A CONSCIENTIZAÇÃO DO RACISMO E SUA INSERÇÃO COMO OBJETO DE ESTUDO EM TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO – CONTRIBUIÇÕES DE DISCIPLINAS SOBRE A QUESTÃO ÉTNICO-RACIAL.

Verônica Moraes Ferreira | FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - FEUSP

título: A CONSCIENTIZAÇÃO DO RACISMO E SUA INSERÇÃO COMO OBJETO DE ESTUDO EM TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO – CONTRIBUIÇÕES DE DISCIPLINAS SOBRE A QUESTÃO ÉTNICO-RACIAL Resumo: Esse texto é fruto de uma pesquisa de doutorado concluída, que buscou averiguar em que medida o tratamento dado a questão étnico-racial nos cursos de Pedagogia de quatro universidades federais do Estado do Rio de Janeiro conseguiam preparar os professores em formação para combater o racismo presente em nossa sociedade, baseando-se para isso nos estudos de Sacristán (2008) sobre currículo prescrito e adaptado pelos professores e na Lei 10.639/2003. Nesse trabalho procurou-se discutir até que ponto a contribuição das disciplinas específicas sobre a questão étnico-racial nos trabalhos de conclusão de curso, apontada pelos professores entrevistados como um ponto positivo das disciplinas sobre a temática étnico-racial no currículo dos cursos de pedagogia pesquisados, ajuda os futuros docentes não somente na luta antirracista mas também em relação a possibilidade de enriquecimento do currículo escolar no que tange a esse tema, Palavras-chave : Trabalho de conclusão de curso; curso de Pedagogia, Questão étnico-racial, Formação inicial de professores, Racismo.

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AS LITERATURAS AFRICANAS E AFRO-BRASILEIRAS – O DESAFIO DA APLICABILIDADE DA LEI 10639/2003 DE LEVAR O LEITOR A UMA VIAGEM COM OS PERSONAGENS DEUSES AFROS

Maria Cristina Marques | FACULDADE DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

AS LITERATURAS AFRICANAS E AFRO-BRASILEIRAS – O DESAFIO DA APLICABILIDADE DA LEI 10639/2003 DE LEVAR O LEITOR A UMA VIAGEM COM OS PERSONAGENS DEUSES AFROS RESUMO: O presente artigo apresenta reflexões sobre a problemática surgida quando um professor ministra as literaturas mitológicas africanas. Desde o caso do livro “Lendas de Exu”, de Adilson Martins (2009) ocorrido no município de Macaé, Rio de Janeiro, outras demandas ainda surgem quando um docente ministra esse tipo de literatura. A mitologia africana, direcionada ao público infantil, não fez parte das aulas de Língua Portuguesa, naquele município, mesmo trazendo histórias engraçadas. A religiosidade afro-brasileira embrenha-se aos personagens deuses dessas narrativas, aflorando a intolerância religiosa que permeia no cotidiano escolar. A partir de escritos sobre o tema na academia e nas redes sociais, verificamos que ainda existem questões que precisam ser solucionadas em relação a essas narrativas. Esta demanda responde às reivindicações da Lei 10.639/2003, através de reparações, reconhecimento e valorização das histórias, culturas e identidades. Palavras-chave: educação, Lei 10.639/2003, mitologia africana, exu, literatura infantil

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Diálogos interculturais no currículo de História: Identidades étnico-raciais, saberes escolares e vivências estudantis na rede pública do Rio de Janeiro

