Adeus, formação: o anti-Emílio anunciador do conceito de programa de vida

Bruno Gonçalves Borges | UFG/CAMPUS DE CATALÃO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIAS

Pode-se dizer, enfim, que o conceito de formação cumpriu sua função. Contudo, chega a hora de proclamar o seu fim. Não que sua memória deva ser esquecida, mas livrar a realidade dos fantasmas significantes que a todo custo tentam impor respostas já insuficientes deve ser uma tarefa a ser enfrentada neste momento. Diante disso, esta comunicação apresenta resultados da pesquisa que objetivou fazer uma incursão à produção da experiência educativa em contraponto a uma história evolutiva da formação, tendo como objetivo identificar a emergência de um novo conceito – o programa de vida. De modo geral, os programas são um conjunto de elementos experienciais, próprios da multiplicidade molecular, que podem intensificar ou desestratificar investimentos repressivos, regimes interpretativos e padrões subjetivos. Eis que é urgente a ruptura com a representação da formação e com a idealização da educação, de modo geral. Parece oportuno que essa crítica e essa nova prática devam ser anunciadas, justamente, por uma força que põe em dúvida esses valores de dentro para fora. Surge, portanto, um anti-Emílio, não um personagem literário, mas conceitual, uma força que atravessa a produção educativa, anunciadora de um novo conceito, o programa de vida.

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Afinidades eletivas, processo de racionalização e o destino da educação moderna em Max Weber

Sandra Aparecida Riscal | UFSCar - Universidade Federal de São Carlos

Afinidades eletivas, processo de racionalização e o destino da educação moderna em Max Weber Resumo O presente artigo tem como objetivo o estudo de como se constituiu e com que articulações e disposições, no pensamento weberiano, a concepção de “afinidades eletivas”, qual o seu papel na concepção de processo de racionalização e que repercussões teria nos tipos de educação da modernidade. O estudo focou os escritos de Weber sobre a sociologia das religiões, em particular na segunda versão da Die protestantische Ethik und der Geist des Kapitalismus (Ética protestante e espírito do capitalismo) presente em Gesammelte Aufsätze zur Religionssociologie – (Ensaios reunidos de sociologia da religião). O estudo visa a renovação das concepções teóricas weberianas na educação valendo-se de um aparato conceitual até o momento pouco explorado pelos estudiosos de Max Weber na educação. Palavras-chave: afinidades eletivas; processo de racionalização; Max Weber; Educação

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ATENÇÃO E CUIDADO NA EDUCAÇÃO EM TEMPOS DE DISPERSÃO HIPERCONECTADA

Maria Alice Gouvêa Campesato | SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

Resumo: Este artigo toma o conceito de atenção para compor uma problematização no campo educacional. A partir de estudo bibliográfico de inspiração arquegenealógica, aponta que a atenção vem sendo pouco explorada no campo educacional quanto à sua potência, sendo estudada pela sua falta e considerada um fator explicativo para a não-aprendizagem. Nas instituições escolares o número de estudantes com diagnósticos de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade vem aumentando consideravelmente, assim como os discursos docentes sobre a dificuldade em manter a atenção de seus alunos nas aulas. Por outro lado, as próprias práticas pedagógicas acabam contribuindo para potencializar tal dispersão. Trazer, portanto, a atenção para a discussão educacional, deslocando-a da lógica dos déficits e transtornos e dos discursos que apregoam pelo fim da escola, pode auxiliar-nos a pensar como estamos nos tornando o que somos nesse funcionamento de sociedade de hiperaceleração e do desempenho. Apontamos para a possibilidade de lidação com a atenção vinculada ao cuidado na escola como criação de outros modos de pensamento e de existência e como um tipo de combate político, ético e estético. Palavras-chave : atenção; educação; inovação; cuidado.

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Conservadorismo moral e indeterminação da condição humana

Miguel da Silva Rossetto | UPF - Universidade de Passo Fundo

Conservadorismo moral e indeterminação da condição humana Resumo O ensaio, dividindo-se em duas partes, procura analisar criticamente a comunidade moral bolsonarista. Na primeira parte argumenta que tal comunidade baseia-se na noção fechada e dogmática de mundo, a qual pressupõe, por sua vez, a ideia fundamentalista de ser humano como essência pronta, com finalidade previamente determinada e dirigida por forças externas e superiores. Na segunda parte, baseando-se na interpretação de Richard Bernstein, toma o pragmatismo falibilista como referência crítica ao conservadorismo moral autoritário. Considera como núcleo do falibilismo a postura reflexiva baseada no debate público, aberto e crítico. Palavras-chave: Condição humana. Conservadorismo moral. Pragmatismo falibilista. Liberdade humana.

