50 anos da Pedagogia do oprimido: educação popular, saber/poder diante da onda neoconservadora

Márcio Penna Corte Real | UFG - Universidade Federal de Goiás

50 ANOS DA PEDAGOGIA DO OPRIMIDO : EDUCAÇÃO POPULAR, SABER/PODER DIANTE DA ONDA NEOCONSERVADORA Resumo Pedagogia do oprimido é o livro de Paulo Freire de maior repercussão. Ao completar 50 anos, contrariamente à atualidade e ao vigor do texto, o autor e sua obra vêm sendo atacados. A comunicação exorta contribuições freireanas para a concepção de educação popular. Destaca o saber/poder e a epistemologia, como desafios da educação popular. A concepção de Freire tem os alicerces de seu edifício epistemológico nos textos Educação e atualidade brasileira e Educação como prática da liberdade ; que conceituam a educação no desafio da inserção do povo na sociedade brasileira; preludiando a Pedagogia do oprimido como marco organizativo e epistemológico das práticas educativas. A discussão toma a problemática da epistemologia em Freire e sua pertinência à trajetória do GT6 da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação. Conclusivamente, consiste em ato político-pedagógico trazer ao centro dos debates a Pedagogia do oprimido mediante à onda neoconservadora que assola a vida pública e as disputas da educação no país. Palavras-chave: Pedagogia do oprimido ; Paulo Freire; educação popular; epistemologia; saber poder.

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A Política Nacional de Educação Popular em Saúde na atual conjuntura do SUS: fragilidades e desafios

Jacqueline Rodrigues do Carmo Cavalcante |

Resumo: Em consonância com os princípios e diretrizes do SUS a Política Nacional de Educação Popular em Saúde reafirma o compromisso dos gestores na garantia dos direitos universais de saúde visando a melhoria da qualidade de vida, a diminuição das fragilidades/desigualdades sociais, bem como, o reconhecimento e a valorização da cultura popular como alvos essenciais do cuidado, gestão, formação, controle social e práticas educativas em saúde. Pensando na institucionalização da educação popular por meio da Política Nacional de Educação Popular em Saúde que este estudo objetivou analisar as práticas educativas no âmbito do Sistema Único de Saúde em um município do Sudoeste de Goiás, apresentando sua atual conjuntura, fragilidades e desafios que (in)diretamente tem influenciado não somente o SUS local, mas que universalmente pode se reproduzir na totalidade dos serviços de saúde. Palavras-chave: Educação. Educação Popular. Educação Popular em Saúde.

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ANA, ZÉ E EU: REFLETINDO SOBRE O ‘NÓS” E OS “NÓS” DA EDUCAÇÃO A PARTIR DE EXPERIÊNCIAS EM ESCOLA NO CAMPO

Carlos César de Oliveira | UERJ/FFP - Universidade do Estado do Rio de Janeiro

ANA, ZÉ E EU: REFLETINDO SOBRE O ‘NÓS” E OS “NÓS” DA EDUCAÇÃO A PARTIR DE EXPERIÊNCIAS EM ESCOLA NO CAMPO. O presente estudo tem como objetivo refletir acerca da educação, tomando como base experiências com alfabetização em duas escolas situadas no campo. Ele parte de uma discussão sobre a cartilha intitulada “Cartilha da Ana e do Zé”, adotada na década de 1980, pela rede pública de ensino do Estado do Ceará. Através dele procuro responder a duas questões: teria o pensamento o pensamento freireano influenciado no meu processo de alfabetização, através da cartilha? Como a pedagogia libertadora foi inserida na minha educação, já na infância? São questões que, no contexto atual, enquanto mestrando em Educação passaram a me inquietar. E, como não encontrei respostas na revisão de literatura, optei por estuda-las. Com esse propósito, procurarei identificar as marcas freireanas nela existentes e, compreendendo a pesquisa como um movimento em/de formação, anseio (re)pensar a minha prática docente a serviço de uma educação libertadora. Palavras-chave: educação, Cartilha da Ana e do Zé, Paulo Freire, palavras-geradoras.

