, uma provocação a um processo interpretativo, que se faz na tradução, na desconstrução. Palavras-chave: Currículo. Conhecimento. Raça. Política.

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CURRÍCULO DO ENSINO MÉDIO E AS DIVERSIDADES ÉTNICO-RACIAIS NO CONTEXTO DA BNCC

Lady Daiana Oliveira da Silva | UERJ/PROPED - Universidade do Estado do Rio de Janeiro

RESUMO O artigo destaca algumas impressões de uma pesquisa de mestrado a partir de um enfoque pós-fundacional pautado numa perspectiva discursiva, na qual investigou a luta política pela significação das diversidades étnico-raciais no currículo do Ensino Médio a partir das versões da Base nacional Comum Curricular. Discute o conceito de currículo, entendido como produção cultural, histórico, contingente, discursivo e que está em constante disputa por significação. Reafirma uma posição contrária ao estabelecimento de uma base como garantia de valorização e reconhecimento das diversidades étnico-raciais e focaliza a disciplina de Sociologia como potente para pensar essas diversidades uma vez que possui significativa produção nesse campo de estudo e principalmente, por seu envolvimento nas lutas políticas pela legitimação da Sociologia como disciplina que auxilia nas desconstruções de noções como o racismo estrutural. PALAVRAS-CHAVE: Currículo. Relações étnico-raciais. Teoria do Discurso.

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CURRÍCULO E O TEMPO DE APRENDER: APROXIMAÇÕES NECESSÁRIAS PARA PENSAR A ALFABETIZAÇÃO NACIONAL

Bonnie Axer | UERJ - PROPED - Universidade do Estado do Rio de Janeiro

CURRÍCULO E O TEMPO DE APRENDER: APROXIMAÇÕES NECESSÁRIAS PARA PENSAR A ALFABETIZAÇÃO NACIONAL Resumo: Este trabalho tem por objetivo apresentar uma leitura das políticas educacionais cujo foco é a produção curricular para a alfabetização nacional e seus alinhamentos às marcações temporais. Para tanto, com a base pós-estrutural do campo do currículo propomos dialogar sobre alguns aspectos da Base Nacional Comum Curricular – BNCC e do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa – PNAIC, problematizando as marcas dessa lógica temporal através do viés estruturante e sistemático do currículo da alfabetização, criando sentidos não só para o Ensino Fundamental – EF, como para a Educação Infantil – EI. Para tanto, apresentamos três aspectos dessa leitura na intenção de provocar algumas reflexões: estruturação segmentada e sequencial dos objetivos; planejamento como balisador e a defesa de um ciclo como modo de organização de um currículo nacional para a alfabetização. Palavras-chave: currículo da alfabetização; tempo de aprender; políticas curriculares nacionais

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CURRÍCULOS E ROSTIDADES, O QUE ESTÁ ACONTECENDO ALI? CARTOGRAFIAS DE UM GRÊMIO ESTUDANTIL

Amarildo Inácio dos Santos | FURB - FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU

CURRÍCULOS E ROSTIDADES, O QUE ESTÁ ACONTECENDO ALI? CARTOGRAFIAS DE UM GRÊMIO ESTUDANTIL Este texto apresenta resultados de uma pesquisa na qual, a partir de aproximações que vi entre o conceito de máquina abstrata de rostidades, de Deleuze e Guattari, e a perspectiva pós-crítica de currículo, questionei: currículos e rostidades, o que está acontecendo ali? Partindo desta pergunta o objetivo foi cartografar currículos em uma escola da Rede Estadual de Ensino de Santa Catarina e a estratégia metodológica foi a cartografia pensada por Deleuze e Guattari. Deste modo, a pesquisa se insere no paradigma pós-estruturalista. A cartografia permitiu mapear nove territórios existenciais na escola, então, selecionei o grêmio estudantil para habitar por quatro meses. Nesse período, mapeei molaridades e acompanhei linhas moleculares que permitiram dar visibilidade aos contornos de um currículo em movimento no grêmio estudantil. As análises sinalizaram um currículo estriado que opera como máquina abstrata de rostidades ao introduzir os estudantes na rostidade elementar participativa e sobrecodificar suas desvianças com rostidades em correlação biunívoca instaurando binarismos que paralisam a dança errática da diferença. Palavras-chave: Currículo. Diferença. Escola. Grêmio estudantil. Rostidade.