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CRISE TEMPORAL E TEMPO ESCOLAR. CONSIDERAÇÕES ACERCA DA ESCOLA ENQUANTO ESPAÇO-TEMPO EM UM CONTEXTO PÓS-MODERNO

Marília Villanova Rodriguês | UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora

TEMPORALIDADE ESCOLAR. CONSIDERAÇÕES ACERCA DA ESCOLA ENQUANTO ESPAÇO-TEMPO EM UM CONTEXTO PÓS-MODERNO Resumo Presenciamos uma crise do tempo que o torna fragmentado e desnudo. Iniciada na industrialização e agravada na metade do século XX, tal crise gera uma sociedade hiperativa, consumista, egocêntrica e deprimida. Nossa relação com o mundo, com as coisas e com as pessoas, se exerce em um nível de utilidade, saciação de desejos e autopromoção. As máximas da eficácia e do rendimento pessoal moldam a nossa trajetória de vida. A escola é, nesse contexto, tida como um lugar de preparação para a competição da vida adulta. A crise temporal contemporânea afeta diretamente o tempo escolar. A falta de concentração, advinda pelo constante bombardeamento de mídias, fragmenta e destrói a atenção, faculdade essencial para o estudo. O presente artigo pretende pensar a escola acerca da sua temporalidade, tendo em vista que está situada em um ambiente que passa por uma crise temporal e identitária, buscando entender que maneiras existem de conservar a escola como um lugar de estudo do mundo. Palavras-chave: Crise temporal. Utilitarismo. Tempo escolar. Atenção. Contemplação.

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DAS VARIAÇÕES EM TORNO DO ANARQUISMO E DO MARXISMO: UM DEBATE AINDA NECESSÁRIO AOS CAMPOS DA FILOSOFIA E DA EDUCAÇÃO

Edivaldo José Bortoleto | UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA REIONAL DE CHAPECÓ

DO RESUMO Das Variações em torno do Anarquismo e do Marxismo: um debate ainda necessário aos campos da Filosofia e da Educação tal como o título já sugere é uma aproximação de duas perspectivas socialistas que emergem no século XIX, conjuntamente com uma outra, a do socialismo cristão. Desta maneira, o recorte neste trabalho dá-se no movimento de aproximação entre o socialismo libertário e o socialismo científico possibilitado pelo método semiótico onde campos epistêmicos e ontológicos são aproximados pelas variações sígnicas enquanto variações de semioses , portanto, encontro de campos semânticos e semióticos, mais do que se oporem, estão na proximidade solidária. Assim, esta aproximação solidária entre Anarquismo e Marxismo porque emergentes de barbáries produzidas pelo capitalismo, podem contribuir para a construção de um mundo novo e de um novo homem, pressupostos necessários para uma Filosofia da Educação Libertária. DAS PALAVRAS-CHAVE : ANARQUISMO. MARXISMO. FILOSOFIA. EDUCAÇÃO

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Democracia e inovação pedagógica na Educação Básica: uma análise à luz da Teoria Crítica Frankfurtiana

Thatiane Coutinho Melguinha Pereira | PUC-SP/PPGE História, Política, Sociedade - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Democracia e inovação pedagógica na Educação Básica: uma análise à luz da Teoria Crítica Frankfurtiana RESUMO A história da educação brasileira a partir do século XX evidencia, por parte de diversos setores da sociedade, a busca crescente por uma educação com características democráticas e inovadoras. Em 2015, o MEC, com base no Programa de Estímulo à Criatividade na Educação Básica, enunciou as características desejáveis de uma educação inovadora, referendando instituições públicas e privadas como exemplos. A partir da compreensão da relação entre democracia e inovação pedagógica, foram analisados os termos atribuídos às exigências da educação inovadora para a democracia no âmbito das propostas pedagógicas assinaladas pelo MEC. Trata-se de uma pesquisa empírica cujas fontes são documentos elaborados por unidades escolares pertencentes ao Programa e a legislação pertinente, os quais foram tratados por meio da técnica de análise de conteúdo a fim de identificar e compreender a noção de democracia, as possibilidades de mudança social e, ainda, o tratamento dos conceitos de experiência e formação. A análise crítica está sedimentada na Teoria Crítica da Sociedade, mormente sob a expressão de T. Adorno, M. Horkheimer e H. Marcuse. Palavras-chave: Democracia; Inovação; Teoria Crítica.