Eleonora Abad Stefenson | UFF - Universidade Federal Fluminense

Diálogos interculturais no currículo de História: Identidades étnico-raciais, saberes escolares e vivências estudantis na rede pública do Rio de Janeiro Como as táticas negociadas entre professores e alunos para a implementação de uma legislação que pretende enfrentar o racismo epistemológico que marca a estrutura curricular brasileira são apropriadas e (re)signicadas por um jovem estudante do Ensino Médio da rede pública nos seus processos identitários? Eis a pergunta que anima nossas reflexões no presente trabalho. As transformações sentidas na sala de aula nos oferecem pistas sobre estes múltiplos sentidos negociados e disputados no que tange as histórias e culturas negras pelo jovem estudante. Atentos a estas transformações, a pesquisa enquanto espaço de cruzamentos de diferentes saberes, como é a pesquisa em Educação e, em especial a investigação construída no interior da escola com os seus atores (os estudantes), neste território comum ao pesquisador e ao pesquisado, assume o método da pesquisa-intervenção, como uma aposta teórico-metodológica no sentido de permitir a construção de uma investigação que valorize a pluralidade de vozes que a compõem. Palavras-chave: relações étnico-raciais, saberes escolares, juventudes.

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Diversidades nas politicas educacionais: Narrativas de profissionais-docentes quilombolas

Carlos Alberto Caetano | UFMT/Campus de Cuiabá - Universidade Federal de Mato Grosso

Diversidades nas politicas educacionais: Narrativas de profissionais-docentes quilombolas Resumo: Refletimos a partir das narrativas dos docentes-quilombolas as políticas educacionais na educação escolar quilombola.Atuamos com a pesquisa narrativa, partimos das experiências narradas e historiadas, com Clandinin e Connelly (2015).Apoiamos na filosofia da empiricidade-humanística com Dewey (1974).Buscamos entender o contexto participativo das histórias experiênciadas ancorada na dialética relacional (Ferrarotti, 2014). Escrevemos a partir das narrativas docentes quilombolas no cotidiano cultural-singular-coletivo dos docentes-quilombolas, o lugar contextual emancipatório-educacional dos docentes-quilombola comprometidos com a formação para justiça social, com Zeichner (1993). Diálogamos com os docentes-quilombolas a partir de Nascimento (1980), (1996); para fundamentar o quilombismo. No contexto das ressignificações, dialogamos com D’Adesky (2001); Assis & Canen (2004); Canen e Oliveira (2002); Craveiros e Medeiros (2013). Ressaltamos o papel emancipador dos quilombolas. As narrativas docentes resignificam entendimentos e propõem, novas historias, desvendam saberes-desconhecidos. Palavras chaves : docente-quilombola; pesquisa narrativa; politicas educacionais.

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EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS: O CURRÍCULO NA ESCOLA DO/NO TERRITÓRIO QUILOMBOLA

Michele de Oliveira Sampaio | UFES - Universidade Federal do Espírito Santo

EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS: O CURRÍCULO NA ESCOLA DO/NO TERRITÓRIO QUILOMBOLA Esta pesquisa objetivou analisar as práticas da educação escolar quilombola, a partir do currículo em interface com a realidade sociocultural. Buscou-se amparo nas contribuições de Oliveira (2011) para pensar o conceito de quilombo; Hall (2011) para refletir sobre identidade; Silva (2004), Sacristán (1995) e Gomes (2012) para discutir currículo; e Miranda (2012; 2015) para conceituar a educação escolar quilombola. Para tanto, se desenvolveu uma pesquisa de natureza qualitativa, por meio de um estudo de caso, do tipo etnográfico, numa escola situada em um território quilombola. Para análise dos dados elegeu-se a análise de conteúdo. Os primeiros resultados obtidos apontam que os documentos que direcionavam o trabalho educativo da escola tomavam como base as diretrizes curriculares nacionais da educação do campo, desconsiderando o território quilombola. Contudo, o ensino de história e cultura africana e afro-brasileira se constituíam nas práticas escolares em diálogo com as vivências construídas no interior da comunidade, configurando ações de uma educação escolar quilombola. Palavras-chave: Educação Escolar Quilombola. Identidade. Currículo. Práticas educacionais.

