A autoeficácia dos diretores escolares no sistema estadual de ensino de Minas Gerais: o uso do SIMADE e de seus dados no contexto escolar

Carla da Conceição de Lima | PUC Rio - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Resumo Este estudo propõe como objetivo investigar a influência da percepção de autoeficácia dos diretores escolares no uso do sistema de gestão escolar SIMADE e de seus dados na rede pública estadual de Minas Gerais. Com esse intuito, foram utilizados dados de um questionário aplicado aos 3.644 diretores que atuavam em 2017 e 2018. Esse instrumento nos permitiu realizar, a partir dos 586 questionários que retornaram respondidos, análises descritivas sobre o perfil dos gestores e criar um indicador de autoeficácia do diretor, através de análise fatorial. Os principais resultados indicam que, entre os 586 respondentes, há diretores que ser percebiam com autoeficácia adaptativa (393), autoeficácia alta (102) e baixa autoeficácia (91), sendo que em todos eles predomina o uso administrativo do SIMADE, voltado para o cumprimento de normas e controle das escolas. Por outro lado, o uso dos dados do SIMADE é voltado para o planejamento de ações pedagógicas nas escolas, principalmente nos níveis de autoeficácia adaptativa e alta. Concluí-se que no uso do SIMADE não há diferença entre os níveis de autoeficácia, mas no uso dos dados quanto maior a autoeficácia mais se usa os dados para o pedagógico. Palavras-chave: Autoeficácia do diretor. Diretor escolar. SIMADE

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A CONCEPÇÃO NEUROPSICOLÓGICA COMO TENDÊNCIA À FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES: REFLEXÕES A PARTIR DA PSICOLOGIA HISTÓRICO-CULTURAL

Soraya Cunha Couto Vital | UFMS/Campus de Campo Grande - Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

A CONCEPÇÃO NEUROPSICOLÓGICA COMO TENDÊNCIA À FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES: REFLEXÕES A PARTIR DA PSICOLOGIA HISTÓRICO-CULTURAL Resumo O presente artigo configura-se como parte de pesquisa realizada em processo de doutoramento em Educação, que analisa as propostas de formação continuada de professores considerando as condições objetivas para a educação e a formação para a emancipação humana na sociedade contemporânea. O objetivo é analisar a inserção da abordagem neuropsicológica como tendência formativa em expansão. A Psicologia Histórico-Cultural, em Vygotsky e Luria, é referencial teórico-metodológico para este texto. Para tal, foram identificadas propostas de formação por meio de marketing digital, sendo 04 selecionadas e 01 analisada. Como resultado, compreende-se que é importante pensar no processo formativo docente para o qual a tendência neuropsicológica tem contribuído, e que é preciso ir além do entendimento de como o cérebro aprende. Faz-se necessário considerar também a influência dos pressupostos neoliberais sobre tal tendência e seu antagonismo aos fundamentos histórico-culturais. Palavras-chave: Neuropsicologia. Formação Continuada. Professores. Psicologia Histórico-Cultural.

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A pesquisa como possibilidade de resistência à lógica medicalizante

Kelly Cristina dos Santos Silva | UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

A pesquisa como resistência à lógica medicalizante Desde o início do século XX, o campo de estudos sobre o estudante que não apresenta a performance esperada pela escola fundamenta-se em explicações centradas no indivíduo (SOUZA, 2010), explicitando os processos de medicalização da Educação, ou seja, transformando problemas de ordem social, econômica e escolar em problemas biomédicos, com ênfase em explicações advindas da Medicina e da Psicologia (MOYSÉS, COLLARES, 2010). As críticas elaboradas a esse processo retomam discussões sociopolíticas e analisam os efeitos de explicações medicalizantes. A fim de compreender como a temática da medicalização da Educação tem sido tratada por diferentes campos do conhecimento, destacadamente a Psicologia, a Medicina e a própria Educação, empreendemos uma pesquisa de caráter bibliométrico (SILVA et al , 2011), a partir das bases de dados dos portais SciELO, PubMed, Medline totalizando 23 trabalhos. Os resultados indicam a prevalência de estudos do campo da Psicologia na discussão do processo de medicalização da Educação com pouca penetração nas áreas da Medicina e da Educação. Assim, tais áreas, sobretudo a Educação, mantêm-se mais permeável aos discursos medicalizantes. Palavras-chaves: Medicalização da Educação; Psicologia; Educação.