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Distraídos venceremos: Educação para a singularidade e abertura ao mundo

Bárbara Romeika Rodrigues Marques | UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora

Distraídos venceremos: Educação para a singularidade e abertura ao mundo Como pode a Educação proteger, mediar, viabilizar e instigar a demora, a lentidão desinteressada, a aparição do improviso, do experimento de si, em instâncias de vazios e também de produções e atenções ao mundo? Ao considerar a intuição e suas possíveis relações com a educação buscamos, a partir de Henri Bergson, dizer não de métodos educacionais, mas de relações e acessos a um pensar para além do aparato estritamente conteudista, distraído do que se faz comum no mundo moderno, insubmisso ao legado de predominância instrumental, mercadológico e estritamente técnico. Uma atenção para-si e por-si, centrado na presença, na potência dos agoras, o lugar de atenção ao Ser. O sentido e o lugar da Educação sem finalidades específicas, mas que é, apenas, e tão somente, o exercício de dizer de si e do mundo, em suas múltiplas aprendizagens, entregas, mergulhos e equívocos. Buscamos, assim, por um lado, legitimar a desobediência aos esquemas dados pela exclusividade da transmissão lógico-dedutiva e, por outro, potencializar atenções a alguma vereda que se dê autêntica, imprevisível e inteira ao diálogo com a tradição e do cuidado com o mundo. Palavras-chave: Intuição; Distração; Atenção; Henri Bergson.

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Do aprendizado da obediência à humanização pelo monstro ingovernável: corpos desviantes, agir reflexivo e trabalho de si como focos de resistência na escola

Pedro Angelo Pagni | UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

Do aprendizado da obediência à humanização pelo monstro ingovernável : corpos desviantes, agir reflexivo e trabalho de si como focos de resistência na escola Resumo: A aceitação do inaceitável tem sido uma das contradições presentes em nossa democracia, juntamente com o deixar de agir com reflexão para agir por reflexo , materializando configurações da servidão maquínica e do aprendizado da superobediência na escola. Esta comunicação problematiza essas configurações dos processos de subjetivação, contextualizando-as na biopolítica neoliberal e discutindo possibilidades de rompê-las na escola. Destaca para isso uma inversão de seu sentido corretivo, assim como a necessidade de se repensar o lugar do monstro ingovernável na formação do humano. Ao repensar esse seu lugar encontra no ingovernável a potência de um outro, buscando vislumbrar acontecimentos de resistência e gestos de dissidência nessa instituição. Propõe-se, com tal inversão, um deslocamento do centro trabalho ético de si para a ingovernabilidade dos corpos ditos desviantes e os acontecimentos decorrentes de seus encontros na escola, assinalando-o como um dos desafios atuais para a filosofia da educação. Palavras-chave: biopolítica; ingovernável; corpos desviantes; trabalho de si.

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Fabulação, sentido, pesquisa

Gabriel Torelly Fraga Corrêa da Cunha | FACULDADE DE EDUCAÇÃO - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

Fabulação, sentido e pesquisa RESUMO – O presente artigo demonstra o que a função fabuladora de Henri Bergson produz no tratamento de arquivos e da própria concepção de pesquisa. Exemplos imagéticos, mitológicos e antropológicos mostram como a fabulação aviva os paradoxos da matéria estudada. Seguindo o que Gilles Deleuze trata como “pensamento nômade”, traz a presença da literatura e suas criações, mesmo quando científicas, para mostrar como se criam corpos aos conceitos. Problematiza-se o uso do pensamento de Deleuze e Guattari como sanção libertadora para invenções de pesquisas. Para tanto, uma retomada epistêmica do pesquisar, do pensar e do imaginar contorna a problemática do sentido e dos seus escapes na linguagem, apresentando os conceitos axiais do que constitui a fabulação criadora na filosofia da diferença e suas possibilidades junto aos arquivos de uma pesquisa. Palavras-chave: Criação. Imaginação. Paradoxo. Sentido.