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ARTICULANDO EXPERIÊNCIAS DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO EM DIÁLOGO COM A EDUCAÇÃO POPULAR

Heloisa Josiele Santos Carreiro | Prefeitura Municipal de Petrópolis

ARTICULANDO EXPERIÊNCIAS DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO EM DIÁLOGO COM A EDUCAÇÃO POPULAR Resumo O artigo apresenta um percurso indissociável de Ensino, Pesquisa e Extensão que vimos desenvolvendo em uma universidade situada em região de desigualdades sociais, econômicas e educacionais, dentro dos debates que analisam os efeitos das políticas educacionais desenvolvidas pelos sistemas públicos de educação. O artigo pressupõe a centralidade, em escala local, da importância de se investigar repercussões e impactos de experiências de intervenção comunitárias realizadas a partir de projetos extensionistas junto aos diferentes sujeitos que vivem nas favelas e bairros populares do entorno de uma faculdade localizada no sudeste brasileiro. A partir de uma abordagem qualitativa, fundamentadas em pressupostos da Educação Popular acompanhamos os projetos extensionistas, que desenvolvem uma intervenção comunitária a partir do grupo de pesquisa através de fóruns constituídos junto aos setores públicos e da sociedade. A pesquisa tem avançado na formulação teórica sobre as categorias: intervenção comunitária, poder local e práticas extensionistas em diálogo com pressupostos da Educação Popular. Palavras-chave: Práticas Extensionistas; Intervenção Comunitária; Educação Popular.

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Cantos, danças e resistência: Processos educativos no Coral Trovadores do Vale

Pedro Augusto Dutra de Oliveira | UFSCar - Universidade Federal de São Carlos

CANTOS, DANÇAS E RESISTÊNCIA: PROCESSOS EDUCATIVOS NO CORAL TROVADORES DO VALE RESUMO A pesquisa de doutorado que resultou no presente trabalho, teve como objetivo descrever e analisar processos educativos desencadeados a partir do Coral Trovadores do Vale, uma prática social em que participam mulheres e homens da cidade de Araçuaí, Vale do Jequitinhonha. Ele está em atividade há 49 anos, com um repertório que percorre cantos de trabalho, cantos de roda, cantos religiosos e danças. Partimos da problemática de que o legado colonial e moderno marginalizou saberes e práticas, inclusive no contexto do Vale do Jequitinhonha. Entendemos também que de toda prática social emergem processos educativos e que a produção do conhecimento acadêmico deve buscar por outras epistemologias que historicamente foram negadas nesse quadro de colonialidade do saber. Assim, como arcabouço teórico, dialogamos com autores como Enrique Dussel, Paulo Freire, Boaventura de Sousa Santos e Aníbal Quijano. Dentre os resultados da pesquisa, para este trabalho apresentaremos processos educativos que apontam como a participação de homens e mulheres no Coral, contribuiu para a transformação da realidade em que se inserem. Palavras-Chaves : Processos Educativos; Práticas Sociais; Busca por Ser Mais .

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ECONOMIA SOLIDÁRIAː ESPAÇO DE EDUCAÇÃO POPULAR E EMPODERAMENTO FEMININO

Josilaine Antunes Pereira | UNISINOS/PPGE - UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS

ECONOMIA SOLIDÁRIA: ESPAÇO DE EDUCAÇÃO POPULAR E EMPODERAMENTO FEMININO Resumo O objetivo deste artigo é repercutir a economia solidária enquanto espaço de educação popular comprometida com o empoderamento feminino. A abordagem é de natureza qualitativa, descritiva apoiada em pesquisa participativa, tendo a análise embasada na teoria do materialismo histórico e dialético. O campo empírico é o Planalto Catarinense, Santa Catarina, Lages cidade polo regional, onde a Universidade do Planalto Catarinense, abriga a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares. O empreendimento econômico solidário em foco é as “Morenas do Divino”. A educação popular tem lugar proeminente na prática social orientada pelos princípios do reconhecimento de sujeitos coletivos, a educação enquanto prática de transformação social, o diálogo pedagógico, o encontro de saberes/fazeres não hierarquizados e a reflexão crítica. As referências teóricas são Freire, Adams, Moura, Brandão e Schönardie. A reflexão apontou a potência da educação popular ao proporcionar vivência de valores como, participação, solidariedade, conscientização, mediação geradora de empoderamento feminino. Palavras-chave: Economia solidária. Educação popular. Empoderamento feminino. Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares.

