“A FRONTEIRA TEM SUAS QUESTÕES”: DOCÊNCIA E RELAÇÕES INTERCULTURAIS NA FRONTEIRA BRASIL-VENEZUELA

Viviane Inês Weschenfelder | Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS

“A FRONTEIRA TEM SUAS QUESTÕES”: DOCÊNCIA E RELAÇÕES INTERCULTURAIS NA FRONTEIRA BRASIL-VENEZUELA O trabalho aborda a constituição da docência em uma escola marcada por relações interculturais, mediante análise de narrativas de professores do município de Pacaraima, na fronteira Brasil-Venezuela. Esse espaço caracteriza-se pela coexistência, muitas vezes conflituosa, de diferentes culturas, etnias e nacionalidades. A partir da perspectiva pós-estruturalista, estudos sobre interculturalidade e docência são tomados como basilares para a construção argumentativa aqui desenvolvida. Como parte da investigação, foram realizadas oito entrevistas com professores da escola pesquisada, material que é analisado por meio da ferramenta foucaultiana do discurso. Os excertos evidenciam a pluralidade de olhares sobre as relações culturais na escola de fronteira. A presença de alunos estrangeiros pode ser entendida tanto como um empecilho, quanto como uma oportunidade potente de aprendizagem para todos. O texto discute a possibilidade de uma docência constituída por um ethos fronteiriço que permita a existência da diferença e da produção de subjetividades dos sujeitos que habitam a escola. Palavras-chave: Docência. Interculturalidade. Diferença. Escola de Fronteira.

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“NOSSA ESCOLA TEM LIVROS, BRINQUEDOS E BURACO NO CHÃO”: ruralidades esgarçadas e os modos de grafar a escola pelas crianças

Mariana Martins de Meireles | UNEB - Universidade do Estado da Bahia

“NOSSA ESCOLA TEM LIVROS, BRINQUEDOS E BURACO NO CHÃO”: ruralidades esgarçadas e os modos de grafar a escola pelas crianças Resumo: O texto resulta de uma investigação realizada em uma comunidade rural no sertão da Bahia. Para tanto, moveu-se a partir da seguinte pergunta: o que narram as crianças sobre a experiência de habitar Canudos Velho? Ao longo do estudo buscamos compreender como as crianças tecem suas experiências, atribuem sentidos aos lugares e grafam espaços vividos. Do ponto de vista metodológico, o estudo ancorou-se em pressupostos da pesquisa (auto)biográfica, na vertente da pesquisa narrativa, utilizando-se de narrativas orais de três estudantes dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental e de observações. A pesquisa revelou que, no contexto investigado, a experiência de habitar o rural é marcada por processos de exclusão e marginalização social, associados à negação de direitos e à ausência de políticas públicas que assegurem melhores condições de vida para os sujeitos. Tal cenário, que exibe o esgarçamento do rural, apresenta elementos emblemáticos para pensar o papel do estado e de políticas que atuem para a transformação dessa realidade, especificamente no tange à escola/educação. Palavras-chave: Ruralidades, Narrativas infantis, Escola rural, Ensino Fundamental.

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“OUVINDO OS CONSELHOS DOS YOUTUBERS, EU SINTO QUE POSSO SER UM LEITOR”: OS SENTIDOS QUE OS JOVENS DAS CLASSES POPULARES ATRIBUEM AOS CANAIS DE RESENHAS LITERÁRIAS NO YOUTUBE

Alessandra da Costa Abreu | UERJ/PROPED - Universidade do Estado do Rio de Janeiro