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Fenômeno como categoria metodológica na pesquisa em educação

Joelson Pereira de Sousa | UNEB - Universidade do Estado da Bahia

FENÔMENO COMO CATEGORIA METODOLÓGICA NA PESQUISA EM EDUCAÇÃO RESUMO: Este texto busca refletir sobre a relação entre Fenomenologia e Educação, reconhecendo a priori a impossibilidade de tratar a questão de maneira geral e totalizante. A propósito, o presente trabalho investiga a noção de “fenômeno como categoria metodológica na pesquisa em educação”, buscando apresentar diferentes perspectivas sobre a compreensão da realidade educacional, além de sugerir possíveis bases teóricas para o desenvolvimento de metodologias de pesquisa educacionais. Para isso, proponho uma breve problematização acerca do protagonismo metodológico na pesquisa em educação, para em seguida adentrar o contexto filosófico que permitiu a formulação da noção de fenômeno, passando pelo surgimento da fenomenologia e, finalmente, por uma exemplificação direta no campo de pesquisa educacional. À luz de pensadores como Husserl, Heidegger, Merleau-Ponty e Sartre busquei articular diferentes pontos de vista no campo fenomenológico, apontando o modo como essas perspectivas se complementam em favor da fundamentação de uma ciência específica do fenômeno. Palavras-chave: Fenômeno. Metodologia. Pesquisa educacional

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Mal de arquivo – Um desafios para a Filosofia da Educação?

Amarildo Luiz Trevisan | UFSM - Universidade Federal de Santa Maria

Mal de arquivo – Um desafio para a filosofia da educação? Resumo: A partir da reflexão extraída do livro Mal de arquivo: uma impressão freudiana , de Jaques Derrida, o artigo pretende investigar as consequências da metáfora de “mal de arquivo” para o campo da filosofia da educação. Por intermédio da crença de que a tradição do reprimido se inscreve na ideia de arquivo, procura potencializar o termo para interpretar alguns problemas existentes no campo da relação entre filosofia e educação. Especialmente, dirige o olhar para a forma como surge o discurso da filosofia, bem como a dinâmica cultural que persiste em seguir certas orientações, sua autoridade e a sua genealogia bastante presente no âmbito acadêmico contemporâneo. A desconstrução da metafísica se soma ao trabalho da psicanálise, fazendo o proibido aflorar à consciência, e, portanto, ao nível literal da escritura. E assim, o acontecimento da compreensão pode auxiliar a desmobilizar a compulsão à repetição que se instaurou no arquivo. Palavras-chave : mal de arquivo; filosofia da educação; hermenêutica.

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NOTAS SOBRE ATENÇÃO E EDUCAÇÃO

Luka Carvalho Gusmão | UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora

NOTAS SOBRE ATENÇÃO E EDUCAÇÃO RESUMO O presente artigo se propõe a sintetizar alguns estudos e reflexões desenvolvidas sobre o fenômeno e o conceito de atenção a partir de possíveis associações com o campo educacional. Considerando que os significados atribuídos ao par atenção-desatenção em nosso contexto mais contemporâneo configuram-no como um importante problema de pesquisa, especialmente para a Educação, procuramos investigar, inicialmente, sua origem etimológica bem como alguns dos sentidos mais gerais atribuídos a ele, inclusive pela tradição filosófico-científica. Em seguida, associando esta primeira referência, buscamos refletir de modo mais aprofundado o problema apoiando-nos em importantes filósofos contemporâneos que direta ou indiretamente o abordaram como meio de desvelar o humano naquilo que traz de mais essencial e próprio. Como conclusão, questionando diferentes sentidos superficiais elaborados a partir do que poderíamos denominar um senso comum educacional que terminam por transformar a atenção num “falso problema”, procuramos desconstruir tal enfoque remetendo-nos à problematização filosófico-educacional de Paulo Freire tecida justamente em associação às referências filosóficas elegidas anteriormente. PALAVRAS-CHAVE Atenção; educação; homem; animal; criação.

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Para além da racionalidade neoliberal: o comum e a práxis instituinte como princípios ético-formativos

Angelo Vitório Cenci | UPF - Universidade de Passo Fundo

P ara além da racionalidade neoliberal: o comum e a práxis instituinte como princípios ético-formativos Resumo: O presente texto toma como referência os estudos de Pierre Dardot e Christian Laval para explorar o tema da formação humana situado para além dos limites da racionalidade neoliberal que impregna o atual cenário das sociedades ocidentais. Num primeiro passo, procura-se mostrar como o neoliberalismo vincula um tipo de racionalidade singular e uma concepção atomizada de sujeito. Na sequência, indica-se que a ele está associada uma visão individualista de ética e uma noção usurpada de formação. Por fim, apresenta-se o princípio político do comum e o conceito de práxis instituinte concebendo-os em sentido ético-formativo. Defende-se que o princípio do comum pode ser postulado como princípio formativo e de justiça, além de ajudar a pensar o sujeito sob uma perspectiva crítica à subjetivação neoliberal. Do mesmo modo, sustenta-se que a práxis instituinte implica uma práxis intrinsecamente formativa na medida que autoproduz os sujeitos no curso da própria ação requerendo destes o efetivo envolvimento no estabelecimento das regras de seu funcionamento e na co-responsabilização por elas. Palavras-chave: Racionalidade neoliberal. Formação. Comum. Práxis instituinte.