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EDUCAÇÃO POPULAR E SAÚDE: UMA PERPECTIVA DE FORMAÇÃO HUMANIZADORA

Tania Maria Salgado Tozi | OUTRAS

EDUCAÇÃO POPULAR E SAÚDE: UMA PERPECTIVA DE FORMAÇÃO HUMANIZADORA. RESUMO: O presente trabalho emergiu de uma dissertação de mestrado em Educação cujos objetivos foram entender algumas concepções de estudantes de um curso técnico de Enfermagem sobre sua formação profissional, articulando-os aos princípios da Educação Popular e Saúde (EPS). Pautando-nos na pesquisa qualitativa utilizamos como instrumentos de coleta: revisão bibliográfica, questionário e roda de conversa. Os resultados apontaram que os/as estudantes reconhecem a lógica tecnicista de sua formação e a necessidade de práticas mais dialógicas, participativas, em que haja partilha de saberes, relacionando a teoria com o cotidiano profissional. Sugerem também que as premissas da Educação Popular e Saúde, quando utilizadas em sala de aula, podem contribuir para uma formação mais humanizada, favorecendo o desenvolvimento do senso crítico e reflexivo. Além disso, os depoimentos indicaram a urgência da inclusão de princípios humanizadores na formação técnica em Enfermagem, pois se mostrou notório no meio profissional e acadêmico o pouco conhecimento sobre essa modalidade de ensino, suas aplicações e implicações. PALAVRAS-CHAVE: Educação Popular e Saúde. Ensino Técnico de Enfermagem. Humanização. Formação.

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EDUCAÇÃO POPULAR EM CONTEXTO DE RESISTÊNCIA: ATUAÇÃO DO SEDUP NA REGIÃO DO BREJO PARAIBANO NA DÉCADA DE 1980

Orlandil de Lima Moreira | UFPB - Universidade Federal da Paraíba

EDUCAÇÃO POPULAR EM CONTEXTO DE RESISTÊNCIA: ATUAÇÃO DO SEDUP NA REGIÃO DO BREJO PARAIBANO NA DÉCADA DE 1980 O artigo apresenta como problemática a presença dos centros de assessoria e educação popular em um contexto de resistência ao autoritarismo político no Brasil. Tem como recorte histórico os anos de 1980, fase de efervescência política, marcada por ações de resistência e conquistas democráticas, tendo o movimento de Educação Popular papel importante nesse processo político. O Serviço de Educação Popular (SEDUP) surge nesse contexto em 1981, por iniciativa da Igreja Católica, alinhada à Teologia da Libertação, corrente teológica que teve um papel importante no desenvolvimento da educação popular. A pesquisa está sendo realizada no pós-doutorado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Utiliza como metodologia a pesquisa documental. Analisa a educação popular no Nordeste brasileiro, tendo como referência a experiência educativa desenvolvida pelo SEDUP na região do Brejo da Paraíba. Tem como objetivo sistematizar sua trajetória histórica na década de 1980, quando inicia suas atividades educativas junto às classes populares, constituindo juntamente com outras organizações um movimento de Educação Popular na região. Palavras-chaves: Educaçã o Popular. Memória. SEDUP.

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EDUCAÇÃO POPULAR FREIREANA EM SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS: DE PRÁTICAS INDIVIDUALISTAS PARA AÇÕES COLETIVAS E DIALÓGICAS

Ivanilde Apoluceno de Oliveira | UEPA - Universidade do Estado do Pará

EDUCAÇÃO POPULAR FREIREANA EM SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS: DE PRÁTICAS INDIVIDUALISTAS PARA AÇÕES COLETIVAS E DIALÓGICAS Resumo Neste trabalho o objetivo é analisar a educação popular na perspectiva de Paulo Freire em prática de alfabetização com crianças com deficiência em sala de recurso multifuncional de uma escola pública da cidade de Belém do Pará. O foco do estudo é para o trabalho educativo coletivo e dialógico. Os seguintes procedimentos metodológicos foram realizados: revisão bibliográfica e levantamento documental, tendo por base os registros das atividades realizadas em uma pesquisa-ação colaborativa, com educadores populares de um Núcleo de Educação Popular Universitário e um professor da sala de recursos da escola pesquisada. A sistematização dos dados foi efetivada por meio de categorizações temáticas. Entre os resultados, destaca-se que a educação popular freireana foi significativa na alfabetização de crianças com deficiência intelectual na escola, por viabilizar um ensino dialógico, criativo, crítico e democrático, possibilitando as crianças serem sujeitos de seu conhecimento em diálogo com outras, deixando de serem isoladas e vistas como incapazes de aprender. Palavras-chave: Educação popular Freireana. Salas de Recursos Multifuncionais. Diálogo