“OUVINDO OS CONSELHOS DOS YOUTUBERS, EU SINTO QUE POSSO SER UM LEITOR”: OS SENTIDOS QUE OS JOVENS DAS CLASSES POPULARES ATRIBUEM AOS CANAIS DE RESENHAS LITERÁRIAS NO YOUTUBE Resumo: Este artigo tem como objetivo apresentar alguns resultados de uma pesquisa de doutorado em andamento que venho construindo pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, sob a perspectiva dialógica e alteritária da produção de conhecimento de Mikhail Bakhtin. Este estudo tem se constituido a partir das rodas de conversas com jovens do Ensino Fundamental de uma escola pública da rede municipal de São Gonçalo, em diálogo com os canais literários do YouTube. Levando em consideração que existe hoje uma discreta produção acadêmica que discute a produção literária em espaços não escolares, mais do que respostas essa investigação vem trazendo novas perguntas. O debate sobre como a literatura vem sendo encarada pelos jovens dentro e fora da escola nos convida à reflexão sobre a desconfortável relação de estranhamento que tem se colocado entre professores e alunos na complexidade do cotidiano, entendendo que essas aproximações podem se constituir espaços potentes, reveladores de significados para o debate educacional. Palavras chave : leitura, literatura, juventude e YouTube.

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A AVALIAÇÃO FORMATIVA NAS AULAS DE MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL 1

Luiza Cristina Gatti Peralta | UNIRIO - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

A AVALIAÇÃO FORMATIVA NAS AULAS DE MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL 1 RESUMO Esse trabalho toma como referência dados construídos em uma pesquisa de mestrado que teve o objetivo de analisar como os processos da avaliação formativa contribuem para a construção de práticas pedagógicas que visam as aprendizagens dos alunos. Como nossos estudos sobre avaliação estavam voltados para o ensino da matemática, foi preciso investigarmos alguns aspectos relativos à concepção histórica do trabalho desta área na escola e como os professores polivalentes dos anos iniciais se organizam para lecioná-la. Buscamos diálogos com Boaventura de Sousa Santos (2000; 2017), Paulo Freire (1987), entre outros. A concepção de avaliação formativa discutida toma as ideias de Fernandes, C. (2012, 2014, 2017), Fernandes, D. (2009), Perrenoud (1999) e Hadji (1994, 2001). A investigação, de natureza qualitativa, inspirou-se em pressupostos metodológicos de pesquisas participativas, com estudos de Thiollent (2011) e Brandão & Streck (2006). O estudo apontou que os processos avaliativos podem favorecer as aprendizagens dos alunos no cotidiano da sala de aula. PALAVRAS-CHAVE: Avaliação Formativa. Ensino de Matemática. Anos Iniciais do ensino fundamental. Pesquisa Participativa

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A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES NO ENSINO FUNDAMENTAL: um estudo sobre a percepção dos professores dos projetos Expertise e Alfamat em Belém

Nila Luciana Vilhena Madureira | UFPA-PPGEDUC – UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES NO ENSINO FUNDAMENTAL: um estudo sobre a percepção dos professores dos projetos Expertise e Alfamat em Belém Resumo O trabalho foi elaborado a partir de resultados de pesquisas já desenvolvidas em dissertações e teses, concluídas, sobre a formação continuada de professores da Rede Municipal da cidade de Belém – Pará. Analisa os projetos Expertise e Alfamat que compõem a política de formação continuada da Secretaria Municipal de Educação. Os procedimentos metodológicos incluem revisão da literatura, análise dos principais documentos em nível nacional e municipal, levantamento da produção científica no que tange a teses e dissertações, que permitiu analisar a percepção dos professores. Compreendemos a relevância dos projetos na definição do trabalho e formação docente, considerando que sua origem está relacionada com as avaliações em larga escala, as quais têm refletido na definição dos conteúdos e orientações pedagógicas. Os resultados apontam que os projetos de formação continuada nem sempre estão associados às políticas de valorização docente, além de fomentar responsabilização sobre o desempenho dos alunos aos professores, para além das condições de trabalho existentes. Palavras-Chave: Formação continuada. Expertise. Alfamat. Professores.