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AS PERCEPÇÕES DE ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO ACERCA DA MILITARIZAÇÃO DA ESCOLA

Eliete Zanelato | UFMS/Campus de Campo Grande - Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

AS PERCEPÇÕES DE ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO ACERCA DA MILITARIZAÇÃO DA ESCOLA RESUMO Nos últimos anos foi ampliada a quantidade de escolas que adotaram o modelo dos colégios militares como via de redução do índice de violência; em Rondônia, cinco escolas públicas estaduais se tornaram militarizadas em 2017. Nesse cenário encontram-se os jovens e adolescentes, estudantes do Ensino Médio que vivenciam o processo de implantação da militarização da escola; analisar as percepções desses estudantes acerca de tal processo é o objetivo proposto no presente trabalho. A base que dá sustentação à análise é a psicologia histórico-cultural e a coleta/produção de dados foi realizada em uma das escolas militarizadas. O problema que se coloca é: Quais as modificações na escola a partir da militarização, na percepção dos estudantes? O que elas representam para tais sujeitos? A aprovação e os elogios à adoção do modelo militar na escola foram predominantes nas suas falas, a sensação de satisfação pela mudança da avaliação social da escola perante a comunidade foi um dos impulsionadores de tal percepção. As percepções dos estudantes indicam que militarizar uma escola pública é sinônimo de classificar o público atendido por ela. Palavras-chave: Percepções. Estudantes do Ensino Médio. Militarização.

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AUTORREGULAÇÃO DA APRENDIZAGEM E PRÁTICA PEDAGÓGICA DE PROFESSORAS DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Jussara C. B. Tortella | PUC/CAMP - Pontifícia Universidade Católica de Campinas

RESUMO A presente pesquisa fundamenta-se na perspectiva dos estudos sobre autorregulação da aprendizagem, da promoção da autonomia dos alunos e o sucesso escolar. Tem por objetivo verificar como um processo de formação continuada, configurado a partir de estudos em um grupo colaborativo, pode possibilitar a construção de elementos norteadores da prática pedagógica dos participantes, relacionadas aos processos de autorregulação. Participaram da pesquisa profissionais de escola municipal de ensino fundamental, professoras universitárias e alunas de Iniciação Científica da cidade de Campinas. Trata-se de uma pesquisa descritiva que utilizou como instrumentos a observação, audiogravação dos encontros de formação continuada e narrativas das professoras. Foi possível verificar a apropriação de elementos da autorregulação nas práticas pedagógicas por meio das falas das professoras e orientadora pedagógica da escola, que compartilhavam suas angústias e conquistas conforme participavam da formação e desenvolviam o projeto As Travessuras do Amarelo com seus alunos. Palavras-chave: Formação de professores em serviço; anos iniciais do ensino fundamental; autorregulação.

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Com ou sem laudo: formação docente, psicologia e luta pela inclusão na educação

Marina Castro | UERJ/FEBF - Universidade do Estado do Rio de Janeiro

COM OU SEM LAUDO: FORMAÇÃO DOCENTE, PSICOLOGIA E LUTA PELA INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO RESUMO Pensar a inclusão educacional tem trazido questionamentos variados para as equipes escolares, especialmente quanto à obrigatoriedade do laudo e de um diagnóstico das crianças. Este artigo objetiva apontar contribuições da psicologia para uma formação docente na perspectiva inclusiva, problematizando o uso do laudo e sua relação com as práticas a partir das políticas públicas na Educação Inclusiva. Para tal, analisa a nota técnica n.04 de 2014, do Ministério da Educação, que explicita a não exigência do laudo como condição para a inclusão. A análise desta e de outros documentos aponta polêmicas não resolvidas no campo das políticas públicas voltadas à inclusão, em confronto com forças distintas que alimentam práticas contraditórias. Propõe-se uma formação fundamentada por teorias e práticas psicológicas que agem na inclusão da diferença, na democratização da educação, comprometidas com a classe popular, com as pessoas com deficiência. Aposta-se nos encontros entre alunos e docentes, sujeitos históricos e sociais, potentes e capazes de superar práticas e concepções medicalizantes. Palavras-chave: laudo; educação inclusiva; psicologia da educação; formação de professores