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O FAZER EXTENSÃO POPULAR EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SEUS PROCESSOS EDUCATIVOS

Tiago Zanquêta de Souza | UFSCar - Universidade Federal de São Carlos

O FAZER EXTENSÃO POPULAR EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SEUS PROCESSOS EDUCATIVOS Este artigo foi elaborado a partir dos resultados de uma pesquisa de doutorado em educação, que se deu entre 2014 e 2017, junto a um grupo de estudantes e populares que, por meio de uma comunidade de trabalho, realizam a prática da extensão popular em educação ambiental. Este artigo tem por objetivo apresentar, a partir de nossas compreensões em torno da convivência em diálogo, na comunidade de trabalho, o quem somos e a construção colaborativa no fazer dessa prática social, com a finalidade de compreender melhor nossos traços identitários e os processos educativos que emergem desse contexto. Além disso, tem a finalidade de discutir como, por meio dos processos educativos, pode-se pensar na extensão enquanto tripé de sustentação da universidade. Ao fazer extensão popular, nutrimos uma perspectiva teórica e epistemológica para a extensão universitária que seja capaz de sugerir caminhos possíveis para outras realizações entre a universidade e a sociedade, e entre a sociedade e a universidade, ou seja, em ambos os sentidos, na busca pelo enfrentamento da desumanização em curso. Palavras-chave: Processos educativos. Extensão Popular. Educação Ambiental.

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O LUGAR DOS MESTRES POPULARES NAS UNIVERSIDADES: UMA MIRADA DE PESQUISA, ENSINO E EXTENSÃO A PARTIR DO ENCONTRO DE SABERES

Lucia Cavalieri | FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

O LUGAR DOS MESTRES POPULARES NAS UNIVERSIDADES: UMA MIRADA DE PESQUISA, ENSINO E EXTENSÃO A PARTIR DO ENCONTRO DE SABERES Resumo Este artigo dedica-se a refletir, a partir do projeto Encontro de Saberes , sobre o lugar dos mestres da cultura- educadores populares- no tripé constituinte das atividades acadêmicas, qual seja, ensino-pesquisa-extensão tomados em sua indissociabilidade. Pretende pensar de que maneira o tripé acolhe, verdadeiramente, outras matrizes de conhecimento, saberes e fazeres. O Encontro de Saberes , ao propor as cotas epistêmicas nas Universidades, desafia-nos ainda a aprofundar os diálogos e o giro decolonial que se deseja no horizonte das Instituições de Ensino Superior, da vida, da educação, em especial da educação popular, e da contínua tarefa histórica de mudar o mundo. Palavras-chave : mestres da cultura, ensino-pesquisa-extensão, universidade, encontro de saberes , cotas epistêmicas

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O QUE AINDA PRECISAMOS APRENDER PARA ENSINAR CRIANÇAS DAS CLASSES POPULARES

Margarida dos Santos | UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO

O QUE AINDA PRECISAMOS APRENDER PARA ENSINAR CRIANÇAS DAS CLASSES POPULARES RESUMO Muitos são os saberes construído ao longo da formação inicial de professores e professoras e da sua vida profissional. No entanto, existem docentes que suspeitando do modo aprendido de ensinar, assumem para si, não a culpa, mas a responsabilidade de imaginar outras possibilidades de organização do ensino considerando os estudantes das classes populares como sujeitos de conhecimento. Este texto constitui uma (re)aproximação do tema, a partir do desdobramento das seguintes questões: Existiriam saberes necessários para exercício da docência nas classes populares, na Educação Básica? O que ainda precisamos aprender para alfabetizar crianças das classes populares? Poderíamos aprenderensinar no exercício da docência, com os estudantes? Para tanto, resgatamos o diálogo com as contribuições teóricas de Garcia(2001) no campo da Alfabetização das classes populares, entre outros autores e autoras que dedicam suas pesquisas a Educação popular. PALAVRAS CHAVE classes populares ; saber docente; alfabetização de crianças

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Pedagogia de massas no neoconservadorismo

José Eustáquio Romão | UNINOVE / PPGE - UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO

PEDAGOGIA DE MASSAS DO NEOCONSERVADORISMO RESUMO Este artigo tem como objeto o estudo da adesão das massas ao Neoconservadorismo no mundo, especialmente no Brasil. No entre-guerras (1918-1939), quando se levantou, praticamente como voz isolada, o psicanalista marxista Wilhelm Reich, chamou a atenção para determinados instrumentos de análise que apontavam para o sentido contrário do que a maioria falava: o mundo caminharia para a direita. De fato, isso ocorreu: regimes totalitários, expressos pelo fascismo e pelo nazismo, dominaram boa parte do mundo de então. Na contemporaneidade, as análises propostas, sejam da esquerda, sejam da direita, tampouco parecem dar conta da explicação sobre a adesão das massas ao Neoconservadorismo. Lembrando Reich, parece ser necessário agregar outras metodologias e procedimentos científicos não convencionalmente usados para se dar inteligibilidade ao fenômeno. Além dos fatores sócio-econômico-políticos, há que se levar em consideração os pessoais (libidinais, segundo o jargão psicanalítico), para se compreender a Pedagogia de massas utilizada pelo Neoconservadorismo, bem como para se lhe resistir com uma educação e uma pedagogia emancipadora. Palavras-Chave: Educação. Fascismo. Neoconservadorismo. Massas. Libertação.

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PERDI A CÁTEDRA E GANHEI A VIDA!

Kelma Fabiola Beltrao de Souza | PREFEITURA DA CIDADE DO RECIFE

Perdi a cátedra e ganhei a vida! Resumo : Perdi a cátedra e ganhei a vida! Era com essa frase que Paulo Freire se referia ao concurso que perdeu para professora Maria do Carmo Tavares de Miranda na disputa pela Cátedra de História e Filosofia da Educação, em 1960, na Universidade do Recife (UR), atual Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Que Paulo Freire ganhou a vida todos sabemos, mas como ele perdeu a cátedra é um assunto pouco estudado na história da Educação Popular, e é justamente sobre este acontecimento que nos propomos a responder neste artigo. Para isso utilizamos especialmente as teses de concursos dos próprios candidatos: Educação e Atualidade Brasileira, defendida por Feire e Pedagogia do Tempo e da História, defendida por Maria do Carmo. Concluímos que a tensão entre àqueles que defendiam uma escola confessional e àqueles que defendiam uma escola laica (e o destino das verbas públicas), reverbera no resultado deste concurso. Palavras-chaves : História. Cátedra. Laica. Pública. Confessional.

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Práticas avaliativas no cotidiano escolar: tecendo a luta contra a produção de não-existência

Dilcelene Quintanilha de Resende Cordeiro | COLÉGIO PEDRO II

Práticas avaliativas no cotidiano escolar: tecendo a luta contra a produção de não-existência. Resumo: O presente trabalho origina-se de pesquisa de doutoramento, realizada com o cotidiano de uma escola da rede pública de ensino, que investigou modos de fazer e de pensar a avaliação numa perspectiva contra-hegemônica, na tentativa de luta contra a produção de não-existência (SANTOS, 2006). No desenvolvimento do processo investigativo, a partir de princípios freirianos imersos no paradigma da avaliação emancipatória (SAUL, 2008) e de ideias-força presentes na perspectiva da avaliação como prática de investigação (ESTEBAN, 2006) , identificamos na tessitura das práticas avaliativas no cotidiano escolar, locus da pesquisa, o diálogo, a compreensão da impossibilidade de neutralidade das práticas, a formação docente, o erro como indício de conhecimento, a heterogeneidade como potência e a proximidade entre os sujeitos envolvidos no processo de aprenderensinar. Compreendemos que, enredados, estes fios permitiram/permitem inventar esperanças, articulando os esforços de quem ainda acredita num outro mundo possível, com mais justiça cognitiva produzindo justiça social. Palavras-chave: Avaliação; diálogo; investigação.