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A INTOLERÂNCIA COM PRATICANTES DE RELIGIÕES DE MATRIZ AFRO-BRASILEIRA E SEUS DESDOBRAMENTOS NO COTIDIANO ESCOLAR DO ENSINO FUNDAMENTAL

Joycimar Lemos Barcellos Zeferino | COLÉGIO PEDRO II

A INTOLERÂNCIA COM PRATICANTES DE RELIGIÕES DE MATRIZ AFRO-BRASILEIRA E SEUS DESDOBRAMENTOS NO COTIDIANO ESCOLAR DO ENSINO FUNDAMENTAL RESUMO Este artigo é parte de uma pesquisa que teve como objetivo compreender, a partir da concepção de professores que atuam nos anos iniciais do Ensino Fundamental em escolas da rede municipal da cidade do Rio de Janeiro, como a religião se expressa no cotidiano escolar. Os entrevistados fazem parte de três grupos: professores de ensino religioso, professores polivalentes cujas turmas têm aulas de ensino religioso e professores polivalentes cujas turmas não tem aulas de ensino religioso. Na pesquisa, a questão da intolerância com os praticantes das religiões de matriz afro-brasileira ganhou bastante notoriedade. Este texto visa apresentar os resultados e análises desta temática a partir dos conceitos de preconceito, discriminação e intolerância e discutir, ainda, o processo que leva à demonização do desconhecido. Por fim, discute-se os desdobramentos dessas temáticas no contexto das escolas públicas e aponta caminhos possíveis para a condução do trabalho docente. PALAVRAS-CHAVE: preconceito; discriminação; intolerância religiosa.

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As identidades de educadoras montessorianas

Carla Toscano Carneiro | SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

AS IDENTIDADES DE EDUCADORAS MONTESSORIANAS Este estudo é resultado de uma pesquisa de mestrado concluída em 2019, cujo objetivo foi compreender os processos identitários que são construídos pelas educadoras montessorianas da educação infantil, dos anos iniciais do ensino fundamental, da coordenação e da direção que atuam numa perspectiva montessoriana, frente aos desafios postos por meio do processo ensinoaprendizagem. Sendo assim, a questão desta pesquisa foi “Como se constitui as identidades das educadoras que atuam numa perspectiva montessoriana?”. A abordagem metodológica adotada foi a investigação narrativa, tendo como estratégias a observação do cotidiano escolar, as narrativas autobiográficas de educadoras montessorianas e uma roda de conversa com tais educadoras. Ao findar a pesquisa, compreendemos que a incompletude das educadoras é uma marca em busca por mais conhecimento na área da educação sobre o desenvolvimento da criança e a perspectiva montessoriana. Sua formação acontece imbricada com a prática em sala de aula e com o ser sujeito na vida em sociedade, constituindo-se em sujeito pós-moderno na formação de sua identidade. Palavras-chave: Identidade. Professor. Montessori. Narrativa.

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As políticas educacionais de viés neoliberal e os posicionamentos docentes frente a elas

Vera Santos | UNIRIO - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

AS POLÍTICAS EDUCACIONAIS DE VIÉS NEOLIBERAL E OS POSICIONAMENTOS DOCENTES FRENTE A ELAS Resumo Este trabalho apresenta resultados de uma pesquisa qualitativa que objetivou investigar a relação que professoras alfabetizadoras mantinham com as orientações da política educacional governamental, em um contexto em que elas não participaram da elaboração do documento curricular encaminhado às escolas. Teve como foco de análise a Casa de Alfabetização , proposta curricular implantada no município do Rio de Janeiro nos anos 2012-2014. A partir da concepção de que o documento curricular, elaborado em instâncias governamentais (contexto de produção), ao chegar às escolas (contexto da prática) é interpretado pelo corpo docente, este trabalho revela as tensões causadas pela relação contexto da produção/contexto da prática e apresenta os posicionamentos docentes frente a propostas que se distanciam da maneira como concebem o trabalho pedagógico. Com base na análise dessas interpretações – captadas por meio de observação participante, análise de projetos, planejamentos didáticos e entrevistas – o trabalho conclui reivindicando a necessária participação docente na elaboração de propostas educacionais. Palavras-chave: Política Curricular. Prática Docente. Ciclo de Alfabetização.