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DILEMAS DA GLOBALIZAÇÃO NO CAMPO CURRICULAR: INTERCULTURALIDADE, SOCIEDADE, E MUDANÇAS NOS ESTÁGIOS DAS LICENCIATURAS.

Leyvijane Albuquerque de Araújo | UnB - Universidade de Brasília

DILEMAS DA GLOBALIZAÇÃO NO CAMPO CURRICULAR: INTERCULTURALIDADE, SOCIEDADE E MUDANÇAS NOS ESTÁGIOS DAS LICENCIATURAS RESUMO Em tempos de globalização e de uma sociedade em rede movida pela cibercultura (LÉVY, 2010), no campo do currículo (SACRISTÁN, 2000) muitas temáticas disputam por poder e controle via políticas curriculares. A presente pesquisa objetiva analisar dilemas e elementos que influenciam essa disputa (APPLE, 2006; LLAVADOR, 2013; ENGUITA, 2013), como a temática da interculturalidade (PÉREZ TAPIAS, 2013; LOPES E MACEDO, 2005) e a exigência de formação docente mais qualificada. Utilizamos a metodologia qualitativa e análise documental (FLICK, 2009) para investigar o rebatimento dessas políticas em projetos do curso de pedagogia de três universidades. Os resultados apontam a necessidade de luta das comunidades pela valorização da interculturalidade advindas dos conhecimentos acumulados pela humanidade e mostram uma dupla constatação, ao mesmo tempo em que há uma preocupação das universidades em torno do estágio curricular, por outro lado, as Diretrizes Curriculares Nacionais (BRASIL, 2015) atendem às exigências de requerer às universidades uma formação docente qualificada. Palavras-chave: Globalização; Interculturalidade; Sociedade; Currículo; Estágios Supervisionados.

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Em nome do “Ensino Explícito”: demandas discursivas por controle nas políticas de currículo para a educação científica

Clívio Pimentel Júnior | UFOB - Universidade Federal do Oeste da Bahia

RESUMO : Meu foco, neste texto, é o debate em torno da demanda por “ensino explícito” historicamente presente nas políticas curriculares voltadas à educação científica, articuladas sob o nome Natureza da Ciência (NdC). Mediante um enfoque discursivo pós-estrutural da política e do currículo, busco mostrar como essa demanda específica da educação científica manifesta-se e promove aderência entre agentes públicos atuantes nas comunidades epistêmicas de Ensino de Ciências. Volto-me, também, à interpretação dos antagonismos produzidos mediante a defesa do “ensino explícito”, tentando perceber o exterior que articula os discursos em questão. Concluo defendendo que, a despeito do forte pacto hermenêutico constituído em torno do significante NdC e da demanda por “ensino explícito”, possivelmente jamais haverá uma significação essencial e positiva nas políticas de currículo capaz de erradicar, de modo absoluto, os antagonismos, os conflitos e as disputas discursivas pela significação da educação científica em seu acontecimento cotidiano. Palavras-chave : Ensino explícito; Natureza da Ciência; Política de currículo; Pós-estruturalismo

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Empoderamento crespo: ciberativismo, currículo e diferença nas escolas

Iris Verena Santos de Oliveira | UNEB - Universidade do Estado da Bahia

Empoderamento crespo: ciberativismo, currículo e diferença nas escolas Resumo O artigo trata do ativismo da juventude negra no YouTube, atentando para os mecanismos da luta antirracista desenvolvidos nessa plataforma de compartilhamento de vídeos, ao mesmo tempo que apresenta as disputas pela política curricular no que tange ao ensino de cultura afro-brasileira e história da Áfricas. Desse modo, este texto propõe atentar às narrativas de youtubers, a partir de suas próprias vozes, dando atenção especial às publicações do Canal DePretas, de Gabi Oliveira. O diálogo entre youtubers e professores provoca reflexões sobre a atuação de intelectuais negras nas universidades, ao tempo em que pauta o conceito de diferença, entendido como alteridade que escapa ao mesmo, pelas significações de escola como espaço de disputas em torno das relações entre currículo e políticas de reconhecimento. No texto o referencial teórico pós-estrutural é acionado para tratar diferença em si nas significações do espaço escolar, opondo-se ao debate fundado na perspectiva da diversidade. Nas considerações finais aponta para o debate sobre questões étnico-raciais pautada na escola pelos corpos que transitam em corredores e salas de aula. Palavras-chave: juventude; ciberativismo; currículo; diferença; youtubers.