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PROFESSORES/AS FORMANDO-SE NA COMUNICAÇÃO DE EXPERIÊNCIAS: O DESPERTAR DE RELAÇÕES DE SUBALTERNIDADE E SONHOS DE LIBERTAÇÃO

Fabiana Eckhardt | UCP - Universidade Católica de Petrópolis

PROFESSORES/AS FORMANDO-SE NA COMUNICAÇÃO DE EXPERIÊNCIAS: O DESPERTAR DE RELAÇÕES DE SUBALTERNIDADE E SONHOS DE LIBERTAÇÃO Este trabalho apresenta reflexões tecidas a partir de uma pesquisa de doutorado que investigou como as demandas e expectativas trazidas pelos/as estudantes das classes populares no curso de pedagogia poderiam contribuir para (re) pensar a formação de professores/as. A investigação inscrita nos estudos com o cotidiano (GARCIA, 2003) e com aproximações à pesquisa-ação participativa (FALS BORDA, 1983) utilizou-se do diálogo como método. O referencial teórico que dialogou neste trabalho com as experiências dos sujeitos da pesquisa foi a Educação Popular e os Estudos Decoloniais por apresentarem a possibilidade de uma leitura do cotidiano das classes populares amparada em fundamentos epistemológicos que nos possibilitam outras compreensões. Palavras-chave: Pedagogia; Subalternização; Libertação.

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REALIDAD SOCIOCULTURAL EN COMUNIDADES DIVERSAS:EMERGENCIA DE UNA RESIGNIFICACIÓN SOCIAL Y RESISTENCIA EDUCATIVA

Carmem Elisa Cantillo Garcia | OUTRAS

REALIDAD SOCIOCULTURAL EN COMUNIDADES DIVERSAS: EMERGENCIA DE UNA RESIGNIFICACIÓN SOCIAL Y RESISTENCIA EDUCATIVA Resumen Pensar en la educación, implica conocer el contexto de las comunidades diversas, reconocer la realidad étnica sociohistórica y responder a sus necesidades, desde otras miradas epistemológicas, posibilitando nuevas lecturas del hecho educativo, fundamentada en una visión freiriana y perspectiva emergente, a partir de una propuesta dialógica educativa propia, para, contrarrestar las situaciones de exclusión e injusticia social, con la intención de favorecer la dignidad humana pero, apostando a la construcción de un proyecto educativo emancipador y participativo, hacia la calidad, democracia y equidad, a través de la interacción constante de saberes, cosmovisiones y valores en un ambiente de reconocimiento y respeto por el ser humano. Se considera una resistencia social, a pesar de las iniquidades-exclusiones, hacia la valoración y visibilidad de lo fundamental y “los conocimientos otros” desde lo educativo; dinámica educacional, activa y crítica, de los contextos situados, donde lo teórico y su praxis nos presenta límites y posibilidades formativas. Palabras Clave: Comunidades diversas, resignificación social, resistencia educativa

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RECONTEXTUALIZANDO A EDUCAÇÃO POPULAR: POSSIBILIDADES TEÓRICO-CONCEITUAIS PARA UMA PEDAGOGIA SITUADA

Thiago Ingrassia Pereira | UFFS - UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL

RECONTEXTUALIZANDO A EDUCAÇÃO POPULAR: POSSIBILIDADES TEÓRICO-CONCEITUAIS PARA UMA PEDAGOGIA SITUADA Resumo O tema desse trabalho é a educação popular pensada em perspectiva e em seus diferentes contextos históricos. Particularmente, o enfoque recai sobre o cenário dos anos 1990 e o debate teórico sobre sua refundamentação ou revivificação, bem como as novas demandas políticas e epistemológicas, com desdobramentos teórico-conceituais, observadas a partir do ambiente político brasileiro de 2016. Por meio de pesquisa bibliográfica, revisita-se autores(as) de referência no campo e se sustenta o argumento de que a atualidade de práticas de educação popular respondem à ofensiva conversadora vigente no Brasil, reafirmando o projeto social contra as opressões e as desigualdades sociais. O exame da conjuntura política subsidia a compreensão do ataque ao legado de Paulo Freire, representativo da proposta de uma educação identificada com um projeto político e educacional popular. Dessa forma, a recontextualização da educação popular sugere sua atualidade e a necessidade de entendimento e ocupação de espaços no debate nacional, construindo “redes de indignação e esperança” a partir de uma prática pedagógica situada. Palavras-chave : Educação Popular, Recontextualização, Pedagogia Situada.