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ATELIÊ CATADORES DO BRINCAR: ESPAÇO DE PRODUÇÃO DE SENTIDOS E FORMAÇÃO SENSÍVEL DE DOCENTES DO ENSINO FUNDAMENTAL I

Marilete Calegari Cardoso | UESB - UNIVERSIDADE ESTADUAL SUDOESTE BAHIA

Este trabalho é um recorte da minha pesquisa de Doutorado que objetivou compreender os sentidos construídos pelas professoras acerca do brincar livre de crianças do 1° ao 3º ano do ensino fundamental de noves anos e suas ressonâncias para a profissionalidade docente. Neste texto, analiso conceitos de ateliê didático como um espaço de formação sensível e estético para o professor constituindo-se com um terceiro espaço, in loco , de partilha de experiência, narrativa e aprendizagem da dimensão lúdica, mediado por uma concepção orgânica e estética de formação. Além disso, apresento como as docentes se referem o espaço de formação sensível, nominado ateliê Catadoras do Brincar, com base no olhar sobre o brincar livre no ensino fundamental. A análise realizada, de natureza qualitativa, evidencia que o ateliê Catadoras do Brincar é identificado como um espaço: de olhar crítico e contemplador; desafiador e inquietante; feedback da formação; sensibilidade para/com o outro – como reflexões sentidos das vozes das docentes investigadas.

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AVALIAÇÃO EXTERNA NA EDUCAÇÃO BÁSICA: DO ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA À BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR

Andréa Villela Mafra da Silva | UNIRIO - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

AVALIAÇÃO EXTERNA NA EDUCAÇÃO BÁSICA: DO ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA À BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR RESUMO O trabalho apresenta resultados de pesquisa que analisa a temática da avaliação externa na Educação Básica e sua relação com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica e com a Base Nacional Comum Curricular, tendo em conta a perspectiva do Estado Avaliador que com o objetivo de controlar e fiscalizar, por meio de exames nacionais, busca adotar critérios censitários para comparação de resultados. Está estruturado em quatro seções. Inicialmente, introduzimos a temática apoiadas em autores de filiações teóricas que nos auxiliam a problematizar os modos pelos quais a avaliação externa tem sido incorporada à Educação Básica no Brasil. Nas seções seguintes, analisamos a configuração atual das políticas educacionais para dimensionar as consequências da avaliação externa no processo pedagógico. Metodologicamente, recorremos à análise documental. Por fim, na quarta seção, expomos as conclusões acerca da avaliação externa agindo como reguladora do trabalho docente e das perspectivas curriculares nas escolas brasileiras. Palavras-chave: Avaliação externa. Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular.

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CONFLITOS E VIOLÊNCIAS NO CONSELHO ESCOLAR: PERSPECTIVAS TEÓRICAS DAS SOCIOLOGIAS DA EXPERIÊNCIA E DAS CONFLITUALIDADES

Célia Maria Rosa | UFSCar - Universidade Federal de São Carlos

CONFLITOS E VIOLÊNCIAS NO CONSELHO ESCOLAR: PERSPECTIVAS TEÓRICAS DAS SOCIOLOGIAS DA EXPERIÊNCIA E DAS CONFLITUALIDADES Esta pesquisa objetivou analisar procedimentos de Conselhos Escolares sobre conflitos e violências, na perspectiva teórica das sociologias da experiência (DUBET, 1994) e das conflitualidades (SANTOS, 2009). Houve, em 2016, uma parte empírica realizada em duas escolas públicas estaduais do interior de São Paulo. Como procedimento metodológico utilizou-se a Análise de Conteúdo, por meio de instrumentos metodológicos, como: observações, análise de atas e entrevistas. Concluiu-se que havia certa acomodação nas condutas de conselheiros escolares e certa negligência da escola ao deixar de promover reflexões sobre o tema. Os conflitos nas sociedades atuais colocam em questão a lógica da integração, todavia a saída para os desentendimentos está em ações que promovam uma gestão democrática. Ao se buscar entendimento, superação das relações de poder e democratização de processos decisórios, amplia-se a participação de todos, com compreensão das situações e vivências de dentro e de fora da escola, a partir de suas experiências e das conflitualidades sociais. Palavras-chave: Conselho Escolar; Conflitos e Violências; Sociologia da Experiência; Sociologia das Conflitualidades.