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MEMÓRIA E INFÂNCIA: MODOS OUTROS DE OLHAR, PENSAR E SENTIR O CURRÍCULO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Dilson Miklos | INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO RIO DE JANEIRO

MEMÓRIA E INFÂNCIA: MODOS OUTROS DE OLHAR, PENSAR E SENTIR O CURRÍCULO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES RESUMO O ensaio coloca em evidência os conceitos de memória e infância no contexto da formação de professores e suas ressonâncias no currículo que tem, no campo do sensível, um lócus de reflexão a partir de outros arranjos conceituais. Walter Benjamin ajuda-nos a extrair os enunciados de uma práxis poética que tem a palavra e a imagem (narrativimagem ) como uma unidade constitutiva do pensamento. Ainda, há um esforço, na companhia do filósofo berlinense, de compreender o processo de “escavação” da memória, as reminiscências da infância e o tema da aura – questão esta central sobre a reprodutibilidade técnica da imagem. Susan Sontag e Roland Barthes ancoram as reflexões que atravessam o campo da imagem fotográfica, amplificando os ecos dessa experiência poético-pedagógica. Palavras-chave: currículo; formação de professores; Walter Benjamin; narrativimagem ; práxis poética .

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MOVIMENTOS DE UMA PESQUISA: O PENSAR, O FAZER E O EXISTIR DOCENTE NA PRODUÇÃO DOS CURRÍCULOS

Tânia da Costa Gouvêa | UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO

MOVIMENTOS DE UMA PESQUISA: O PENSAR, O FAZER E O EXISTIR DOCENTE NA PRODUÇÃO DOS CURRÍCULOS RESUMO O presente artigo discute e apresenta os movimentos de uma pesquisa de mestrado que buscou investigar os percursos que os docentes engendram na produção de fazeressaberes [i] das práticas curriculares, em encontros que mobilizam diálogos e narrativas docentes. Inscrita no campo das pesquisas nosdoscom os cotidianos, traz encontros [ii] , diálogos e narrativas (BAKHTIN, 2011; SÜSSEKIND; GARCIA, 2011) não só como processos metodológicos, mas também como potentes práticas sociais de formação docente e de produção curricular. Concebe este espaçotempo como movimento alternativo para pensar currículo e formação por outras lógicas, operando noções e conceitos que provoquem deslocamentos de sentido. Defende a produção coletiva do conhecimento onde a ideia de diferença implica no reconhecimento do Outro. PALAVRAS-CHAVES: Produção curricular. Processos formativos. Docência. [i] O termo assim grafado é um recurso do campo nosdoscom os cotidianos com propósito de produzir outro-novo sentido ao deslocar o sentido original da cada palavra (ALVES, 2015). [ii] Destaco em itálico a palavra encontro quando esta apresentar o sentido incorporado à pesquisa para diferencia do seu uso comum.

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OS ENTRELUGARES DE UMA ESCOLA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL: CURRÍCULOS DE RESISTÊNCIA COTIDIANA

Tamili Mardegan da Silva | UFES - Universidade Federal do Espírito Santo

OS ENTRELUGARES DE UMA ESCOLA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL: CURRÍCULOS DE RESISTÊNCIA COTIDIANA RESUMO: Este estudo trata dos cotidianos de uma EMEIEF (Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental) atravessados pelos movimentos infantis na tessitura dos currículos. Em meio às macropolíticas curriculares voltadas para essas etapas, estão as microações cotidianas (CERTEAU, 2014) que ajudam esta pesquisa a sustentar a ideia de que um currículo escrito por uma literatura menor (DELEUZE; GUATTARI, 2017), produzido pelas infâncias, é intensificador das aprendizagens e precisa ocupar espaço nas discussões educacionais. Na educação menor (GALLO, 2016), que se infiltra na educação régia, encontra-se a potência do currículo realizado (FERRAÇO, 2011) que vai além do que é pensado oficialmente para acontecer na escola, resistindo ao que é instituído. Com inspirações metodológicas advindas das pesquisas com os cotidianos (FERRAÇO, 2003), esta escrita trata dos currículos tecidos nos entrelugares (BHABHA, 2013) educação infantil-ensino fundamental, problematizando os processos que movimentam esse rizoma educacional. Palavras-chave: Currículos. Cotidianos. Educação Infantil. Ensino Fundamental. Infância.