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ENTRE A ACEITAÇÃO E A FUGA: a juventude negra em trânsito nos currículos escolares

Eliana Póvoas Pereira Estrela Brito | UFSB - Universidade Federal do Sul da Bahia

ENTRE A ACEITAÇÃO E A FUGA: a juventude negra em trânsito nos currículos escolares RESUMO: Este artigo se beneficia de fragmentos extraídos de pesquisa realizada em uma escola do ensino médio da rede pública do Estado da Bahia. As questões que orientam este estudo residem em acompanhar os movimentos direcionados a subversão dos dogmas, das normatizações e dos mecanismos de controle colocados em funcionamento pelos e nos processos de escolarização. Pergunta-se: É possível escapar das armadilhas das identidades fixadas pelas normativas institucionais? É possível desestabilizar os caprichos da disciplina e seus efeitos sobre os corpos negros? Ao interrogar essas práticas curriculares na perspectiva da diferença, ou ainda, ao perguntar, parafraseando Stuart Hall (2002), “que ‘negro’ é esse na cultura negra?”, o estudo apontou para movimentos de capturas e resistências aos lugares institucionais (pré)vistos pelos planejamentos curriculares. Palavras-chave: Currículo . Diferença. Relações Étnico-Raciais.

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EXU E A PEDAGOGIA DAS ENCRUZILHADAS: EDUCAÇÃO, ANTIRRACISMO E DECOLONIALIDADE

Luiz Rufino Rodrigues Júnior | UERJ - PROPED - Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Este trabalho é resultado de uma pesquisa de doutorado em Educação e apresenta Exu, divindade iorubana transladada na diáspora, como fundamento para a proposição de uma Pedagogia das Encruzilhadas, projeto político/poético/ético antirracista e decolonial. Assim, parto da defesa da não redenção do colonialismo e problematizo a continuidade de seus efeitos na formação de um mundo múltiplo e inacabado, lido, aqui, a partir da disponibilidade conceitual da encruzilhada de Exu. A pedagogia proposta lança uma série de conceitos que confrontam a arrogância e a primazia dos modos edificados pelo Ocidente-europeu. Dessa forma, a proposta que por ora se lança aponta outros caminhos: a partir de sabedorias de fronteira, sapiências reconstrutoras dos seres que, na invenção do Novo Mundo, foram submetidos à política de subordinação e morte do racismo. A educação, nesse sentido, emerge como possibilidade de invenção dos seres, uma resposta responsável e comprometida com a justiça cognitiva/social, com o combate ao racismo epistêmico e com a vida em toda sua diversidade. Exu- Pedagogia das Encruzilhadas- Antirracismo.

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FESTA DE SANTO EM COMUNIDADES QUILOMBOLAS: ENCONTROS POSSÍVEIS ENTRE CONHECIMENTOS DA COMUNIDADE E DA ESCOLA

Candida Soares da Costa | UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso

FESTA DE SANTO EM COMUNIDADES QUILOMBOLAS: ENCONTROS POSSÍVEIS ENTRE CONHECIMENTOS DA COMUNIDADE E DA ESCOLA Agência de Fomento: CNPq Resumo Trata-se de pesquisa em andamento de abordagem qualitativa. O fenômeno que se busca compreender é a dimensão educativa das festas de santo em comunidades quilombolas rurais no estado de Mato Grosso, tendo em vista a necessidade de interlocução entre currículo e práticas pedagógicas escolares e as práticas culturais que mobilizam a vida nessas e dessas comunidades visando contribuir para melhor articulação entre os saberes reconhecidos e valorizados pela escola e os praticados e valorizados pelas comunidades. Adota-se para efeito de realização o método narrativo, entendendo a pesquisa narrativa “como uma metodologia que consiste na coleta de histórias sobre determinado tema onde o investigador encontrará informações para entender determinado fenômeno”. (PAIVA, 2008, n.p), utilizando-se como mecanismos e instrumentos de registro observação participante, caderno de campo, entrevista, registros fotográficos e audiovisuais. Palavras-chave: Festa de santo, Educação escolar quilombola, Relações raciais.