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DE CONVERSA EM CONVERSA: O COTIDIANO EM UMA PESQUISA NARRATIVA

Minna Gondim Marques Rodrigues | UFF - Universidade Federal Fluminense

A pesquisa traz o texto da transcrição de algumas conversas com as professoras durante as reuniões de 2017 e retoma trechos da transcrição em novas conversas com as professoras, e assim, vai sendo desenhada no sentido de pensar e discutir coletivamente nossas práticas e nossas concepções a partir das nossas experiências. Ao iniciar este movimento de (re)flexão sobre a prática cotidiana transformamos as reuniões pedagógicas em um espaçotempo de formação e de (re)flexão no sentido de nos dobrarmos sobre a nossa prática para conhece-la e pensa-la. A partir das relações que os estudos com o cotidiano estabelecem em seu processo de pesquisa propomos pensar a escola como lugar de formação de alunos e professores e também de pesquisadores. O referencial da pesquisa com o cotidiano se constitui como modo de pensar e modo de fazer desta investigação que assume a narrativa como escritura capaz de compartilhar a experiência da prática pedagógica. Desta forma, a pesquisa narrativa traz a possibilidade de produção de um saber reflexivo e contextualizado construído a partir das experiências escolares. Palavras chave : cotidiano, narrativa, conversa.

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DEFICIÊNCIA E DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS: O ENFOQUE PEDAGÓGICO INDIVIDUALIZADO PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA NOS CONTEXTOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA BRASILEIRA

Raquel Frohlich | UDESC - UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA

DEFICIÊNCIA E DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS: O ENFOQUE PEDAGÓGICO INDIVIDUALIZADO PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA NOS CONTEXTOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA BRASILEIRA RESUMO O objetivo central é analisar os processos de individualização como enfoque pedagógico na educação escolar de alunos deficiência no contexto da Educação Especial e Inclusiva. Os materiais empíricos constituem-se em dois conjuntos: o primeiro é composto por políticas públicas a partir dos anos 2000 e o segundo é composto por documentos do período de 1940 a 1990. A análise dos materiais articula-se às discussões foucaultianas em educação, e o conceito de discurso é utilizado como ferramenta analítica. O enfoque pedagógico com esse público-alvo é marcado, historicamente, por práticas individualizadas. O contexto da Educação Especial, entre 1940 a 1990, é marcado por intervenções voltadas às marcas das deficiências e, a partir de 1990, o enfoque pedagógico investe na aprendizagem e no desenvolvimento de competências. Conclui-se que o enfoque pedagógico para alunos com deficiência não abandona a individualização; porém, na atualidade, investe-se no desenvolvimento de competências, independentemente das marcas das deficiências dos sujeitos escolares. Palavras-chave: Individualização. Educação Especial. Inclusão. Competências.

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DESESCOLARIZAÇÃO DO ENSINO FUNDAMENTAL NAS PERIFERIAS URBANAS DE PORTO ALEGRE: ENTRE O ENSINO E A GESTÃO DA POBREZA

Simone Costa Moreira | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

Desescolarização do Ensino Fundamental nas periferias urbanas de Porto Alegre: entre o ensino e a gestão da pobreza Resumo: O presente artigo trata dos processos de desescolarização da escola e gestão da pobreza que têm marcado profundamente a atuação de escolas públicas de Ensino Fundamental. Neste trabalho discutimos as incidências da desescolarização sobre o desenvolvimento do trabalho e do currículo escolar no contexto de escolas da Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre, com base em duas pesquisas de caráter etnográfico realizadas neste contexto. Os estudos evidenciam que a precarização, identificada na última década, da proposta pedagógica da Escola Cidadã, que marcou historicamente a Rede de Porto Alegre como referência no trabalho com a educação popular na década de 1990, tem trazido desafios expressivos para o trabalho e para o currículo escolar, potencializando o processo de desescolarização. Os estudos trazem ainda evidências de como as escolas e seus professores reagem em meio a este cenário e demonstram como alternativas podem ser pensadas e aprimoradas para retomar e fortalecer a função primordial dessas instituições: a educação escolar. Palavras-chave: Desescolarização da escola. Gestão da pobreza. Currículo Escolar. Periferias urbanas.