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Para além do claustro da representação: por um pensamento da diferença no currículo

Sirley Lizott Tedeschi | UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL

PARA ALÉM DO CLAUSTRO DA REPRESENTAÇÃO: POR UM PENSAMENTO DA DIFERENÇA NO CURRÍCULO Resumo O artigo tem como objetivo mostrar que as reflexões/ações produzidas por professores/as no fazer pedagógico, contribuem para a produção de um pensamento no currículo escolar além do claustro da representação, ou seja, contribuem para a produção de um pensamento da diferença nas instituições educacionais. A análise é fruto de pesquisa realizada, através de entrevista semiestruturada, com professores/as de uma escola pública estadual. A análise dos enunciados dos/as professores/as aproxima-se da perspectiva pós-estruturalista e apresenta, em um primeiro momento, contribuições de teóricos como Gilles Deleuze, Félix Guattari, Jaques Derrida, Michel Foucault, entre outros, na construção de um pensamento da diferença. Em um segundo momento, por meio da análise das entrevistas dos/as professores/as mostramos como suas reflexões/ações fazem surgir/insurgir um pensamento da diferença no currículo, na medida em que, nos colocam de cara com os limites dos essencialismos e universalismos do pensamento representacional. Palavras-chave: Pensamento representacional, Currículo, Diferença, escola.

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Performances cotidianas como micropolítica de (re) invençãode vidas nas escolas

Ana Carolina Justiniano Melotti | UFES - Universidade Federal do Espírito Santo

Performances cotidianas como micropolítica de (re) invenção de vidas nas escolas E sta pesquisa pretende pensar no que acontece por entre forças múltiplas nas escolas e entende as performances como proliferação de sentidos nos currículos tecidos nos cotidianos das escolas. As performances na nossa aposta de pesquisa vêm reforçar a força do involuntário na produção do currículo para problematizar as potências que escapam ao compreendido. Como ferramentas conceituais, recorre à da Filosofia da Diferença e à micropolítica para problematizar as performances nas escolas que surgem como um convite a tensionar modos de agenciamento nas relações curriculares em tempos em que a educação enfrenta movimentos que tentam silenciar as diferenças. Destaca a força micropolítica das performances cotidianas por constituírem potentes modos de produção de sentidos e resistência. Performances. Currículo. Micropolítica. Resistência.

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PESQUISAS COM/AS MINORIAS NORTISTAS AMAZÔNIDAS: APORTES TEÓRICOS DE UM PÓS-CURRÍCULO DAS DIFERENÇAS

Jose Damiao Trindade Rocha | FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

PESQUISAS COM/AS MINORIAS NORTISTAS AMAZÔNIDAS: APORTES TEÓRICOS DE UM PÓS-CURRÍCULO DAS DIFERENÇAS Resumo: O trabalho é parte das pesquisas implicadas de abordagem fenomenológica que vimos desenvolvendo no Nepce/PPGE/UFT com mulheres negras, crianças quilombolas, as travestis karajás, professoras do jalapão, professores gays, vinculadas à rede de pesquisa Rides, sobre a investigação com/as minorias nortistas amazônidas. Uma reflexão sobre o currículo masculino, o currículo colonial, que apesar de avanços nas pesquisas com/as diversidades(s) sexual, de gênero, étnicas, identitárias, raciais, geracionais; as mentalidades conservadoras brasileiras, eurocêntricas e agora, estadunidense, desapropriam as minorias sociais e ameaçam sua (re)existência. (Re)tomar a luta e dar voz a essas minorias sociais que fazem parte dos povos originários e comunidades tradicionais na/da Amazônia, é uma agenda atual, e com eles (as), uma possibilidade de contra discurso hegemônico, dado que nossas investigações ainda têm sido muito eivadas da concepção de “sujeito moderno” centrado, causando pouco impacto para uma política das diferenças e currículos decoloniais. Palavras-chave : Minorias nortistas amazônidas; Pesquisa implicada; Pós-currículo das diferenças.