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FRONTEIRAS LINGUÍSTICAS E DECOLONIALIDADE: PODER E RESISTÊNCIA EM PRÁTICAS DISCURSIVAS E SOCIAS DE MULHERES INDÍGENAS DA AMAZÔNIA

Raimundo Nonato de Pádua Câncio | FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

FRONTEIRAS LINGUÍSTICAS E DECOLONIALIDADE: PODER E RESISTÊNCIA EM PRÁTICAS DISCURSIVAS E SOCIAS DE MULHERES INDÍGENAS DA AMAZÔNIA RESUMO: Indivíduos falantes de línguas diferentes carregam consigo bagagens sociais, culturais, étnicas e representações de mundo e do outro muitas vezes divergentes. Quando confrontados, produzem métodos e estratégias discursivas para garantir a aquisição de outra língua e a própria existência. O objetivo deste estudo é analisar como duas mulheres indígenas, Wai-wai (PA) e Apinayé (TO), expressam poder e resistência em práticas discursivas e sociais, para garantir conhecimentos e a aquisição de uma segunda língua. Trata-se de um estudo com enfoque na Análise Crítica do Discurso, a partir de aproximações com as correntes teóricas Pós-Colonial e Decolonial, no que toca à crítica epistemológica. Os resultados mostram que os fatores linguísticos não podem ser compreendidos isolados dos embates sociais, uma vez que a violência, o racismo, os preconceitos e as intolerâncias contra as mulheres indígenas decorrem do grau de diferença e das relações de poder entre as culturas e línguas. PALAVRAS-CHAVE: Fronteiras linguísticas. Decolonialidade. Mulheres indígenas. Análise Crítica do Discurso.

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Impasses e possibilidades do pensamento decolonial no Ensino Superior: a experiência de uma universidade Colombiana

Denise Gonçalves da Cruz | UFSCar - Universidade Federal de São Carlos

Impasses e possibilidades do pensamento decolonial no Ensino Superior: a experiência de uma universidade Colombiana RESUMO Este texto apresenta dados de uma pesquisa de mestrado cujo objetivo foi analisar o desenvolvimento de políticas de formação de professores na temática racial no ensino superior. Isso foi feito com uma metodologia que buscou compreender a inserção e desenvolvimento de conteúdos relacionados às contribuições de matrizes africanas e da diáspora negra na estrutura curricular do curso de licenciatura em biologia da Universidad Distrital Francisco José de Caldas, na Colômbia. A investigação integra um projeto transnacional de pesquisa vinculado ao Programa de Desenvolvimento Acadêmico Abdias Nascimento, subvencionado pela CAPES. Com ferramentas delineadas pela metodologia de estudos de caso, desenvolveu-se a investigação a partir de análises de documentos e entrevistas com estudantes. Sob a ótica da teoria decolonial, os resultados apontam impasses e possibilidades nos cursos de formação de professores em diferentes contextos. Palavras-chave: relações étnico-raciais, Colômbia, ensino superior, ensino de biologia, pensamento Decolonial.

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KARINGANA WA KARINGANA: UMA INCURSÃO PELA POESIA PARA INFÂNCIA EM MOÇAMBIQUE

Eliane Santana Dias Debus | UFSC- Universidade Federal de Santa Catarina

A literatura para infância em Moçambique tem nos últimos 10 anos se ampliado, trazendo à cena a produção de jovens escritores comprometidos com a formação de leitores. Assim, este artigo apresenta três títulos poéticos de três escritores dessa nova geração, buscando demarcar as principais características das suas construções e as estratégias comunicativas com as crianças, são eles: Viagem pelo mundo num grão de pólen e outros poemas , de Pedro Pereira Lopes (2015), O Gil e a Bola Gira e outros poemas para brincar , do escritor Celso C. Cossa (2016), e Passos de magia ao sol , de Mauro Brito (2016), todos publicados pela chancela da editora da Escola Portuguesa de Moçambique, sob a coordenação editorial de Teresa Noronha. O conjunto de 36 poemas dos três livros dialoga com a poética contemporânea para infância na sua feitura por meio de versos livres e se reveste de plena ludicidade, quer no nível lexical, sintático e/ou semântico. Nas três produções se verifica um afastamento das publicações que circularam pós-independência que buscavam “transmitir” às crianças normas de bom comportamento, valores cívicos, com fins utilitaristas e pedagógicos. Desse modo, a poética lúdica e brincante dessa produção almeja um leitor sensível e ativo, que também possa se inscrever no texto.