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ENSINO FUNDAMENTAL EM CLASSES MULTISSERIADAS NA ROÇA: DIFERENÇAS E CONHECIMENTO DE SI COMO ESPAÇOS DE FORMAÇÃO

Charles Maycon de Almeida Mota | UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

ENSINO FUNDAMENTAL EM CLASSES MULTISSERIADAS NA ROÇA: DIFERENÇAS E CONHECIMENTO DE SI COMO ESPAÇOS DE FORMAÇÃO Resumo: Busca-se com este trabalho compreender o conhecimento de si como um espaço de formação que evidencia a prática desenvolvida na docência no Ensino Fundamental em Classes multisseriadas. Trata-se de uma pesquisa (auto)biográfica, de base qualitativa, utilizando-se das narrativas de formação produzidas pelos sujeitos colaboradores. A pesquisa foi desenvolvida com três professores de Classes Multisseriadas do Ensino Fundamental que vivem e convivem em contextos rurais, no município de Várzea do Poço, interior da Bahia-Brasil. Conclui-se que uma formação fundamentada numa concepção que considera o conhecimento de si como espaço de formação possibilita que os professores do Ensino Fundamental de Classes multisseriadas ancorem suas ações de intervenção a partir da auto/eco/coformação, autonomia docente, na ação-reflexão-formação, na diversidade e na reciprocidade, sendo estes, cinco princípios da formação que congregam entre si e transversalizam o fazer docente em contextos de diversidade. Palavras-chave: Formação docente. Classes Multissseriadas. Ruralidades contemporâneas. Conhecimento de si.

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MEMÓRIA, CINEMA E EDUCAÇÃO NA ESCOLA DA FAVELA: ATAQUES, LUTAS E RESISTÊNCIAS

Marta Cardoso Guedes | UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro

MEMÓRIA, CINEMA E EDUCAÇÃO NA ESCOLA DA FAVELA: ATAQUES, LUTAS E RESISTÊNCIAS Resumo Este artigo tem por objetivo refletir sobre o que pode um projeto de cinema na escola da favela quando pesquisa a memória da favela. Nosso estudo parte do princípio de que a articulação entre cinema, escola e memória é potente enquanto assunto a ser colocado sobre a mesa/na tela para matéria de estudo, além de ser de fundamental relevância na construção de uma memória coletiva, e no direito ao exercício desta memória por todos os estudantes da escola e para além dela (BENJAMIN, 2009).Tendo em mente que cartografar é acompanhar processos, buscamos narrar a constituição de nosso campo de pesquisa que se dá no próprio fazer do projeto de cinema da escola enquanto investiga a história da favela, analisando a indissociabilidade entre o conhecimento e a transformação da realidade (KASTRUP, PASSOS & ESCÓSSIA, 2015). Palavras-chave: Memória, Cinema, Educação, Favela, Resistência

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O que expressam as reclamações registradas nas Diretorias Regionais de Educação contra a escola e seus profissionais?

Elaine Aparecida Pereira | PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA

O que expressam as reclamações registradas nas Diretorias Regionais de Educação contra a escola e seus profissionais? Resumo Este artigo tem como objetivo discutir quais as reclamações registradas formalmente por pais, alunos e responsáveis de alunos contra a escola e os profissionais da educação em órgãos externos à instituição e o significado de tal prática. A discussão será realizada a partir da apresentação de dados parciais de uma pesquisa de doutorado, ainda em andamento. Trata-se de uma pesquisa documental com base em 1608 reclamações registradas formalmente, em um plantão de supervisão, de uma das 13 Diretorias Regionais de Educação, da Rede Municipal de São Paulo, situada na Zona Leste da cidade. Este estudo tem como referencial teórico as discussões realizadas por autores da teoria crítica da sociedade, Adorno e Marcuse, sobre a sociedade administrada e os tabus acerca do magistério. Os resultados da pesquisa revelam que a maioria das reclamações se refere às questões administrativas e organizacionais da escola e ao relacionamento entre os membros da comunidade escolar. Palavras-chave: Reclamações; Escola; Profissionais da educação.