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RESPONSABILIZAÇÃO DOCENTE NAS POLÍTICAS CURRICULARES IBERO-AMERICANAS: DISCURSOS DA OEI EM VOGA

Paula Eduarda das Dores de Souza Lima | UERJ - PROPED - Universidade do Estado do Rio de Janeiro

RESPONSABILIZAÇÃO DOCENTE NAS POLÍTICAS CURRICULARES IBERO-AMERICANAS: DISCURSOS DA OEI EM VOGA Resumo: A intensa produção de políticas curriculares no espaço Ibero-americano tem sido discutida por pesquisadores e estudiosos de diferentes áreas da educação. A fim de ampliar algumas dessas discussões e estimular outras possíveis, o presente trabalho se debruça sobre as políticas de responsabilização docente, defendidas e disseminadas pela Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI). Focalizamos alguns textos políticos das Coleções Metas Educativas 2021 e Miradas sobre la Educación en Iberoamérica, que delimitaram nosso objeto de análise e recorte temporal (2009-2013). Oriento-me teórica e metodologicamente na abordagem do ciclo contínuo de políticas de Stephen Ball (1994; 2010) e em estudos pós-estruturalistas do campo do currículo (DIAS, 2009; 2013; LOPES, 2006). Arenas de lutas pela significação da responsabilização são forjadas e têm vinculado o trabalho e a formação dos professores ao alcance de metas e resultados de desempenho dos alunos, visto que os docentes são considerados peça-chave para o sucesso educacional. Palavras-chave: Políticas de currículo; Responsabilização docente; Discursos em disputa; OEI.

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Sentidos sobre a docência e a performatividade

Thais Vianna Maia | Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ

A proposta desta pesquisa é investigar a potência da utilização do conceito de performatividade para análise dos sentidos sobre a docência nas políticas de currículo, com base em perspectivas teóricas de caráter pós-estrutural. Defendo o argumento que sentidos sobre a docência circulam atualmente nas políticas curriculares e mobilizam o discurso sobre a docência. A partir da compreensão de discurso como performativo, é possível pensar que performances sobre a docência podem ser produzidas a partir da significação que é feita pelos professores a partir dos textos curriculares.

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SIGNIFICAÇÕES DE CURRÍCULO NOS TEXTOS POLÍTICOS DESTINADOS À EDUCAÇÃO INFANTIL

Catia Cirlene Gomes de Oliveira | UERJ - PROPED - Universidade do Estado do Rio de Janeiro

SIGNIFICAÇÕES DE CURRÍCULO NOS TEXTOS POLÍTICOS DESTINADOS À EDUCAÇÃO INFANTIL RESUMO Este trabalho analisa as articulações e produções de sentido presentes em textos políticos destinados à educação infantil e problematiza alguns aspectos relacionados às políticas curriculares dirigidas a ela, para identificar e interpretar quais sentidos estão sendo fixados para o seu currículo. Propõe analisar as políticas curriculares e compreender variáveis e indefinições sobre diferentes sentidos, sem, no entanto, fixá-los de forma permanente. Analisa textos políticos com o intuito de perceber as significações de currículo, que foram hegemonizados e fixados em determinado momento contextual e os embates e articulações políticas que cercam essas significações, além dos antagonismos que eles carregam. Para tal, se apoia no conceito de antagonismo da Teoria do Discurso (LACLAU e MOUFFE, 2015), que o concebe não como a luta entre identidades prontas, construídas antes da própria relação antagônica, mas como “condição de possibilidade para a formação de identidades políticas e não meramente um campo de batalha que se forma entre duas forças já prontas” (MENDONÇA, 2014, p. 152). Palavras-chave: POLÍTICAS DE CURRÍCULO; EDUCAÇÃO INFANTIL, ANTAGONISMO.