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LIVROS DE LITERATURA INFANTIL AFRO-BRASILEIRA EM ACERVOS DE ESCOLAS MUNICIPAIS DA MATA NORTE PERNAMBUCANA

Adlene Silva Arantes | UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO

LIVROS DE LITERATURA INFANTIL AFRO-BRASILEIRA EM ACERVOS DE ESCOLAS MUNICIPAIS DA MATA NORTE PERNAMBUCANA Objetivamos compreender como se configura a composição dos acervos de livros de literatura infantil afro-brasileira de bibliotecas de escolas públicas de cidades da Mata Norte Pernambucana, buscando identificar como os negros são retratados nos referidos livros. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica com análise documental. Temos nos baseado em estudos sobre multiculturalismo e literatura infantil afro-brasileira e africana. Os livros que trazem negros como protagonistas foram classificados como informativos, griôs, literários e folclóricos. A maior parte dos livros localizados integram o Programa Nacional Biblioteca na Escola (PNBE), iniciativa que facilitou o acesso à literatura de boa qualidade nas escolas. Mesmo assim, ainda localizamos livros de péssima qualidade, como é o caso de Casa Grande e Senzala em quadrinhos , cuja adaptação é de Estevão Pinto da obra de Gilberto Freyre. A referida obra traz o negro representado de forma pejorativa e preconceituosa, reforçando hierarquias raciais entre brancos, negros e índios. Palavras-chave : Literatura infantil Afro-brasileira; Bibliotecas escolares; Pernambuco.

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MATRIZ CURRICULAR PARA A EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA DE FLORIANÓPOLIS: ANÁLISES SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL

Eduarda Souza Gaudio | UFSC- Universidade Federal de Santa Catarina

MATRIZ CURRICULAR PARA A EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA DE FLORIANÓPOLIS: ANÁLISES SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL Resumo Esse estudo apresenta uma análise da Matriz Curricular para a Educação das Relações Étnico-raciais na Educação Básica (2016) elaborada de forma coletiva pela Secretaria de Educação de Florianópolis em consonância com as orientações apresentadas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para a ERER (2004). Ancoradas nos estudos sobre relações raciais no Brasil e reconhecendo a diversidade étnico-racial como um princípio articulador das práticas pedagógicas na Educação Infantil, realizamos uma análise qualitativa do documento a fim de evidenciar como as crianças estão contempladas. A Rede de Florianópolis há mais de duas décadas vem desenvolvendo ações que visibilizam a história da cultura africana e afro-brasileira, sobretudo após a constituição de um Programa que passou a promover uma série de ações de políticas de promoção da igualdade racial. A partir das análises foi possível constatar que a educação infantil vem sendo contemplada nesse documento através da indicação de textos para docentes, obras de literatura infantil e compartilhamento das práticas pedagógicas. Palavras-chave: Relações Étnico-raciais; Educação Infantil; Matriz Curricular.

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MULHER NEGRA, REPRESENTAÇÃO E PEDAGOGIAS OUTRAS: DIFERENTES FORMAS DE VER E FAZER EDUCAÇAO ANTIRRACISTA

Luciana Ribeiro de Oliveira | UNIRIO - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Pensar o percurso escolar da mulher negra, envolve depararmos com as questões de sua representação, entendendo que a forma como esta é percebida pelas ações e materiais didáticos podem reforçar os imaginários cujos estereótipos colocam-na em subalternização, em sofrimento e sem vínculos com a educação. Nos vemos, então, diante do questionamento sobre quais processos pedagógicos são necessários para que esta representação se efetive e reverta esses padrões que foram construídos na escravização? Percebemos a necessidade de pedagogias outras, que atuem nos pontos de vistas que conduzem a prática educativa. Destacamos que esta ação deverá basear-se na pedagogia decolonial (Walsh, 2008,2012), pedagogia libertária (hooks, 2017), pedagogia muscular (Fanon, 1979,2008) e, nestes lugares, identificamos o papel do Movimento Negro e das Mulheres Negras enquanto construtores efetivos desses processos. Para essa reflexão trazemos como referência Anibal Quijano (2010), bell hooks (2017, 2019), Maria Lugones (2014), Azoilda Loreto de Trindade (2005) e Catherine Walsh (2008, 2012). Palavras-chave: mulher negra; representação; pedagogias outras.