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Consciência em L. S. Vygotsky: vislumbrando potencialidades de aplicação em práticas pedagógicas

Rafael Fonseca de Castro | UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

Este artigo consiste em um estudo sobre o conceito de consciência no pensamento de L. S. Vygotsky, vislumbrando suas potencialidades de aplicação, enquanto suporte teórico, em práticas pedagógicas. Para tal, desenvolve aprofundada revisão de literatura a partir dos originais de Vygotsky e de estudos de pesquisadores brasileiros sobre este conceito e apresenta pesquisa realizada junto à Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações – que buscou investigações que abordassem o conceito de consciência na perspectiva vygotskiana e o aplicassem/analisassem em situações pedagógicas. Na obra de Vygotsky, abrem-se duas possibilidades de leitura para a consciência: como sinônimo de psiquismo humano, matriz do pensamento (do Russo Soznanie ) e como tomada de consciência, ligada às funções psíquicas superiores consciência e controle (do Russo Osoznanie ). Da busca sistemática e análise minuciosa empreendida sobre 195 trabalhos encontrados (combinando as palavras “Vy(i)gotsky(i)” e “Consciência” nos títulos e/ou no resumos), foram encontrados quatro que relacionavam tomada de consciência ( Osoznanie ) a alguma prática pedagógica. Ao final, são descritos em sínteses os quatro trabalhos, sendo duas Teses e duas Dissertações. Palavras-chave: Consciência. Vygotsky. Prática pedagógica.

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CONTRIBUIÇÕES DA TEORIA HISTÓRICO-CULTURAL PARA A PESQUISA COM OS MAPAS VIVENCIAIS

Daniel Luiz Poio Roberti | UFF - Universidade Federal Fluminense

CONTRIBUIÇÕES DA TEORIA HISTÓRICO-CULTURAL PARA A PESQUISA COM OS MAPAS VIVENCIAIS Resumo: O presente trabalho se propõe a discutir o conceito de “vivência” nas obras de Vigotski. A nosso ver, este conceito contribui para que os estudiosos da educação interpretem toda a ação humana como portadora de uma certa atividade criativa. Sendo assim, acreditamos que a geografia pode se apropriar dessa discussão no desenvolvimento de uma metodologia para a cartografia escolar, uma vez que entendemos que o ensino de mapas não é só a aprendizagem do alfabeto que vai estar presente no mapa oficial; e defendemos o mapa enquanto ferramenta cultural cujo princípio é mediar a relação do homem com a natureza, compreendendo que esta relação é carregada de cultura e historicidade num cenário de permanente criação. Trabalhamos com a metodologia dos mapas vivenciais cuja intenção é mapear a relação do sujeito com o meio em que vive, entendendo que esta relação forma uma unidade, já que todo aluno estuda numa determinada instituição e vive num lugar específico que o constitui enquanto cidadão. Palavras-chaves: Teoria histórico-cultural, vivência e cartografia escolar.

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ESTAR SENDO PROFESSOR: A CONSTITUIÇÃO IDENTITÁRIA DE UMA DOCENTE DA EDUCAÇÃO BÁSICA