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RELAÇÕES ENTRE FESTAS POPULARES E EDUCAÇÃO POPULAR NO CONTEXTO DA FESTA NO MILAGRE DE SÃO ROQUE NO MUNICÍPIO DE AMÉLIA RODRIGUES – BA

Reginalva dos Santos Bruno | UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana

RELAÇÕES ENTRE FESTAS POPULARES E EDUCAÇÃO POPULAR NO CONTEXTO DA FESTA NO MILAGRE DE SÃO ROQUE NO MUNICÍPIO DE AMÉLIA RODRIGUES – BA RESUMO O texto apresenta o resultado de uma pesquisa desenvolvida no mestrado em Educação cujo objetivo foi analisar as relações entre as Festas Populares e a Educação Popular, tendo como contexto a Festa no Milagre de São Roque no Município de Amélia Rodrigues – Bahia. Para realizarmos essa proposta, buscamos compreender a educação na sua relação com a cultura popular, com a tradição oral e a ancestralidade como forma de resistência à pressão dos processos de escolarização de base eurocêntrica, indicando assim, uma maneira de educar por meio de transmissões de saberes e conhecimentos entre gerações, ao tempo em que isso também nos leva a resistirmos aos movimentos históricos de dominação. A partir da base teórica da Educação Popular levantamos como pressupostos para qualificar o debate sobre a sua possibilidade de trabalho com as Festas Populares as possibilidades de promoção da valorização dos saberes do cotidiano, da experiência e sabedoria popular em espaços não formais de educação. Palavras-chave: São Roque. Festas Populares. Cultura Popular. Educação Popular.

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Ser filho kaingang: modos decoloniais de educar para a vida

Josué Carvalho | ANPED - Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação

Ser filho kaingang: modos decoloniais de educar para a vida. Resumo: O artigo traz a reflexão do que significa ser filho para os indígenas kaingang do Sul da Mata Atlântica, a partir do ponto de vista dos nativos desse povo indígena. Os kaingang não entendem a pessoa, na fase referente à infância, como criança tal como fazem os não indígenas. Na cosmovisão kaingang, as crianças são entendidas e consideradas como filhos: kãxit . Os “filhos”, considerados como “portadores” da ancestralidade, são acolhidos pela comunidade e educados para cultivar os saberes e o modo de ser e viver dos ancestrais. Assim, esse estudo revela as diferenças entre ser criança e ser filho para os kaingang, que se opõem em tratar as pessoas em fase de crescimento de forma infantilizada e subalternizada. Busca-se entender de que forma os conceitos kaingang sobre o que é ser “filho” se diferem dos conceitos ocidentais do que é ser “criança”. Tal reflexão é necessária para uma melhor compreensão do que significa as infâncias indígenas e seus processos de ensino e aprendizagem, capazes de influenciar positivamente as práticas não indígenas. Resistindo e afirmando suas concepções sobre a infância, os kaingang se afirmam como sujeitos decoloniais. Palavras-chave: filho kaingang; criança; educação; decolonialidade.

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SISTEMATIZAÇÃO DE EXPERIÊNCIA E ASSEMBLEIA DE CLASSE: APROXIMAÇÕES ENTRE O PENSAMENTO DE PAULO FREIRE E JEAN PIAGET

Mariza de Fátima Pavan Stucchi | CENTRO UNIVERSITÁRIO SALESIANO DE SÃO PAULO

SISTEMATIZAÇÃO DE EXPERIÊNCIA E ASSEMBLEIA DE CLASSE: APROXIMAÇÕES ENTRE O PENSAMENTO DE PAULO FREIRE E JEAN PIAGET Resumo Neste artigo, tecemos considerações sobre resultados de pesquisa de mestrado que se pautou na sistematização de experiência de assembleias de classe desenvolvidas com educandas/os do Ensino Fundamental. A sistematização de experiências é compreendida, como uma metodologia dialógica que permite que educadoras/es e pesquisadoras/es reflitam sobre sua prática com intenção de (re)construí-la e (re)significá-la. Em nosso esforço analítico de sistematização, observamos similaridades entre a sistematização de experiências e as assembleias de classes. Ambas se constituem como espaços de problematização da realidade, de expressão de erros e acertos e de busca coletiva para organizar o vivido e superar os obstáculos percebidos nas experiências vivenciadas. Como resultado da sistematização da experiência das assembleias de classe, conseguimos tecer possibilidades de aproximação e diálogo entre os pensamentos de Paulo Freire e Jean Piaget, que podem nos auxiliar a (re)significar as assembleias de classe na perspectiva da Educação Popular. Palavras-chave: Sistematização de experiências. Assembleias de classe. Educação Popular.

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