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Mulheres negras: luta, resistência e libertação

Eunice Lea de Moraes | UFPA - Universidade Federal do Pará

Mulheres negras: luta, resistência e libertação RESUMO Neste ensaio, evidencia-se a interseccionalidade das dimensões da opressão econômica, política e ideológica de sistemas dominadores que oprimem as mulheres negras. Reflete-se sobre feminismo negro e os processos de luta, resistências e de organização de mulheres negras, fundamentados no pensamento das intelectuais feministas afro-americanas Ângela Davis (2013), Kimberlé Crenshaw (2002) e Patrícia Collins (2000) e das brasileiras Lélia Gonzáles (1980), Sueli Carneiro (2003) e Luiza Bairros (1995). Utilizou-se metodologicamente um levantamento bibliográfico sobre a temática. Com leituras reflexivas, buscou-se uma compreensão crítica sobre os processos teóricos e práticos das trajetórias de lutas e resistências das mulheres negras, as múltiplas opressões. PALAVRAS CHAVES: feminismo negro; luta; resistência; mulheres negras

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NOTAS DE UM PROJETO A PARTIR DO DEBATE RACIAL NA ESCOLA E O IMPACTO PARA JOVENS ESTUDANTES.

Patricia Elaine Pereira dos Santos | FACULDADE DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA UERJ

O Projeto “Pesquisadoras da educação básica em periferias” consistiu na interlocução com os integrantes de escolas públicas em regiões periféricas a partir da ação de nove pesquisadores negros com pesquisas individuais, sendo o foco temático principal a questão do racismo e a relação com a equidade escolar. “Quais são as condições políticas e epistemológicas para enfrentar a discussão racial na escola? Como identificar na escola o debate potente de questões raciais e torná-lo uma prática de acesso para as estudantes das periferias?” Um dos encaminhamentos foi a construção de uma rede de pessoas ligadas às escolas, em particular os jovens que nelas se inserem, construindo um relevante espaço formativo que contribui com a escola no desenvolvimento de experiências inovadoras a respeito de temas raciais e equidade; e um levantamento de ações e práticas que possibilitou pensar em metodologias elaboradas nas experiências, a serem levadas em conta para que pensemos, de forma cada vez mais humanizada e criativa, a disseminação de experiências no que concerne à iniciativas pedagógicas. Palavras chaves: educação básica, jovens, racismo, pesquisa na escola.

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O AVESSO DAS POLÍTICAS DE UNIVERSALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA: ENEGRECIMENTO E JUVENILIZAÇÃO NA EJA

Eliana de Oliveira Teixeira | UFF - Universidade Federal Fluminense

Resumo Este artigo tem por objetivo refletir sobre as políticas de universalização da educação básica na atualidade e seus efeitos sobre a Educação de Jovens e adultos (EJA), especialmente, sobre a juventude negra. Parte de uma pesquisa de doutorado em andamento baseia-se na análise das trajetórias escolares de jovens da EJA de uma das escolas da Rede Municipal de Angra dos Reis-RJ, em 2017. De cunho quantitativo, a pesquisa usa informações do Censo Escolar da Educação Básica, do Sistema de Gestão da Rede Escolar de Angra dos Reis e da Pesquisa Perfil da EJA realizada pelo poder público municipal, para refletir sobre os planos social, escolar e de políticas públicas. Tendo o direito à educação como princípio, os achados, em diálogo com dispositivos legais e com autores como DAYRELL et al. (2011), Haddad e Pierro (2000), Julião (2017), Kuenzer (1999) Munanga (2010) e Silva (2010), problematizam a majoritária presença dos jovens na EJA, especialmente, os jovens negros e o processo de marginalização desses sujeitos no projeto de universalização em curso. Palavras-chave: juvenilização e enegrecimento da EJA; universalização da educação básica