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SUPLANTAR A DIFERENÇA CULTURAL A PARTIR DE UM CURRÍCULO IDENTITÁRIO

Hermínio Ernesto Nhantumbo | UERJ - PROPED - Universidade do Estado do Rio de Janeiro

SUPLANTAR A DIFERENÇA CULTURAL A PARTIR DE UM CURRÍCULO IDENTITÁRIO RESUMO: A história da educação em Moçambique tem sido marcada pela produção de um currículo visando a projeção que visa(va) fixar identidades. No tempo do colonizador, tratava-se de uma identidade orientada pelos padrões europeus. No período posterior, por uma identidade que pudesse representar o “novo” sujeito a quem se atribuía a missão de construir a nação moçambicana. Apesar do antagonismo existente entre projetos tão diferenciados no que diz respeito à ênfase dada aos seus projetos identitários, eles têm em comum a pretensão de eliminar os valores tribais assumidos como ameaça à construção de uma nova sociedade. É fato que currículos universalisantes e padronizados não são uma especificidade do país. Neste texto tenho como objetivo problematizar a ideia de um currículo universal projetado como instrumento identitário que possibilite a morte da tribo em nome da construção de uma nação. Argumento em defesa de um currículo baseado na diferença. Faço isso me apropriando das contribuições da teoria pós-colonial de Homi Bhabha e das análises com que, a partir desse autor, Elizabeth Macedo formula a ideia de currículo como espaçotempo de fronteira cultural. Palavras-chaves: Diferença; Currículo; Hibridismo; Cultura .

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TECENDO REDES EDUCATIVAS COM MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS APRESENTADOS NO CINEMA: FIOS DE TESSITURAS CURRICULARES

Juliana Rodrigues | UERJ - PROPED - Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Resumo: O presente artigo tem a finalidade de propor uma conversa, a respeito dos processos de mobilidade humana, na atualidade, objetivando tecer redes educativas com docentes acerca das questões que vivenciam os migrantes e seus cotidianos. É urgente incentivar a criação de redes que atuem contra a xenofobia e em prol de um acolhimento humanizado de migrantes que chegam ao nosso país diariamente. Para esse estudo, trazemos Alves e Oliveira com as pesquisas nos/dos/com os cotidianos; nos apoiamos em Deleuze e Guattari, porque compreendemos que as imagens, os sons e as narrativas produzidas nas conversas, são “personagens conceituais”; usamos também as ideias de Certeau sobre “usos” e “táticas”; autores como Moreira e Schurmans, nos inspiram acerca de mobilidade humana, esse último por tratar da noção de apresentação do migrante no cinema. Palavras-chave: Movimentos Migratórios. Cinema. Redes Educativas. Currículos. Formação Docente.

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TODOS PELA EDUCAÇÃO E OS DISCURSOS DE RESPONSABILIZAÇÃO DOCENTE ENDEREÇADOS ÀS POLÍTICAS DE CURRÍCULO

Ana Paula Peixoto Soares | UERJ - PROPED - Universidade do Estado do Rio de Janeiro

TODOS PELA EDUCAÇÃO E OS DISCURSOS DE RESPONSABILIZAÇÃO DOCENTE ENDEREÇADOS ÀS POLÍTICAS DE CURRÍCULO RESUMO O currículo e a docência têm assumido a centralidade das políticas públicas educacionais que visam a melhoria da qualidade da escola básica e que são marcadas por discursos de responsabilização (DIAS, 2016, 2017). Busco aqui investigar o movimento Todos pela Educação e seu potencial em produzir discursos de responsabilização docente endereçados às políticas de currículo. Faço esta discussão a partir do diálogo com as contribuições de autores brasileiros do campo das políticas curriculares, que compreendem as mesmas como práticas discursivas (DIAS, 2016, 2017; LOPES, 2015a, 2015b). Tomo para análise o conteúdo disponibilizado pelo próprio movimento em sua página oficial da internet, com destaque para o documento de sua fundação e a publicação que trata de sua mais nova empreitada, a iniciativa Educação Já! . Com base nas referidas fontes, considero o Todos pela Educação um movimento expressivo da sociedade civil, que tem atuado intensamente no processo de produção das políticas curriculares fomentando discursos de responsabilização docente. Palavras-chave: Políticas de Currículo; Docência; Responsabilização; Todos pela Educação.

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