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PESQUISA-INTERVENÇÃO NO ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS: CONVIVÊNCIAS E VIOLÊNCIAS ESCOLARES

Maria Cecilia Luiz | UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

PESQUISA-INTERVENÇÃO NO ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS: CONVIVÊNCIAS E VIOLÊNCIAS ESCOLARES Resumo O objetivo deste texto foi apresentar os resultados de uma pesquisa-intervenção realizada com alunos do 6º e 7º anos do Ensino Fundamental, de uma Escola Estadual de Ensino Integral, situada no interior de São Paulo. A problemática estava em entender como as violências interferem, ou não, nas convivências de estudantes desta faixa etária. Optou-se por levantar os dados por meio de oficinas de experimentação com divisão dos discentes em quatro grupos: violências físicas, verbais, psicológicas e simbólicas. A ideia foi viabilizar as reflexões sobre o que ocorre no mundo, na escola e nas relações interpessoais. Os dados foram agrupados e interpretados segundo a Análise de Conteúdo. O estudo evidenciou que as relações no cotidiano estavam marcadas por micro violências naturalizadas. A percepção sobre as violências de protagonistas e/ou vítimas não foi somente pelas evidencias de relatos ou sentimentos, mas pela ampliação de interpretar situações que, até em então, aconteciam de maneira despercebidas. Palavras-chave: Violências Escolares; Pesquisa-intervenção; Ensino Fundamental Anos Finais.

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Práticas de diferenciação pedagógica na rede municipal de São Paulo: possibilidades e limites

Adriana Bauer | FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - FEUSP

Práticas de diferenciação pedagógica na rede municipal de São Paulo: possibilidades e limites Resumo Este artigo tem como objetivo apresentar os resultados de uma pesquisa de mestrado que investigou e analisou práticas de diferenciação pedagógica na rede municipal de educação de São Paulo. O trabalho buscou, a partir da delimitação e discussão do conceito em estudo, identificar a presença de ações diferenciadas de ensino na instituição pesquisada, procurando apreender as características das ações desenvolvidas e o entendimento docente acerca da temática. Os resultados mostraram que os docentes afirmam realizar práticas de diferenciação pedagógica com seus alunos; porém, os dados empíricos mostraram que as práticas relatadas e observadas, na maior parte dos relatos, não se coadunam com os princípios preconizados por autores que discutem a diferenciação pedagógica tanto do ponto de vista teórico quanto prático (Perrenoud, Roldão, Tomlinsom, Pacheco, dentre outros). Embora exista um esforço por parte dos professores em colaborar com o aprendizado de seus alunos, as práticas encontradas, em sua maioria, não se traduzem em ações genuínas de diferenciação pedagógica. Palavras-chave: diferenciação pedagógica; ciclo de alfabetização; práticas de ensino.

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Qualidade da educação e a celebração de “boas práticas inovadoras”

Daiana Bastos da Silva Santos | UNISINOS/PPGE - UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS

Qualidade da educação e a celebração de “boas práticas inovadoras” RESUMO: O presente artigo tem como objetivo mapear e problematizar a constituição de “boas práticas” pedagógicas enunciadas como inovadoras. O trabalho estrutura-se na articulação dos estudos sobre teoria social contemporânea, sobre a cultura do novo capitalismo e sobre qualidade na educação. Questionamos: como se constituem as práticas pedagógicas mobilizadas na educação básica no contexto pesquisado? Diante de um cenário de individualização extrema, de estetização dos modos de vida, buscamos tensionar a celebração de tais práticas, que passam a fomentar sentidos de qualidade à educação e apontam para uma retomada das metodologias ativas. A pesquisa teve dimensão qualitativa, utilizando como superfície analítica modelos de práticas pedagógicas veiculadas por organizações de assessoria pedagógica que orientam redes de ensino. O corpus analítico é composto por materiais midiáticos disponíveis em blogs e sites elaborados por essas organizações. A partir da análise, é possível apontar para um movimento de intensa estetização das práticas pedagógicas, associado à produção de um sentido de qualidade da educação. Palavras-chave: Qualidade. Práticas pedagógicas inovadoras. Educação Básica.

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