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O projeto Saberes Indígenas como um instrumento de formação e capacitação dos professores indígenas

Alceu Zoia | UNEMAT - Universidade do Estado de Mato Grosso

Resumo: O presente trabalho é resultado do processo de discussão desenvolvido a partir do projeto de pesquisa e extensão: Ação Saberes Indígenas na Escola, que visa a elaboração de materiais didáticos/pedagógicos específicos para cada povo e elaborado pelos próprios professores indígenas, com a participação dos seus alunos em atividades de pesquisa com os sabedores de cada comunidade. Nesse trabalho foi possível perceber que a produção de materiais didáticos com significado e que reflete a realidade de cada povo contribui no aprendizados escolar. Palavras Chave: Materiais didáticos; Saberes tradicionais; Escola.

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O que revelam os perfis dos docentes das escolas estaduais quilombolas do Estado de Mato Grosso?

Suely Dulce de Castilho | UFMT/Campus de Cuiabá - Universidade Federal de Mato Grosso

O que revelam os perfis dos docentes das escolas estaduais quilombolas do Estado de Mato Grosso? Resumo Este artigo tem como objetivo apresentar os resultados parciais do projeto de pesquisa, em andamento, denominado: Saberes, fazeres e dizeres de docentes atuantes nas cinco escolas estaduais quilombolas do Estado de Mato Grosso, desenvolvido no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso. O recorte aqui apresentado traz resultados referentes aos perfis dos docentes, evidencia as perspectivas para a implementação da educação escolar quilombola, bem como as principais reivindicações em curso. A pesquisa se insere na abordagem qualitativa, e os principais instrumentos de coleta dos dados foram a observação e o questionário. Participaram 98 docentes. Os resultados apontam que está em curso significativos avanços no que diz respeito às estruturas físicas das escolas e no nível de formação dos docentes, entretanto, há outras tantas reivindicações, tais como recursos didático-pedagógicos, recursos financeiros e formação específica para que sejam capazes de implementar a Educação Escolar Quilombola em suas especificidades. Palavras-chave : Educação escolar quilombola. Teorias pós-colonialistas. Perfis de docentes.

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Políticas de ação afirmativa na educação básica: algumas reflexões

Mônica Andréa Oliveira Almeida | Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ

POLÍTICAS DE AÇÃO AFIRMATIVA NA EDUCAÇÃO BÁSICA:ALGUMAS REFLEXÕES Resumo O texto apresenta alguns dados parciais de uma pesquisa que se encontra em fase inicial e vem sendo realizada em uma escola de educação básica considerada de excelência, que se destaca pelo ensino inovador, ligada a uma universidade pública estadual. Essa instituição, desde 2014, por força da Legislação Estadual 6434/13, implementou políticas de ação afirmativa, na modalidade de cotas, em seus processos seletivos de ingresso no 1º e 6º anos de escolaridade. Outro propósito desse trabalho é estabelecer um diálogo entre os dados da pesquisa em andamento e os que foram analisados por uma pesquisa de doutorado, concluída em 2016, e realizada na mesma instituição. Essa pesquisa tinha como foco principal o estudo das cotas raciais e as representações de docentes, gestores e técnicos sobre as políticas afirmativas implementadas na instituição. Desse modo, o centro de interesse desse texto é apresentar e fazer uma análise dos dados dessas duas pesquisas procurando apontar suas aproximações, possibilidades e tensões. Palavras-chave: Educação básica, escola de excelência, política de cotas.