Giovana Maria Belém Falcão | UECE - Universidade Estadual do Ceará

ESTAR SENDO PROFESSOR: A CONSTITUIÇÃO IDENTITÁRIA DE UMA DOCENTE DA EDUCAÇÃO BÁSICA RESUMO A identidade docente é processo que se constitui ao longo de um tempo, influenciada por elementos do contexto social, cultural e histórico. Entendendo a identidade como fenômeno psicossocial, conforme postula Antônio da Costa Ciampa, este escrito tem por objetivo conhecer o processo de constituição identitária de uma professora da educação básica. A investigação faz parte de um estudo mais amplo, da tese de doutorado, que teve por propósito principal compreender a identidade de professores da Educação Básica participantes do PIBID. Apoiando-se numa perspectiva qualitativa, ouviu-se neste escrito, por meio de entrevista de história de vida, a fala de uma professora da educação básica. A narrativa da professora revelou elementos de um contexto, das interações estabelecidas e do modo como subjetivou suas experiências. Conhecer a história da participante, ajudou a entender a professora que hoje é e como se reconhece docente. Palavras-chave: Identidade. Reconhecimento. Professor da educação básica

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Genealogia e narrativa na apresentação da interface psicologia e educação para licenciandos.

Rodrigo Lages E Silva | PPGEDU/UFRGS

Resumo Apresento resultados preliminares da pesquisa “Sobre pensamento e subjetivação: modulações históricas da relação entre psicologia, educação e escolarização”, a qual busca realizar uma investigação bibliográfica inspirada na metodologia genealógica foucaultiana acerca das aproximações históricas entre perspectivas teóricas e conceitos operados por teorias psicológicas e o campo da educação, com especial ênfase às políticas e práticas escolares. Nesta pesquisa são desenvolvidos objetos de aprendizagem na modalidade draw my class que buscam compartilhar com um público não especialista os resultados destas investigações, pondo a prova a hipótese de que existe uma articulação possível entre a investigação genealógica e a arte da narrativa, a qual atualiza interrogações de pesquisa de modo a atrair o interesse de estudantes e a potencializar outras formas de contribuição da psicologia para educação que não a psicologização dos processos de aprendizagem ou dos comportamentos escolares. No presente trabalho, apresento e discuto como resultado preliminar a construção de um dos vídeos construídos pela pesquisa intitulado: “A história da psicologia sob dois olhares”.

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Lembranças da escola: uma análise de relatos de estudantes de camadas populares à luz da teoria histórico-cultural

Débora Cristina Piotto | FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE RIBEIRÃO PRETO - USP

Lembranças da escola: uma análise de relatos de estudantes de camadas populares à luz da teoria histórico-cultural RESUMO Compreendendo a permanência no sistema de ensino até seu último nível como um indicativo de sucesso escolar, pesquisas brasileiras vêm, desde os anos 1990, estudando a temática e buscando explicar as condições que permitiram trajetórias escolares bem sucedidas em camadas populares. Assim, tendo em vista essa discussão, o trabalho objetiva analisar as lembranças escolares de estudantes de uma universidade pública provenientes das camadas populares. Para isso, foram analisados os relatos de doze estudantes egressos de escolas públicas que ingressaram nos cursos mais e menos concorridos de dois campi da Universidade de São Paulo. A maior parte dos estudantes relatou poucas e negativas lembranças da escola. Em contraponto, três estudantes narraram várias e positivas recordações escolares. A diferença entre os relatos é analisada à luz da teoria histórico-cultural e relacionada à qualidade da educação escolar recebida por cada grupo de estudantes. Palavras-chave: lembranças escolares; camadas populares; sucesso escolar.

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O imaginário em torno da excelência escolar: implicações para a produção da subjetividade dos alunos de classes populares em escolas de prestígio

Luciana Silva dos Santos | UFF - Universidade Federal Fluminense

O imaginário em torno da excelência escolar: implicações para a produção da subjetividade dos alunos de classes populares em escolas de prestígio O corrente trabalho tem origem na intenção de debater o imaginário acerca da qualidade de ensino à luz da relação entre Psicanálise e Educação. Temos o intuito de problematizar tal narrativa, principalmente quanto as suas influências negativas para a trajetória educacional do estudante, uma vez que pensamos a escola como um ambiente não apenas de cultivo e difusão de saberes, mas, sobretudo, de criação de subjetividades. Priorizamos a vivência dos alunos pobres em escolas de prestígios, aqueles que não seriam cúmplices dos ideais regulatórios de uma instituição de elite. Assim, a leitura psicanalítica será cotejada com algumas análises oriundas do pensamento foucaultiano a respeito da produção de subjetividade e dos micropoderes vigentes no sistema disciplinar educacional. Contudo, ainda que reconheçamos as incidências negativas da narrativa da excelência escolar para a confiança e a autoestima do aluno em relação ao conhecimento, interessa-nos, especialmente, a dimensão da resistência ao status quo como um guia de esperança. Palavras-chave: Qualidade de ensino; Psicanálise; Subjetividade e Resistência.