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PARA ALÉM DA UTILIDADE: EM DEFESA DA FILOSOFIA E DA POESIA NA ESCOLA

Silmara Lídia Marton | UFF - Universidade Federal Fluminense

Resumo Esse texto é produto de uma reflexão que vimos fazendo a partir da execução de projetos inerentes à nossa prática docente na escola pública e, que partem da (e com) filosofia, literatura e poesia. Inicialmente nossos projetos eram distintos, contudo, em 2017, com as mudanças sofridas pelo PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência), nós associamos os projetos, cujos objetivos eram semelhantes. Afinal, na essência, filosofia, poesia e literatura não se separam. Assim, nosso propósito pode ser definido como um fazer filosofia com as crianças partindo da poesia como dispositivo. É, portanto, essa experiência que motiva a nossa reflexão. Todavia, os resultados anteriores também estão presentes nessas ideias. Interessa-nos aqui compartilhar, por meio de um ensaio que julgamos filosófico, um caminho para fazer da educação forma de resistência em tempos de fascismo e, ao mesmo tempo, defendê-la como prática produtora de sentidos para o “absurdo da vida”. Nosso olhar se ampara em autores como Camus, Morin, Benjamin, Gramsci, Marx, entre outros, que compreendem a filosofia para além de especulações acerca do mundo, no sentido de ensinar práticas capazes de transformá-lo. Palavras-chave: Educação – Filosofia – Poesia – Literatura – Docência

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QUE AS CRIANÇAS ESTÃO DIZENDO? O QUE É QUE RESSOA?

Rosana Aparecida Fernandes | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

QUE AS CRIANÇAS ESTÃO DIZENDO? O QUE É QUE RESSOA? RESUMO: Se você é professor e deseja estudar e exercer a filosofia com as crianças, o modo como você se posiciona e conduz o processo importa mais do que, exatamente, o tanto que você sabe dos conteúdos curriculares, biografias dos filósofos, história da filosofia. Há, não obstante, pelo menos dois aprendizados, centrais, para o exercício de uma filosofia com crianças: deixar-se estar; escutar as crianças. Trata-se de uma disposição, uma sensibilidade e uma postura, que não se pode alcançar lendo um livro, ou fazendo um curso de formação docente. Uma conversação entre crianças tem uma chama intensiva, é uma pura matéria intensiva, feita de muitos elementos, não apenas de linguagem, e inspira modos de sentir, modos de perceber, modos de pensar. Escutar as crianças é ir do sensível ao intensivo, e é por onde começam experimentações de uma filosofia com crianças. PALAVRAS-CHAVE: Escutar. Filosofia com crianças. Gilles Deleuze.

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Subjetividade, linguagem e ação: uma reflexão filosófica sobre o currículo escolar

Cristiane Maria Cornelia Gottschalk | FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - FEUSP

Subjetividade, linguagem e ação: uma reflexão filosófica sobre o currículo escolar Trata-se de uma reflexão filosófica sobre o currículo escolar sob o referencial teórico das ideias da segunda fase do pensamento de Wittgenstein, em diálogo com outros autores, como Noam Chomsky e Danièle Moyal-Sharrock, que pressupõem, cada um a seu modo, uma gramática universal subjacente ao aprendizado da linguagem. Em particular, questiono a perspectiva pedagógica que fundamenta a atual Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que tem como objetivo o foco no desenvolvimento de competências e habilidades, as quais devem estar presentes em todas as grandes áreas de conhecimento dos currículos a serem implementados. Argumento que a organização de um currículo por competências reflete uma concepção analítica do conhecimento, que por sua vez, remete a uma concepção de linguagem muito próxima daquelas propostas por Chomsky e Moyal-Sharrock. Em contraposição à ideia de gramática desses dois autores, apresento em que sentido o filósofo austríaco introduz o seu conceito de gramática dos usos , que, a meu ver, propicia outro modo de olhar o conhecimento proposto nos currículos escolares. Palavras-chave: currículo, gramática universal, gramática dos usos, Chomsky, Wittgenstein.

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