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PRÁTICAS PEDAGÓGICAS: DIÁLOGO INTERTEXTUAL ENTRE LINGUAGENS CULTURAIS E O ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA

Sueli do Nascimento | UEMS/UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE PARANAÍBA - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MATO GROSSO DO SUL

PRÁTICAS PEDAGÓGICAS: DIÁLOGO INTERTEXTUAL ENTRE LINGUAGENS CULTURAIS E O ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA Resumo – Esta pesquisa qualitativa foi realizada na cidade de Araçatuba/SP, com 49 acadêmicos dos cursos superiores em tecnologia. Campo de investigação e população foram escolhidos em razão da disciplina de História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena, inserida pelas leis nº 10.639/03 e nº 11.645/08. O instrumento aplicado baseia-se na perspectiva argumentativa da pesquisa-ação. Foram propostas duas indagações-argumentativas: “Como observam a participação dos indígenas/negros na história do Brasil? Qual o significado das palavras índio/negro na história do Brasil”. Analisaram-se, sob a óptica da competência narrativa da consciência histórica, a consciência transitiva ingênua freireana e a consciência prévia rüseniana, as possíveis alterações a partir do saber histórico, intermediado por linguagens culturais (obras literárias, músicas, filmes e documentários brasileiros) do século XVIII ao XXI. Os resultados demonstram que o alunado correspondeu às propostas. Palavras-chave : Consciência histórica. História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena. Educação Reflexiva.

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QUILOMBOS URBANOS, TERRITÓRIOS ÉTNICO-RACIAIS E EDUCAÇÃO

Silvani dos Santos Valentim | CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERIAS

QUILOMBOS URBANOS, TERRITÓRIOS ÉTNICO-RACIAIS E EDUCAÇÃO Resumo O presente trabalho trata do tema educação e comunidades quilombolas urbanas e faz parte do contexto mais amplo de valorização da Educação Escolar Quilombola (EEQ) no veio da dinâmica histórico-social e de transformação do espaço urbano, onde essas comunidades vivenciam e ressignificam sua cultura. Um quilombo urbano deve ser entendido como um espaço de permanência e resiliência por meio das experiências, vivências, ancestralidade e cosmovisão africana. Quais são as melhores formas de valorização da cultura quilombola presente nas comunidades escolares? Como potencializar o pensar coletivo dos educadores e educandos, das famílias, comunidades e profissionais da escola? Como trabalhar conteúdos escolares apropriados e que dialoguem com os saberes produzidos nos territórios étnico-raciais os quais as comunidades quilombolas pertencem? As reflexões aqui apresentadas são fruto das atividades desenvolvidas por meio de pesquisa/ação em três quilombos urbanos e do acompanhamento das ações desencadeadas por uma Rede Municipal de Ensino no sentido de projetar a formação em serviço dos professores para uma atuação cada vez mais referenciada na EEQ. Palavras-Chave: Quilombos urbanos, territórios étnico-raciais, educação.

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TIA, ESPERANÇA GARCIA SE ENCANTOU EM SEREIA ? O ECONTRO DAS HEROÍNAS NEGRAS BRASILEIRAS COM OS MITOS DE ANCESTRALIDADE AFRICANA

Cleuma Maria Chaves de Almeida | UERJ/PROPED - Universidade do Estado do Rio de Janeiro

TIA, ESPERANÇA GARCIA SE ENCANTOU EM SEREIA ? O ECONTRO DAS HEROÍNAS NEGRAS BRASILEIRAS COM OS MITOS DE ANCESTRALIDADE AFRICANA RESUMO O trabalho constitui resultado parcial da tese que objetiva compreender e conhecer processos de descolonização na da educação infantil do município de Chapadinha-MA, em diálogo com narrativas literárias infantis sobre heróis/heroínas negras. É o encontro de duas personagens – Esperança Garcia e a Sereia Preta – que irá nortear as reflexões aqui apresentadas. Esperança Garcia é a personagem do livro de literatura infantil “Quando a escrava Esperança Garcia escreveu uma carta” (ROSA, 2012). A sereia preta é parte da ilustração do livro . A existência das duas é esticada pelos conhecimentos cotidianos e pelos mitos da ancestralidade africana do contexto literário d espaçotempo do cotidiano da escola e comunidade vivenciados pelas crianças. Questões pensadas na metodologia do mergulho elaborada no ventre deste trabalho a partir das concepções de Anzaldúa (1987) e da ideia de cronotopo Bakhtin (1993). Palavras-chave: Mitos da ancestrais. Corpo feminino. Oralidade. Literatura.

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