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O tempo como tecido de pesquisa entre educação e saúde.

Janniny Kierniew | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL/FACULDADE DE EDUCAÇÃO

O tempo como tecido de pesquisa entre educação e saúde. Resumo: Este trabalho apresenta considerações sobre a singularidade da tramitação do tempo em uma pesquisa-intervenção na interface entre educação e saúde. A partir dos pressupostos da arte e da psicanálise, uma equipe de pesquisadores com experiência em formação inicial e continuada em educação aventurou-se no campo da saúde propondo um trabalho de formação continuada, no contexto hospitalar, utilizando-se de narrativas ficcionais como elemento orientador do trabalho. Este texto é resultado dos primeiros movimentos realizados na direção da constituição do território que abriga a intervenção. Nele, discute-se o tempo como um operador incontornável da pesquisa. Palavras-chave: Psicanálise. Tempo. Metodologia da pesquisa. Formação continuada. Saúde.

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PROJETOS DE VIDA DE PROFESSORES DO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES PARA FORMAÇÃO CONTINUADA E INTERVENÇÕES NA ESCOLA

Viviane Potenza Guimarães Pinheiro | UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - FACULDADE DE EDUCAÇÃO

O presente estudo objetiva analisar os projetos de vida de professores, verificando como compreendem o impacto da sua atividade profissional na vida dos estudantes. Participaram desse estudo 13 professores de uma escola de ensino médio da rede estadual de São Paulo, que participa do Programa de Educação Integral. Os participantes responderam a um questionário e foram entrevistados com base no questionário Youth Purpose Interview . A análise foi embasada no instrumento teórico-metodológico dos Modelos Organizadores do Pensamento. Foram identificados seis modelos organizadores, dentre os quais destacamos: projetos voltados ao compromisso com atividades da rotina, o estabelecimento do trabalho como forma de sustento da família, o trabalho como realização pessoal e a educação como realização pessoal e impacto na vida dos estudantes. Dos 13 educadores participantes, cinco veem sentido na sua atividade profissional e, desses, apenas três compreendem os impactos da sua atuação nas trajetórias dos estudantes. Tais resultados trazem indícios importantes para a formação continuada dos professores, como a necessidade de promover o autoconhecimento dos educadores e de sensibilizá-los em relação aos fins de suas atividades profissionais.

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PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO EM TEMPOS DE RECOMPOSIÇÃO NO MUNDO DO TRABALHO

Adriane Guimarães de Siqueira Lemos | UFG - Universidade Federal de Goiás

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO EM TEMPOS DE RECOMPOSIÇÃO NO MUNDO DO TRABALHO Resumo: O objetivo deste trabalho é analisar a vinculação psicologia-educação na lógica da organização societária atual. Para isso, se considera o movimento de recomposição do processo produtivo na relação com os processos formativos, destacando a contribuição de aportes da Psicologia da Educação. Dessa perspectiva, a flexibilização e desregulamentação do trabalho, a automatização, o autocontrole e auto ajuste, via informatização e sistemas eletrônicos, o projeto de sociabilidade neoliberal, desafiam a psicologia e a educação uma vez que engendram mudanças na qualificação do trabalhador, no consumo, nos comportamentos e nas formas de entendimento e compreensão do mundo. Analisa-se a vinculação psicologia-educação na perspectiva histórica e derivações teóricas indicativas da compreensão e justificação de um “novo” tipo social: o indivíduo “autônomo” e “adaptado”. Palavras-chave : Psicologia-Educação. Trabalho. Processo formativo.

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